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O Código Bushido

Gouken e seus dois melhores discípulos

Gouken amava seus alunos profundamente, desta forma, ensinava a eles somente o que era certo e o que faria deles grandes homens. Certa vez, ele recitou o Código de Honra Bushido para eles, e fez com que jurassem que o seguiriam à risca. Abaixo seguem trechos do código:

"Dois iniciam um combate , dois terminam um combate"

Apenas 2 lutadores podem se enfrentar em luta honrada , porem em situações onde pelo menos um dos dois aceite , podem ocorrer combates coletivos , porem nunca em sacrifício do combate homem a homem.
Ex.: Ryu encontra Vega e Sagat em uma rua deserta , mesmo assim apenas um dos dois , Vega ou Sagat irão lutar com Ryu , pelo menos se assim Ryu desejar ….

"Morte do oponente é a sua morte"

Dentro do ringue lutadores honrados não devem matar seus adversários deliberadamente , porem acidentes acontecem. Esta clausula significa grande parte da diferença entre por exemplo Ryu e Bison.
Ex.: Vega é um assassino porem dentro do ringue luta no limite desta lei.

"Certo é aquele que enfrenta outros em mesmo plano e terreno"

Nunca tirar proveito de situações onde o inimigo esta desprovido de chances (pequenas) de se defender , atacar ou mesmo em terreno em que suas armas sejam inúteis.
Ex.: Atacar oponentes atordoados , quando armado atacar desarmados , uso extensivo de arenas com armadilhas…

"Combata  a opressão em qualquer das suas formas e em todo lugar"

Ajude todos que não podem agir sozinhos em grande perigo ou grande dificuldade , porem sempre deixe espaço para elas evoluírem e crescerem …
Ex.: Ajude em desastres , ensinando mas nunca superprotegendo.

"Honra está em você , não em sua faixa , seus títulos ou seus punhos"

Nada mede a importância de um lutador a não ser sua coração e suas ações sem fins próprios.
Ex.: Seu Posto não é a sua força moral e seu merecimento de nada .

"Derrota física é momentânea , derrota moral é eterna"

Se a derrota foi honrada , ou seja você ter agido corretamente , então ela não é vergonhosa , então não vale a pena qualquer coisa para ganhar um combate , mais sim a demonstração de sua moral e treinamento .
Ex.: Guile perdeu para Balrog pois este o atingiu atordoado, porem na próxima luta Guile não o fará por vingança.

"Lute contra você , não contra seus oponentes"

Objetivo das artes marciais são o aprimoramento mental , físico e moral , não o financeiro , do ego ou do poder …
     
Para compreender mais, do que se trata a essência de um guerreiro, leia também O Caminho da Iluminação.

Apenas o Necessário

"Apenas o Necessário" é um fanfic escrito por Mariana "Umbrios" ao longo de seus anos como jogadora, não somente de Street Fighter RPG mas outros títulos da White Wolf como Lobisomem e Vampiro. Anteriormente chamado de "Steve", "Apenas o Necessário" nos conta uma bela e emocionante história de um anti-herói, marcado pelas cicatrizes do passado e sem perspectiva de futuro que se envolve com a Shadaloo contra sua vontade. Leia "Apenas o necessário" e veja a Shadaloo e o próprio mundo de Street Fighter sob outra ótica, sem maniqueísmos ou falso moralismo, esqueça tudo que sabia sobre honra, virtudes e sobre a essência do mal. Garanto que após ler este fantástico fanfic, você não enxergará Street Fighter como um mundo de heróis e vilões, mas um mundo de seres humanos.

Baixe "Apenas o Necessário" (clique com o botão direito e escolha "Salvar como…" ou "Salvar Link como…")

"Essa sua visão sombria e 'cinza' da Shadaloo é algo que todos os
narradores deviam conhecer, algo fora do maniqueísmo padrão que
aprendemos nos animes e filmes, algo que nos faz refletir, nos traz à
tona nossa humanidade esquecida. Seu fanfic é uma obra de arte para mim
e espero que não seja o último."

– Fernando Jr. conversando por e-mail com Mariana

 
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Personagens

Cuidado Spoilers!!! Esta seção detalha e expande a descrição dos personagens de "Apenas o Necessário" e não é recomendada para quem ainda não leu o fanfic. Buscamos desenhistas voluntários interessados em fazer ilustrações dos personagens, devendo se basear nas descrições abaixo. Enviem seus desenhos para [email protected] para serem submetidos à avaliação da autora visando a posterior inclusão na futura rediagramação de "Apenas o Necessário".

*Steve*

  • Geral: Steve é coreano. Portanto, ele é um oriental, com uma face um
    pouco mais quadrada, queixo mais para o triangular e o pescoço um pouco
    mais longo (característicos de coreanos). É franzino, baixinho e fraco.
    SEM músculos aparentes, por favor.
  • Altura: 1,57m (sim, ele é baixinho)
  • Peso: 57 kg
  • Cabelos: Típicos orientais, formal. Ou seja, negros, lisos, cortados curtos.
  • Olhos: O estilo de desenho do Street Fighter normalmente não passa
    muito idéia de "oriental", por ser mangá. Mas uma idéia seria usar o mesmo estilo de
    olhos de Honda, que são mais orientais que os do Ryu, por exemplo. Um
    pouco mais suaves que os olhos do Honda, já que Steve passa quase todo
    o tempo sorrindo. Seja apenas internamente ou abertamente.
  • Tipo físico: franzino, magro e fraco, mas elegante e com um ar de
    dignidade, não patético. Uma idéia do tipo físico, embora meio "furry",
    seriam os gatos siameses orientais do Swat Cats.
  • Roupas: Steve prefere roupas ocidentais, e, como Mina reclama, se veste
    de " executivo". Terno e gravata são suas roupas típicas.


*Soojin (criança -11 anos):*

  • Geral: Mesmo criança, Soojin já deixava transparecer que se tornaria em
    um adulto forte. Ele é alto para a idade, mas as feições orientais são
    mais pronunciadas que os traços que herdou do pai. Seu rosto ainda é
    mais arredondado, com apenas uma sugestão de que seu queixo irá ficar
    quadrado, como o do pai (embora no queixo já haja a covinha
    característica do Bison). O nariz ainda tem o contorno mais suave da
    infância, mas as orelhas são grandes (não sei se você já notou, mas o
    Bison é super orelhudo). As feições são infantis.
  • Altura: 1,65 (sim, ele já era um menino alto… afinal de contas, o Bison é gigante)
  • Peso: 70 kg (de músculo)
  • Cicatrizes: desde os quatro anos, Soojin tem uma cicatriz circular em
    torno do seu olho esquerdo, provocada por um Sonic Boom de Guile. A
    cicatriz forma um círculo perfeito em torno de seu olho.
  • Cabelos: Uma criança, afinal, portanto, revoltos. Mas curtos. Castanhos bem escuros, quase negros.
  • Olhos: Castanho escuros, amendoados, estilo "criança de anime".
  • Tipo físico: Soojin é uma criança FORTE. Mesmo criança, seu corpo já
    deixa transparecer músculos e treino, que vão ficando mais evidentes à
    medida em que ele vai crescendo. Sua postura corporal lembra MUITO a de
    Bison, mesmo nessa idade, parando ereto, com a coluna sempre reta.
  • Roupas: Soojin foi treinado para usar roupas ajeitadas, mas ainda é uma
    criança. Por vezes, aparece de terno no texto, mesmo quando criança,
    mas suas roupas normais são uma camiseta pólo branca e calças de
    uniforme escolar, azuis com uma listra branca ao lado.



*Soojin (adulto):*


  • Geral:
    Quando cresce, Soojin passa a se parecer mais descaradamente com
    Bison, afinal, traços marcantes de Bison, como seu grande queixo
    quadrado e o formato peculiar de seu nariz, são coisas que tomam forma
    na puberdade. Queixo e nariz como os de Bison, mas seus olhos continuam
    amendoados e tendo íris e pupilas… e a cicatriz no olho esquerdo
    continua, também. O corpo toma forma, com músculos, especialmente os
    peitorais (bem quadrados) e os das pernas, como Bison. Basicamente, é o
    desenho do Bison, com algumas variações (cicatriz, olhos, roupas).
  • Altura: 1,87
  • Peso: 95 kg (ainda só de músculos)
  • Cicatrizes: Para além da cicatriz circular no olho esquerdo, se a
    figura for de perfil, é possível visualizar a cicatriz do bumbum… não
    que ela em si apareça (seria de mal gosto), mas em figuras de perfil o
    bumbum deve ser quase chato, sem definição de músculos, diferente do
    que seria normal.
  • Cabelos: Castanho bem escuro, quase negros. Ele admite ser filho do pai
    que é, e os usa curtos com costeletas. Mas ao invés do boné militar,
    cabelos curtos do lado e deixados crescer um pouco mais no topo, com um
    mínimo de franja.
  • Olhos: Ainda amendoados, embora agora, olhos mangá adultos. Um modelo
    seriam os olhos de Ryu, que teoricamente também são "orientais".
    Lembrar da cicatriz no olho esquerdo.
  • Tipo físico: Musculoso, muito musculoso, tendendo a usar poses "pressão" como Bison.
  • Roupas: Quando quer chutar o pau da barraca, um uniforme como o de
    Bison, mas negro. Mas nos dias normais, suas roupas são mais simples,
    embora ainda um pouco mais formais. Uma calça social clara com uma
    camisa pólo vermelha, talvez, ou um conjunto social sem gravata. Ao
    contrário da maioria dos personagens de street fighter, ele usa
    sapatos, e no caso desses prefere a praticidade dos coturnos aos
    sociais, geralmente (mas mantendo a barra da calça sobre o coturno, não
    prendendo a barra dentro do cano do coturno).


*Issacson "Sacs" Belmonte:*


  • Geral:
    Os dois irmãos Belmonte tem feições parecidas, e marcadamente
    italianas. Narizes romanos, testas altas, sobrancelhas largas, feições
    claramente ocidentais, rostos mais para o retangular. Ambos são
    atléticos e um tanto musculosos, mas menos que Soojin quando adulto,
    com um ar de "destreza", para além do ar de força. Sacs é um pouco
    maior que Tony, e seu tom de pele um pouco mais escuro, enquanto seu
    cabelo e olhos são mais claros. Uma dica sutil ao colorir seria usar
    alguns tons de azul para o sombreamento, não o suficiente para dar à
    sua pele um tom de azul, mas apenas o suficiente para parecer uma
    escolha artística… e ao mesmo tempo, dar uma sugestão sutil sobre sua
    natureza de troll.
  • Altura: 1,84
  • Peso: 84kg
  • Cicatrizes: Sacs perdeu a mão direita em sua luta com Juan, e embora a
    mão tenha sido reimplantada, a cicatriz permanece. A cicatriz é
    disforme, como se fosse de uma rachadura, circunda todo o braço mais ou
    menos no meio do antebraço, mas se estende um pouco para frente, em
    direção ao punho, na parte de cima, e um para trás, pelo cotovelo até
    quase o ombro, na parte de baixo do braço.
  • Cabelos: Castanho claros, curtos, ordeiros como os de um bom médico.
  • Olhos: Azuis gelo, claramente ocidentais, bondosos.
  • Tipo físico: Sacs é atlético, um pouco mais musculoso que Tony (embora
    seus braços sejam menores que os dele), e menos musculoso que Soojin.
    Seu braço direito é visivelmente menor que o esquerdo, e os seus
    músculos mais bem delineados são os das pernas.
  • Roupas: Sacs normalmente usa camisas sociais de manga comprida, para
    disfarçar a cicatriz, calças sociais brancas e sapatos sociais brancos
    também, aproveitando-se do fato de ser médico. Ele NÃO usa jalecos fora
    do consultório (nenhum BOM médico faz isso, é falta de higiene), mas as
    roupas brancas são uma medalha da profissão que ele usa com orgulho.



*Anthony "Tony" Belmonte:*


  • Geral:
    Como dito antes, os dois irmãos Belmonte tem feições parecidas,
    e marcadamente italianas. Narizes romanos, testas altas, sobrancelhas
    largas, feições claramente ocidentais, rostos mais para o retangular.
    Tony tem braços mais musculosos que os de Sacs, mas o resto do corpo
    tem os músculos menos marcados. Seus olhos e cabelos são mais escuros,
    mas sua pele tem o tom pálido vampírico. Seus caninos, mesmo quando não
    está mostrando as presas, são um pouco pontiagudos, mais compridos que
    o normal. Ele é um pouco menor que o irmão.
  • Altura: 1,82
  • Peso: 80kg
  • Cicatrizes: Tony não tem nenhuma cicatriz visível.
  • Cabelos: Castanho de um tom médio para o escuro, não chegam a ser compridos, mas são revoltos, de um tamanho mais para o médio.
  • Olhos: Cinzentos, ligeiramente esverdeados.
  • Tipo físico: Tony é menos musculoso que Sacs ou Soojin, mas os músculos
    de seus braços são bem definidos, como o da maioria dos lutadores de
    jiu-jitsu. Seu porte é atlético.
  • Roupas: Tony abraçou o lado brujah da não vida. Camisas pretas com
    estampas de banda, caveiras ou o símbolo da anarquia, jaquetas negras
    de couro, calças jeans rasgadas, tênis preto.



*Jake:*


  • Geral:
    Jake FOI um lutador… mas não é mais. Aleijado, sem o uso das
    pernas, agora seu mundo está numa cadeira de rodas. O único do time a
    usar cabelos compridos, testa alta, sobrancelhas finas, nariz mais para
    o pontiagudo, rosto mais triangular, magro e anguloso, competindo
    fortemente com Sacs pela imagem de intelectual do grupo, Jake ganha do
    médico por usar, hoje em dia, óculos.
  • Altura: Se conseguisse ficar de pé, 1,78m.
  • Peso: 64kg.
  • Cicatrizes: Jake foi aleijado pelo ataque de Tony e do Sabbat à
    Shadaloo. Usa cadeira de rodas, e suas pernas, hoje sem nenhum
    movimento, sofreram a atrofia comum a paralíticos, sendo finas e
    frágeis para o seu tipo físico. Além disso, Jake tem uma cicatriz no
    pescoço e uma no ombro, causadas por mordidas de vampiros.
  • Cabelos: Castanhos de tom médio, compridos, normalmente presos em um rabo de cavalo.
  • Olhos: Castanhos dourados, escondidos atrás de óculos de aro redondo.
  • Tipo físico: Jake foi musculoso, mas hoje é magro. Suas pernas são
    finas, desproporcionalmente ao corpo, como acontece com paralíticos.
    Seus braços são mais musculosos, com músculos bem definidos, mas não
    grandes. Seu ar é mais intelectual.
  • Roupas: Jake não se preocupa muito com o que veste, nem tem um estilo
    específico. Se houver mais de uma ilustração em que ele apareça, ele
    poderia aparecer com uma roupa diferente em cada uma.


*Ned:*


  • Geral:
    Ned gostaria de ter a aparência de um grande vilão, mas seus
    olhos claros e cabelo loirinho ligeiramente ondulado o deixam mais com
    cara de anjinho, o que ele detesta. Seu rosto é o americano comum, sem
    traços notáveis.
  • Altura: 1,79
  • Peso: 78kg
  • Cicatrizes: Um par de cicatrizes causadas por algemas, nos punhos.
  • Cabelos: Loiro, cabelos ondulados estilo "mauricinho", com um indefectível topete. Curtos.
  • Olhos: Verdes.
  • Tipo físico: Ned é atlético, não tão musculoso quanto outros lutadores. Não tem um tipo físico exatamente notável.
  • Roupas: Ned queria ser um grande vilão do mal. Por isso, adora
    sobretudos pretos, com roupas inteiramente pretas: calça, coturnos,
    camisa, tudo negro, o que ele acha ser roupa de vilão. Ele tenta fazer
    poses pressão, mas não é exatamente bem sucedido nisso.



*Dave:*


  • Geral:
    Dave faz o tipo "capanga padrão", aquele tipo de gente que há às
    dúzias em qualquer filme de ação, para ser espancado pelo mocinho, cair
    e ninguém pensar mais nisso. Suas feições são comuns, embora tenha
    músculos suficientes para ser um lutador, seu corpo é simplesmente
    atlético, não exatamente musculoso.
  • Altura: 1,75
  • Peso: 76kg.
  • Cicatrizes: Incrivelmente, nada que chame a atenção.
  • Cabelos: Castanhos, bem curtos, com umas entradas na fronte que ele
    tenta disfarçar deixando o cabelo um pouco mais comprido no topo.
  • Olhos: Castanhos.
  • Tipo físico: Atlético, mas nada que chame a atenção.
  • Roupas: Dave não quer chamar a atenção. Ele preferiria desaparecer na
    multidão. As melhores roupas para isso são tênis, calça jeans no azul
    jeans habitual e camisetas brancas sem nada de especial, por isso é o
    que ele usa.


*Mina:*


  • Geral:
    Mina é uma garota bonita, de feições asiáticas, coreana, ou
    seja, face um pouco mais quadrada, queixo mais triangular, pescoço um
    pouco mais comprido. Bem humorada, ela gosta de roupas de aspecto
    feliz, e pinta o cabelo de cor de rosa, não demonstrando, normalmente,
    ser uma ninja assassina finamente treinada. Suas cores favoritas são,
    nessa ordem, rosa, lilás, verde e vermelho, e ela costuma usar
    acessórios dessas cores, ou brancos.
  • Altura: 1,59 (mesmo Mina é um pouco mais alta que Steve).
  • Peso: 55kg (ela também é bastante musculosa).
  • Cicatrizes: Mina não tem nenhuma cicatriz visível.
  • Cabelos: Cor de rosa pink, compridos, mais volumosos do que seria
    normal para uma oriental, mas ainda assim, bem lisos, com uma franjinha
    discreta.
  • Olhos: O amendoado asiático, castanhos escuros quase negros.
  • Tipo físico: Mina é magra e atlética, com corpo extremamente
    proporcional. Ela não tem curvas muito pronunciadas (é asiática,
    afinal), mas como coreana, tem mais seios do que a maioria das
    japonesas teria. Seu corpo, moldado com uma quantidade razoável de
    exercícios desde pequena, é bem bonito, com músculos bem definidos nos
    braços e pernas.
  • Roupas: Normalmente Mina gosta de vestidos floridos de cores claras,
    cor de rosa, lilás, verde ou mesmo brancos com delicadas estampas
    vermelhas. No máximo, em situações onde um vestido pode ser pouco
    prático, usaria um macacão estilo jardineira e uma camisa de estampas
    alegres. De sapatos, sandálias, e ela pode colocar chapéus de verão,
    claros, ou flores no cabelo. Para trabalhar, no entanto, Mina usa as
    tradicionais roupas negras do ninjútsu.

Névoa Venenosa

Um corpo voa pela janela de um bar, espalhando cacos de vidro na frente de Dehrik, no momento em que este virava a esquina. Faíscas de eletricidade correm pelo corpo da vítima, como se algo o tivesse eletrocutado recentemente. Atrás dele, o leopardo de sua parceira, Sombra, se assusta.

Pantara abaixa-se próximo ao corpo caído, em um misto de tensão e curiosidade.

Ele está vivo, – ela diz a Dehrik.

Dentro do bar, ouve-se o barulho de alguma coisa caindo sobre mesas, fazendo-as se partir. Provavelmente outros corpos.

Isso faz com que eu me sinta em casa. – Dehrik vira seu olhar em direção à porta do estabelecimento.

Dehrik, – Pantara adverte-o, – Controle seu ímpeto. Nós temos um torneio amanhã. Precisamos de você no ringue, não na cadeia.

Eu ficarei bem, – Dehrik afirma. – Você vem?

E precisa perguntar? – Os lutadores adentram um pequeno bar. Ventiladores rodam vagarosamente sobre suas cabeças, tentando em vão dispersar a fumaça de cigarro.

 


****************

Quem é o próximo? – diz um homem alto que está em pé, de óculos escuros e com um sobretudo comprido até os pés.

Dois homens encontram-se atirados à sua frente, junto a pedaços de mesas e cadeiras por toda parte. Os olhos do homem alto faíscam por trás dos óculos, fazendo-os brilhar na tênue luz do estabelecimento. Mesmo por trás dos óculos escuros é possível notar um brilho azul irreal, como um misto de fogo e eletricidade. As outras pessoas que estão no bar encontram-se paralisadas de medo.

Covardes. – A voz do homem alto ecoa pelo lugar. – E vocês chamam a si mesmos de guerreiros! Eu os chamo de lixo! – O homem alto pega um lutador pelo pescoço e o ergue no ar com apenas uma mão, com a outra prepara-se para acertá-lo.

Se eu fosse você, – Dehrik interrompe-o abruptamente, – não faria isso.

Dehrik… – Pantara falou baixo. Seu leopardo ronronou em desaprovação. O homem alto virou seu rosto em direção aos recém chegados, largando a sua vítima em um canto, como uma criança larga um brinquedo sem utilidade. Faíscas azuis dançando ao redor de seus olhos, por trás dos óculos.

Então um desses molengas possui uma lingua, – ele diz, sorrindo para Dehrik e Pantara, examinando-os cuidadosamente. – Ei, eu conheço você! Você é Dehrik Savitch, o moleque do Brooklyn!

Dehrik cerrou os punhos. O sangue subindo à cabeça. A raiva transparecendo por seus olhos.

Eu acho, – ele responde, tentando se controlar ao máximo, – … que não entendi direito o que você disse.

Eu usarei palavras mais simples para você entender. – O homem alto ri em desdém; – cai fora, garoto. Lutar é coisa de adultos. Crianças como você podem se machucar. Podem até morrer.

Talvez, – disse Dehrik, – você poderia me dar uma demonstração?

Pare, Dehrik. – Pantara toca seu ombro, Sombra ruge para Dehrik. – Ele está tentando irritá-lo.

O garoto possui uma namoradinha, – grasnou o homem alto. – Que bonitnho. – Pantara inconscientemente ficou vermelha de vergonha, e quase instantaneamente respondeu:

Eu já derrotei oponentes maiores e mais fortes que você – disse furiosa. – se você quiser lutar conosco, se inscreva no torneio e nos vemos no ringue amanhã.

Eu acho que não. – Três homens de olhos brilhantes como o primeiro se adiantam de cada lado, como se emergissem das sombras, com casacos de couro preto e óculos escuros. – Eu e meus amigos queremos nos divertir hoje. – Dehrik notou que o bar estava apinhado de gente, alguns tentando escapar sem que o homem alto notasse.

Não precisamos destruir o bar, – disse Dehrik, o mais calmamente que pode, pensando em livrar os inocentes daquela batalha. – Vamos para fora.

Não, – respondeu o homem alto. Faíscas saltavam de seus olhos. – Vou esmagá-lo aqui mesmo.

Você fala demais, – Dehrik salta em direção ao homem. Sombra se joga em combate contra outro deles. Pantara se põe em posição de luta enquanto dois homens se aproximam dela.

Dehrik e Pantara


O homem alto movimenta-se como uma cobra preparando o bote sobre Dehrik, fitando-o nos olhos. Dehrik sente uma vertigem, um frio na espinha que ele não pode explicar, porém seu golpe já estava preparado e um poderoso chute giratório acerta o homem alto, mandando-o longe. No outro lado do bar, Sombra está engajado em combate com outro homem que consegue lhe acertar uma facada, fazendo-a recuar de dor. Pantara, preocupada distrai-se por um momento recebendo um ataque pelas costas. Honra, aparentemente, não é o forte deles, pensa consigo mesma. Irritada, joga uma mesa contra as costas do agressor de seu leopardo.

Enquanto isso, Dehrik solta um grito de Guerra enquanto eletrocuta outro dos capangas. Em instantes o local vira uma zona de Guerra, com lutadores se golpeando por todos os lados, clientes escondem-se atrás do balcão, juntamente com os empregados do estabelecimento. Esta luta de bar faz Dehrik lembrar os velhos tempos no Brooklyn, quando era apenas um marginal de rua. Algo está errado. Dehrik sente-se estranho como se estivesse agindo por instinto e sua mente estivesse em outro lugar. De repente ele vê a si próprio alguns anos mais jovem. Stoner, o seu mentor, grita comandos para ele, que ele não deve lutar apenas por lutar. Que fazendo isso, de nada adiantaria o treino árduo a que se submetia. – Não jogue seu trabalho fora, – Stoner dizia!

Pantara trocava golpes com outro capanga quando notou que o olhar de Dehrik estava “vazio”. – Dehrik, – ela gritava para ele, – atrás de você! – Antes que ele pudesse fazer alguma coisa, um capanga lhe atingiu uma facada nas costas.

O aço gelado cortando sua pele. As coisas estavam ficando sérias. A raiva tomou conta de sua mente e Dehrik sentiu-se como nos tempos do Brooklyn. A resposta á facada veio em um turbilhão de revolta sem honra, técnica ou glória. Cada lutador possui um lado negro, e o homem alto conseguiu trazer a de Dehrik á tona, conseguiu enegrecer seu coração.

O que veio a seguir foi o som de mesas quebrando e vidros se partindo, misturado com o som de gritos de agonia e de raiva. A raiva de Dehrik dava um novo rumo à batalha, em uma fúria cega, golpeando seus oponentes, inclusive derrubando o que lhe tinha acertado a facada. Pantara encontrava-se encurralada entre dois homens, enquanto que o homem alto estava agora frente-a-frente com Dehrik…sorrindo. Um Chi negro e quente envolveu a mente de Dehrik, que só pensava em matar seu oponente, – Mate-o – dizia uma voz em sua cabeça, uma voz fria e calma. Dehrik já não se lembrava dos ensinamentos de Stoner. Dehrik possuía agora um olhar sombrio.

Pantara que liquidara um de seus oponentes e escapara do outro para ajudar Dehrik, desfere um poderoso chute contra o homem alto, que apenas ri da sua inútil tentativa, desviando-se calmamente. Dehrik cerra seus punhos até fazê-los sangrar.

O homem alto se aproxima de Dehrik rapidamente, e de repente ele se vê em um misto de medo e raiva. Seu coração bate aceleradamente sem saber o que fazer, sua camiseta molhada de suor parece extremamente pesada. O homem alto lhe acerta um gancho no queixo. A voz em seu ouvido diz para matá-lo novamente.

A raiva é a única coisa que importa agora, ela faz Dehrik esquecer do medo, esquecer de Pantara, esquecer de Stoner, esquecer dele próprio. Dehrik só quer matar seu oponente custe o que custar. Ele perde completamente seu auto-controle. Dehrik passa a atacar seu oponente impiedosamente visando os órgãos vitais, lutando da forma mais desonrada que Pantara já viu. O homem alto já não consegue acompanhar os movimentos de Dehrik, perdeu seu sorriso sarcástico em meio aos golpes e ao sangue escorrendo de seu rosto, as chamas em seus olhos apagaram-se. Stoner ensinou bem seu discípulo, mas a vida e o instinto de sobrevivência lhe ensinaram ainda melhor.

Shock Treatment

Dehrik aperta com força o pescoço do homem alto, no mesmo instante que descarrega um poderoso Shock Treatment fazendo o esqueleto de seu oponente reluzir em fachos de luz. Pantara horrorizada diz para Dehrik parar, o homem alto apenas grita em agonia. Repentinamente, um golpe acerta forte a nuca de Dehrik fazendo-o cair. Uma onda de paz apaziguou um pouco sua fúria. – Controle sua fúria, ela é sem sentido. – Dizia uma voz com um sotaque indiano. – Fique calmo ou terei de machucá-lo, – Dehrik ainda conseguiu se virar e fitar os olhos brancos de Dhalsim antes de desmaiar…


****************

Dehrik, acorda meio tonto por causa do golpe que o fez desmaiar. Fôra Dhalsim, o Guerreiro Mundial que pelo visto lhe atacou pelas costas. No chão a sua frente, está uma marca feita com fumaça e cinzas, semelhante a um corpo, como se o homem alto tivesse sido carbonizado pelos golpes de Dehrik.

Mas que inferno? – Dehrik estava tenso e confuso.

Inferno é um termo inapropriado para isto, – disse a voz de uma jovem mulher. Dehrik olhou em volta e viu uma garota chinesa em um sobretudo – Chun Li, outra Guerreira Mundial.

Dehrik estava em um misto de espanto e medo. Estariam eles na cidade por causa do torneio? Se eles formassem um time a derrota de Dehrik e Pantara já estava certa. Será que ele assassinou o homem alto? Dehrik tentava controlar sua confusão mas não conseguia. Ele devia ter ouvido a voz de Stoner.

Vamos, levante-se! – Chun Li pegou-o pelo braço. – Nós temos de ir! – Dhalsim e Pantara aguardavam ansiosos, atrás deles, o bar completamente destruído. Dehrik tentava ficar em pé, mas um misto de fraqueza e medo faziam com que a rua inteira girasse em sua cabeça. Sentia-se perdido e sem esperança. – Quieto, – Chun Li xingava-o, ela tentava escutar algo. Sirenes de polícia podiam ser ouvidas ao longe, mas cresciam rapidamente.

Como ele está? – Pantara se abaixava ao seu lado.

Ele está sofrendo os efeitos da Névoa Venenosa, – Chun Li afirmou. – Ele está mal agora, mas ficará bem.

O que é a Névoa Venenosa? – Pantara estava curiosa.

Dhalsim chama ela de ‘Chi Negro’, – respondeu a Guerreira Mundial. – Os Revenants podem corromper o Chi de um guerreiro, tornando-o uma força de raiva ao invés de harmonia.

Amor, – Dehrik murmurou. Sombra lambeu sua face. – Eu irei sobreviver? Pantara limpou o sangue do rosto de Dehrik. Ela sorriu para ele, ele fêz caretas de desconforto. – Eu sinto como se estivesse me despedaçando por dentro!

Você irá sobreviver.

Isso é bom.

Sirenes soam à distância, crescendo de volume rapidamente.

Nós podemos conversar em outro lugar, – disse Chun Li, se virando para Dhalsim. – Nós temos de ir!

O que está acontecendo comigo? – Dehrik perguntou para Pantara, caminhando com dificuldade, escorado no ombro de sua companheira, seguidos pelos Guerreiros Mundiais.

Você já ouviu falar da Shadaloo? – perguntou Chun Li. Os jovens lutadores balançaram suas cabeças em negação. – Eles são corruptos, ela continuou, sua voz tornou-se ríspida, ladrões, criminosos, terroristas, assassinos.

Aqueles caras trabalhavam para eles?

Sim, – Chun Li respondeu. – Eles são Revenants, servos sem coração do Lorde Bison. Eles infectaram seu Chi.

Como? – Dehrik já consegui ficar em pé, com dificuldade.

Você permitiu que eles envenenassem seu Chi com seu temperamento violento. – Disse Dhalsim calmamente. – Os Revenants apenas são capazes de trazer o seu pior lado à tona, enxendo sua mente de toxinas psíquicas. Névoa Venenosa.

Mas por que eles fizeram somente comigo?

Você sabe bem que sua índole violenta é sua maior característica, Dehrik Savitch, – disse Chun Li. – Provavelmente eles planejaram lhe corromper antes do torneio de amanhã, esperando que você machuque ou mate alguém importante para você. – Savitch e Pantara se olharam assustados. – Bison se alimenta do poder dos guerreiros que ele corrompe, e depois faz com eles trabalhem para ele na Shadaloo.

As ruas estão escuras e chuva desce sutilmente. A luz tênue de postes ilumina os guerreiros na fria noite. Ao longe é possível ver as viaturas investigando o local da briga.

Quem é ‘Bison’? – perguntou Pantara, – e o que ele quer com este torneio?

…e como nós podemos encontrar ele? – Dehrik adicionou.

Chun Li sorriu sem graça. – Nós somos aliados então?

Pode ter certeza, – ele respondeu, – Eu quero acabar com ele. – Ao lado dele, Pantara assentiu.

Dhalsim balançou a cabeça em desaprovação: – Você tem que controlar sua fúria, guerreiro. Ela põe todos nós em perigo se você não aprender a dominá-la. – Dehrik não disse nada. – Eu posso ajudá-lo, se você quiser aprender, – o mestre ofereceu.

Eu aceito.

Isto parece um casamento, – Pantara riu.

E não deixa de ser, – disse Chun Li.

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Este conto é parte integrante do suplemento Segredos da Shadaloo.

Chun-Li e Dhalsim 

Renascimento da Honra

Renascimento da Honra

Lutem – gritou o mestre.

Jackson começou a circular seu jovem oponente. O garoto tinha vivido e estudado com o Mestre por vários anos. Ele era rápido, e sua técnica tinha evoluído muito. As mãos do garoto se ergueram na tradicional posição de defesa do estilo da cobra de Kung Fu. Então o mestre já havia compartilhado este sistema da cobra com o rapaz, pensou Jackson. Ele se lembrou de seus próprios anos de espera para aprender este conhecimento com o mestre, e agora o garoto também o sabia.

O garoto avançou rapidamente no caminhar serpenteante da cobra, suas mãos golpeando como cobras gêmeas. Jackson andou em círculo para evitar os golpes do rapaz. Esquivou de uma das mãos, mas sentiu a outra atingir um ponto de pressão em seu braço.

Hambúrgueres demais, Sr.Jackson — riu o mestre.— Deixam você mais lento.

A determinação de Jackson ficou aparente em sua face contraída, O braço estava ficando paralisado. Teria o mestre começado a ensinar ao rapaz a técnica do Dim Mak?

Quando o garoto avançou novamente, Jackson o recebeu com um soco reverso rodado. O golpe do garoto foi mais rápido, resvalando nas costelas de Jackson antes que o soco reverso acertasse sua cabeça e jogasse o jovem no chão. Sentindo a excitação da vitória iminente, Jackson pulou um determinado ponto ao longo da coluna do garoto, esticou a sua própria mão para o golpe do dedo-serpente e atingiu o ponto de pressão.

Por um instante, nada aconteceu. Jackson estava agachado sobre o rapaz e confuso. O golpe deveria ter induzido uma paralisia instantânea e indolor. Será que a técnica dele tinha se tornado tão desleix…?

Então o garoto começou a gritar em agonia e rolar no chão, colocando as mãos nas costas. Seu corpo se contorcia em uma série de espasmos que pareciam querer rasgá-lo em pedaços.

Jackson ficou ali parado, paralisado de terror. O que ele tinha feito com o garoto?

O mestre empurrou Jackson de lado e ajoelhou junto ao rapaz. As mãos do velho começaram a massagear certos pontos ao longo das costas e pescoço do garoto. O mestre estava aplicando seu próprio Chi aos pontos vitais do jovem estudante, tentando restaurar o dano que Jackson havia provocado. Finalmente, o garoto parou de gritar e a tensão da dor deixou seu corpo. O mestre rolou o garoto para que ficasse deitado de costas e inspecionou os olhos e língua.

Você ficará bem agora, Pao — disse o mestre suavemente. — O golpe do Sr.Jackson foi usado no momento inadequado. Aproveite este momento como uma lição das conseqüências do uso impróprio do golpe Dim Mak, e da importância em saber como curar o corpo antes de aprender como destruí-lo.

Jackson se afastou, xingando a si mesmo. Lembrava agora que o golpe espinhal do Dim Mak causava paralisia apenas durante as horas da noite, quando o Chi do corpo estava começando a se ajustar para o sono. Usá-lo durante o dia, como Jackson havia feito, teria causado uma falha de funcionamento dos rins e uma morte lenta e agonizante se o Mestre não tivesse corrigido o dano. Fazia tempo demais desde a última vez em que Jackson estudou e treinado sua técnica de Dim Mak.

A mente de Jackson percorria os últimos três anos desde que ele tinha deixado a casa de Mestre Kwan. Foi um turbilhão de aberturas de academias comerciais e aulas para iniciantes na arte do kung fu. A primeira escola tinha sido bem sucedida demais, e Jackson foi atraído para o lado comercial das artes marciais na América do Norte. Ele tinha aberto escola atrás de escola, deixando que seus estudantes mais graduados as dirigissem mais como negócios do que como centros de aprendizado.

Mestre Kwan acompanhou Jackson até a sala de treinamento:

Sr.Jackson, siga-me, por favor— pediu o mestre.

Jackson seguiu Mestre Kwan através de uma porta que levava a um pequeno quarto de meditação, ao lado do salão principal de treinamento. O quarto era pequeno e repartido por telas de papel. De costas para uma representação de um serpenteante dragão chinês, Mestre Kwan olhou profundamente nos olhos de seu antigo estudante antes de falar:

Jackson Repreendido

Maurice, o que aconteceu com você?

Jackson balançou a cabeça: — Eu não sei, Mestre Kwan. Foi um acidente, você sabe. Deixei-me levar pela empolgação do combate. O garoto é muito bom, e acho que me senti desafiado.

O mestre olhou para Jackson com seriedade:
Maurice, você tem em suas mãos um antigo e mortal segredo que pode facilmente ser usado para causar grandes desgraças. Mesmo nas suas mãos desleixadas, o Dim Mak se tornou uma arma que pode disparar por acidente a qualquer momento. Você perdeu o seu sentido de propósito — sua dedicação. Você não é mais o estudante que eu um dia conheci.

As palavras do mestre feriram Jackson mais profundamente do que qualquer soco ou chute jamais havia feito.Kwan continuou:

Quando vim para os Estados Unidos, encontrei um jovem rapaz cheio de raiva, cansado da pobreza. Vi o garoto se tornar um homem e dei a ele o maior tesouro que eu tinha. Eu dei a ele o conhecimento do meu kung fu e a técnica secreta do Dim Mak. Agora esse homem se foi, em seu lugar está você, com suas correntes de ouro e carros caros. Você, que vendeu meu tesouro para todos que pagaram pelo programa de treinamento. Está ocupado demais ganhado dinheiro para até mesmo cuidar da sua família. Você golpeia calculadoras mais do que tábuas. Você, Sr.Jackson, perdeu a honra e a dedicação da arte.

Jackson uma vez mais se sentiu como o jovem e violento brigão que tinha entrado na casa de Mestre Kwan anos antes. Sua fúria transbordou:

O que você sabe, velho? — ele gritou. — O que sabe sobre meus sonhos? Eu criei dez escolas que ensinam sua arte. E qual foi à gratidão que recebi de você? Fique com sua honra. Não preciso aturar isso de você. Já engoli sua “sabedoria” por tempo demais. Você não sabe de nada.

A tristeza tomou a face de Mestre Kwan:

Então deixe a minha casa, Maurice Jackson, e não volte até que seja senhor de si mesmo uma vez mais. Devo fazer com que Pao sobreviva a este treinamento, para que alguém possa ensinar meu kung fu honradamente.

Jackson passou furiosamente pelo ancião, batendo a porta com força. Ele cruzou o salão de treinamento, passando por Pao que o olhava chocado. Jackson deixou a casa e marchou pela empoeirada estrada de terra até seu Porsche conversível. Pulou no carro, ligou o motor e arrancou.

A casa de Mestre Kwan ficava no topo de um penhasco com vista para o Oceano Pacífico. A estrada que levava para casa seguia ondulante até o acidentado topo do penhasco, partindo da estrada principal lá embaixo. A raiva de Jackson impulsionava uma corrida alucinada até a estrada principal. Ele fez uma curva fechada e teve que girar o volante totalmente para evitar uma colisão com uma van que quase o atingiu. Jackson desviou e passou pela van, dando uma olhada para trás para observar o grande veículo preto enquanto ele subia pela estrada. Jackson atingiu a rodovia principal e partiu a toda velocidade pela via expressa costeira, indo para longe da casa onde havia passado tantos bons anos de sua vida.

 

 

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Felipe D'aragon

Boa Tarde, Sr.Kwan — disse o homem com forte sotaque de espanhol castelhano.

O terno feito sob encomenda remetia à aristocracia européia. Diversas pessoas entraram pela porta atrás dele, formando uma falange de homens determinados usando ternos escuros.

Sou Felipe D’Aragon. Fiz uma longa viagem para vê-lo.

Mestre Kwan silenciosamente se curvou para Pao,sinalizando o fim do exercício deles. Pao se curvou e caminhou para a borda da área de treinamento enquanto Mestre Kwan se virava para o espanhol.

Eu me lembro de suas cartas, Sr. D’Aragon. Infelizmente sua viagem foi um desperdício. Minha posição não mudou. Eu não ensino a arte do Dim Mak para estranhos, e certamente não para estranhos conhecidos como assassinos da Shadaloo!

Que infelicidade. Não acredito que perceba o quão preciosa é a sua arte do Dim Mak para mim. Com ela eu poderia desafiar Vega, aquele tolo vaidoso, e me tornar à nova mão-direita de Bison. Mas não importa se você não vai me ensinar a sua arte, você vai  morrer com ela. Este é o decreto do Senhor Bison.

Estou velho, mas ainda posso lutar quando preciso.—respondeu Mestre Kwan.

Oh, é mesmo? — debochou D’Aragon. — Você está velho demais para atingir alguém treinado na arte do ninjutsu. Como pode o seu Dim Mak ajudar você se não pode me tocar?

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Jackson olhando por do sol

Jackson olhou para o horizonte debruçado sobre a grade de proteção da rodovia. O local oferecia uma vista espetacular do Oceano Pacífico. Ele novamente recordou os eventos dos últimos anos. Sua preocupação com seu crescente negócio tinha no fim o levado ao divórcio. Não conseguia lembrar quando havia visitado a filha pela última vez. Mas, cara, ele estava rico agora. E você não vê muitos caras negros dirigindo escolas de kung fu em São Francisco.
Suspirou pesadamente. No fundo do coração sabia que não valia a pena. Queria ensinar a alegria e beleza do kung fu, mas ao invés disso havia se tornado um homem de negócios. Ao longo dos anos, seu regime de treinamento rigoroso foi reduzido a malhações esporádicas espremidas entre compromissos de negócios. As pessoas e a arte que ele amava estavam longe dele agora. Mestre Kwan estava certo. Ele havia abandonado o caminho da honra.

Imediatamente após esta conclusão, Jackson sentiu seu espírito se renovar. Uma calma que não sentia em anos entrou em seu corpo. Tinha que retornar para o Mestre Kwan e se desculpar. Tinha que retornar para a vida de um guerreiro.

Quando Jackson estacionou junto à casa, o sol estava se pondo no oceano, criando grandes sombras sobre o chão. A van preta estava estacionada junto à casa e diversos homens de terno estavam de pé ali ao lado, discutindo em  algo que parecia espanhol. Assim que Jackson estacionou, eles ficaram atentos e gritaram um alerta em direção à casa. Jackson sentiu desastre a caminho.

Saltou do Porsche e caminhou rapidamente para a casa:

O que está acontecendo aqui? — gritou. Um dos homens ficou diante dele e colocou a mão no ombro de Jackson: — Não entre.

Saia da frente. Estou em casa aqui, você é o estranho.

Volte para seu carro bonito e saia daqui. — rosnou o estranho com forte sotaque espanhol.

Jackson atacou como uma víbora. Seus dedos atingiram o braço que segurava seu ombro, acertando um ponto vital abaixo do cotovelo do homem. Ele gritou quando perdeu os movimentos e sensações do braço. Jackson o empurrou para o lado e estava prestes a entrar na casa quando outro homem emergiu.

O novo homem era obviamente o líder. Vestia um terno mais fino e mantinha ar de autoridade. Limpando com um lenço branco o sangue da lâmina de uma espada embutida em uma bengala, o homem olhou despreocupadamente para Jackson.

Jackson deu um passo para trás e examinou o recém-chegado. O espanhol olhou para seu companheiro, que segurava o braço paralisado e gritava. Sorriu:

Você deve ser Maurice Jackson.
Sou. Como você me conhece?
Sempre pesquiso os amigos e parentes daqueles que mato. Algumas vezes o seqüestro proporciona uma excelente vantagem.

Jackson subitamente se sentiu mal. Passou correndo pelo espanhol e entrou no salão de treinamento. No centro da área de treino estava o corpo morto de Mestre Kwan. O corpo do jovem Pao estava jogado em um canto.

Kwan não quis me ensinar o que eu queria aprender. — disse o espanhol enquanto seguia Jackson até o salão.
Talvez você seja mais razoável. Meus mestres na Shadaloo me instruíram a adquirir os segredos do Dim Mak, ou extinguir o conhecimento da terra.
Seu maldito filho da
Calma, Não perca o seu autocontrole comigo, Sr. Jackson, ou irá lamentar as  conseqüências. Sou Felipe D’Aragon, ninja e assassino da Shadaloo. Seu mestre não pôde me Derrotar, e você seria um alvo fácil. Quero que me ensine o Dim Mak — continuou o ninja. — Posso fazer com que valha a pena para você, Jackson. Gosta de dinheiro, não? Você largou sua esposa, então talvez algumas garotas bonitas excitem você, certo? Posso arranjar isso. Eu conheço o seu tipo, Jackson. O caminho marcial trouxe a você dinheiro, poder e fama. Pessoas como eu e você estão destinadas a possuir o conhecimento e poder. Dê o seu preço, Jackson.

Jackson caminhou até o corpo de seu mestre morto, O velho estava enrijecido. O sangue formava poças ao redor do seu corpo, oriundo de dúzias de cortes nos braços e nas pernas. O ninja havia aplicado uma morte lenta. Jackson se virou para o ninja e começou a tirar a jaqueta:

O antigo Maurice Jackson poderia ter aceitado sua proposta, Sr. Assassino da Shadaloo, mas não este homem. Este Maurice Jackson fará com que pague pelo que fez.

Que bravas palavras. Infelizmente, já sujei minhas mãos hoje. Não tenho intenção de ficar suado matando você. Homens, matem-no lentamente.

Jackson e os Capangas de Daragon

Os espanhóis — quatro, no total — sacaram facas de seus casacos e avançaram sobre Jackson. Eles começaram a circundá-lo, enquanto D’Aragon observava.

Jackson assumiu a base do kung fu do tigre. Assim que os homens saltaram sobre ele, virou-se para dois deles e rugiu. Chi subiu em sua garganta, amplificando o grito para um ruído trovejante. Os dois homens, atordoados pela força do grito, caíram.

Jackson saltou sobre um dos outros dois que avançavam, girando no ar para cair atrás de um deles. Chutou-o nas costas, fazendo com que voasse através do salão de treinamento.

O quarto homem avançou, golpeando com a faca. Jackson saltou para longe da lâmina e então pulou de volta para cima dele, rasgando o peito do homem com garras de tigre. O homem gritou quando sua jaqueta, camisa e pele foram rasgadas. Jackson concluiu a luta com um chute circular na cabeça.

Os outros dois homens haviam se recuperado do grito e avançaram correndo sobre Jackson. Ele agachou, calculando sua aproximação, e então saltou no ar atacando com as duas pernas. Os chutes atingiram os homens na cara, arremessando-os para a inconsciência.

Tigre Voador Sai da Caverna

Tigre Voador Sai de Sua Caverna — disse Maurice enquanto encarava D’Aragon, dando as costas para os quatro corpos caídos. — Isto é parte do treinamento básico do kung fu do tigre. Estou surpreso que seus homens sejam tão mal treinados.

D’Aragon riu:

Substituir esses idiotas é barato. Existem muitos toureiros cansados na Espanha, loucos pela chance de se igualar a Vega. Sempre Vega. — o espanhol cuspiu enquanto dizia o nome. — Bem, terei que lidar com você pessoalmente.

D’Aragon tirou o casaco e fez golpes no ar com a espada. A fina lâmina silvava conforme dançava nas mãos do ninja. Satisfeito, D’Aragon caminhou calmamente até Jackson.

Jackson mal viu a shuriken a tempo, D’Aragon jogou a lâmina em forma de estrela com sua mão livre enquanto avançava, tentando pegar Jackson despreparado. Jackson se encolheu na “Serpente Armando o Bote”, saindo de lado quando a lâmina passou voando perto de seu peito.

Então D’Aragon saltou sobre ele. Jackson se jogou para trás na Queda do Tigre Ferido, mas o espanhol era rápido e a espada desenhou uma linha de sangue sobre o peito de Jackson,

D’Aragon riu como um gato brincando com um rato:

Você é ainda mais lento que o velho, Jackson.

 

O ninja saltou novamente, cortando o ombro de Jackson antes que ele pudesse rolar para longe da lâmina. O coração de Jackson estava batendo forte. Devia ter sido assim que ele matou Mestre Kwan, pensou Jackson. Um golpe após o outro, como um toureiro enfiando espada após espada em um touro que ataca sem pensar. Jackson tinha que ser mais esperto que isso.

D’Aragon saltou novamente, mas desta vez Jackson rolou sob ele e chutou para cima, atingindo D’Aragon na perna. O ninja se divertiu com o golpe que havia apenas resvalado.

Talvez você me proporcione algum desafio, afinal de contas. — disse D’Aragon. — Mas terá que fazer melhor do que este chute patético se quiser… quiser.., me deter…

O ninja começou a mancar enquanto olhava para a própria perna. Os músculos tremiam incontrolavelmente onde o chute de Jackson havia tocado. A perna de D’Aragon começou a ter espasmos; então a outra perna começou a ter espasmos também, derrubando o ninja no chão.

O que fez comigo? — gritou D’Aragon.

Dim Mak. — disse Jackson. — Os pontos de pressão do kung fu da cobra. Você queria tanto, agora você o tem, Suas pernas nunca mais se moverão, ninja. Seus dias de matança estão acabados.

Eu matarei você por isso! — esbravejou D’Aragon.

Vou chamar a polícia. Não saia correndo — replicou Jackson quando saiu do salão.

Eu matarei você por isso! Você não se livrou de Felipe D’Aragon ou da Shadaloo! — gritou o ninja enquanto Jackson se afastava.

* OBS: Este conto é parte integrante do Módulo Básico de regras de Street Fighter: O Jogo de RPG.