Subindo o rio Ganges, em Calcutta, na Índia, fica a aldeia Ayshattler, lar de Dhalsim, o monge indiano. Uma aldeia pobre e pacífica, lar de camponeses que vivem de agricultura e pesca do rio. Um lugar esquecido pelo tempo, onde o que há de mais modernos são alguns poucos equipamentos clínicos no hospital improvisado da Dra. Hannah, uma americana voluntária que vive na região cuidando dos doentes e idosos.
Entretanto Dhalsim não medita nesta vila à toa, é próxima de Ayshattler que fica a Caverna do Demônio, um lugar místico que parece ter sido o lar de alguma seita ou ordem espiritual, mas que hoje é um lugar que todo habitante da região evita a todo custo, apesar das riquezas que guarda, segundo dizem as lendas. Dhalsim cuida para que ninguém entre na caverna, para o próprio bem de todos. Até hoje, todos que entraram perderam a vida, ou a sanidade.
Segundo Dhalsim, o guardião da caverna, realmente existem tesouros em seu interior e que ele a guarda para proteger os aldeões pois a caverna se protege de si mesmo, ela é tão perigosa que não vale a pena ir atrás de suas riquezas. É citado que a mesma é guardada por um demônio em seu interior, que lê seus pensamentos e personifica o que há de pior em você. Tem invasores que enlouquecem de tal maneira que jamais saem de lá.
Entretanto, apesar das histórias, já ouviu-se dizer que crianças entraram por acaso realizando brincadeiras e saíram como se nada tivesse acontecido. Seria a pureza das crianças uma defesa natural contra os demônios que existem dentro de nós mesmos?
Aparência da caverna: a chamada caverna é um templo escavado em uma montanha. Com arquitetura típica dos templos indianos, mas muito castigado pelo tempo. Em seu interior, um longo e escuro corredor, que impede que a luz revele o interior da caverna, leva até um único e grande salão principal, onde há um altar com uma belíssima, porém macabra estátua de ouro maciço, do tamanho de um braço, com a figura de uma mulher, sem braço e sem pernas, com os seios nus e olhar demoníaco. Uma névoa constante permeia o interior do templo e tal névoa parece dançar ao redor da estátua.
A caverna em regras: qualquer pessoa que entre na caverna sofre um efeito chamado fenômeno de desdobramento ou projeção astral. Isso faz com que os sentidos sejam aguçados a um nível em que a pessoa passe a enxergar o seu corpo em terceira pessoa, como se tivesse saído de dentro dele. Não é preciso muito para entender que isso por si só já mexe com a sanidade de qualquer um. Não bastasse isso, a viagem astral faz com que a caverna pareça ter kilômetros de extensão e com uma névoa densa e serpenteante.
O demônio citado nas lendas realmente é uma lenda. De alguma maneira a caverna mexe com o cérebro das pessoas que entram de maneira que elas vivenciam seus próprios medos mais profundos. Lutadores costumam enxergar os mais fortes oponentes que jamais conseguiriam derrotar ou imagens de demônios e lutam para sobreviver contra si mesmos, pois não há mais ninguém na caverna.
Um lutador que entre na caverna sozinho encontrará um demônio ilusório com a planilha de um inimigo seu ou dependendo da crônica, uma cópia de si mesmo, mas com aparência de demônio. Para resistir à ilusão o lutador deve rolar sua Percepção + Mistérios toda rodada de combate, com dificuldade 11 – a Honra do personagem. Um sucesso permite que ele note que há algo estranho na luta diminuindo a dificuldade da rolagem do próximo turno em 1. Dois ou mais sucessos quebram o encanto. Uma falha crítica aumenta a dificuldade em 1 na próxima rodada. Caso o personagem fique sem pontos de Saúde durante a luta, o encanto também é quebrado e o personagem inconsciente até que o encontrem. Se o encontrarem.
Caso mais de um lutador entre na caverna, o encanto fará com que eles se percam uns dos outros e enfrentem os seus próprios amigos dentro da caverna, acreditando que estão lutando contra demônios. Todos deverão rolar sua Percepção + Mistérios a cada rodada, sendo que a cada personagem que quebrar o encanto diminui em 1 a dificuldade para os demais voltarem à si. Mas até que voltem, lutarão até acabarem com seus oponentes.
Acordando do transe o(s) lutador(es) volta a notar que nunca saiu de dentro da caverna, mas que os danos que sofreu no combate foram reais.
Caso um lutador que tenha sobrevivido à experiência decida entrar novamente na caverna, cada entrada subsequente torna mais fácil resistir ao encanto, diminuindo 2 da dificuldade nos testes.
Este post é baseado em um local de conflito que é apresentado na série Street Fighter 2: Victory, nos episódios 11 e 12.