Conspiração Total

Capítulo V: Grandes Revelações

 

Japão, Okinawa, 27 de Abril de 1987

 

Hwoarang acabara de acordar, um pouco assustado, como de costume. Olhou e viu Kim, seu pai, do seu lado. Então olhou para a janela e pôde ver o mar. Com certeza já estava chegando em Okinawa.

Desde que saiu do time, Hwoarang não parava de pensar em lutar novamente, em voltar para o próprio time! Infelizmente, não ia ver a força de Kaneda ainda, mas com certeza teriam uma grande luta. 'Esse treinamento pesado valerá a pena!', pensava.

Hwoarang observava o mar e o sol nascente com um ingênuo sorriso no rosto. Ele enfim teria de volta um sentido para sua arte, para sua vida. Enfim teria. Enfim venceria Kaneda!

 

Enquanto isso, em Tóquio, Kaneda e Iori caminhavam pelo centro da cidade. Ambos olhavam para os caminhos que faziam parte de suas vidas anteriormente. O ar matinal da capital era bem fresco, mas a corrida frenética de seus moradores chegava a incomodar. Logo tiveram que se separar.

– Kaneda?

– Ahn? O que houve, Iori? – Kaneda virou-se bruscamente.

– Bom, eu já vou indo. Vou passar no dojô de Yamazaki-sama, e também tenho que ver minha mãe. Nos encontramos amanhã, às 10:00h no aeroporto, certo?

– Tudo bem!

Kaneda começou a se encaminhar para o seu antigo bairro. Muitos o olhavam assustados, após reconhecerem o antigo garoto brigão que aqui morava. Kaneda apenas retribuia suas faces de espanto com um sereno sorriso. Logo chegou. Kaneda entrou, e foi recebido com um abraço pela mãe. Após um dia inteiro de paparicos, Kaneda enfim tocou no assunto principal.

– Mãe, foi muito bom revê-la, mas tenho que fazer uma coisa antes de partir.

– O que houve, filho? – disse ela, com um ar preocupado.

– A senhora se lembra das antigas provas e documentos que o papai trouxe para casa e deixou umas cópias na delegacia, sobre a Yakuza?

– S-sim... O que quer com elas?! – o seu humor estava mudando.

– Eu preciso delas, mãe... Eu tenho que acabar logo com isso!

– Filho, não... Eu não vou suportar... Eu já perdi seu pai e não quero te perder da mesma maneira!

 

Kaori caiu em prantos. Ela sempre soube que Kaneda queria lutar contra a Yakuza e vingar seu pai, mas nunca esteve preparada para este momento. Nunca esteve preparada para essa tensão que a consumiria por muito tempo. Kaori continuou chorando, abraçada nas pernas do filho, de joelhos no chão.

– Mãe, a senhora tem que entender...

– Entender o quê?! Não faça isso, meu filho, eu lhe imploro... – o choro aumentava.

– Mãe... A senhora sabe que de uma forma ou de outra irei lá... É melhor que eu vá sabendo o que esperar do que às escuras.

– Por que você faz isso comigo?! – Kaori continuou chorando.

Kaneda, sem saber o que fazer, abraçou sua mãe fortemente. Ela começou a soluçar. Mas Kaneda estava decidido. Enquanto a abraçava, olhou para o sol poente pela janela, e se lembrou de seu pai. Kaneda também se lembrou de Key. E se lembrou que só estaria completo quando honrasse sua família e vingasse seu pai!

 

No dojô de Yamazaki, Iori ainda olhava pra ele. Seu corpo já estava muito ferido, mas ainda assim queria continuar. Yamazaki, sem um arranhão, olhou para Iori com olhos furiosos, e partiu para cima do pupilo. Ele avançou com um poderoso Soco do Dragão, que Iori finalmente pôde defender. Iori então investiu, atingindo-o com o seu Soco do Dragão. Com o soco Yamazaki caiu longe, levemente ferido.

– Pensa que isso adianta? Lute de verdade, Iori!

– Ah, agora você vai ver!

Yamzaki partiu com um forte soco, repleto de chamas. O ataque atingiu o peito de Iori, que cambaleou. Mas Iori usou as últimas energias que lhe restavam e usou um poderoso golpe. Ele se levantou do chão e atingiu seu mestre inúmeras vezes com seu Chute Furacão. Yamzaki, após o forte golpe, fez um sinal com a mão pedindo para Iori parar.

– Muito bem, meu aluno! Agora vejo que mereceu vencer o último torneio.

– É... Mas ainda quero lutar com Kaneda! – a ambição de um jovem lutador tomou os olhos de Iori.

– Bom, acho melhor que vá. Precisa ainda pegar os documentos com sua mãe, certo?

– Ah é, já ia me esquecendo! Então até mais, Sensei!

– Até Iori! E volte sempre. – disse Yamazaki, abraçando-o.

Iori partiu, vendo que o sol agora se punha, e que teria menos tempo que o planejado. Em pouco tempo já estava na casa de sua mãe, que ficava perto do dojô de Yamazaki. 'Como devia estar Kaneda?'. 'Teria conseguido?'. Esses pensamentos povoavam a mente do jovem Iori.

 

– Filho, isso é tudo que seu pai deixou. – disse Kaori, entregando os papéis para Kaneda.

– Obrigado, mãe. – Kaneda os apanhou e a abraçou.

– Mas você já tem que partir? Podia ficar até amanhã...

– Sim mãe, isso já estava em meus planos.

Kaneda sorriu, e logo estava entrando na banheira de água morna que Kaori havia preparado para ele. Teve uma ótima noite, feliz com as últimas realizações em sua vida. Sonhou com Key. Mas o tempo não para, e logo Kaneda acordou. Se vestiu e enfim se despediu da mãe.

No aerporto, Kaneda e Iori enfim se encontravam. Estava um dia nublado e frio. Isso sugeria que seria triste, que não teriam conseguido. Iori, sentado num banco, nem percebeu a aproximação de Kaneda, que já imaginou o motivo de sua face triste.

 

– Iori, aqui está você!

– Hein?! Ah, é você Kaneda... Conseguiu? – se assustou, mas logo ficou com a expressão triste novamente.

– Sim! Mas e você?

– É, consegui também...

– Mas então por que está triste, Hakushu? – Kaneda não entendia.

– É quê... Sabe... Está tão perto de acabar... Eu tenho a Kimberly, mas quando isso tudo acabar, não terei mais um sentido na minha vida... Um motivo para a minha existência...

– Ah Iori, não fique assim! – Kaneda tentava consolá-lo.

Logo pegaram o avião e voltaram para Okinawa. Foram bem recebidos, houve um bom jantar. Kaneda se matriculou numa autoe-escola, e para a surpresa de todos, comprou uma Kawazaki Ninja! Iori, que já sabia andar de moto, fez o mesmo. Algum tempo se passou, Kaneda já estava com sua carteira de motorista. Graças a Kim entraram em mais um torneio, em Las Vegas.

 

EUA, Las Vegas, 15 de Junho

 

Kaneda, Iori e Hwoarang aguardavam ansiosos pelo início de sua luta. Dessa vez, infelizmente teriam que lutar em desvantagem numérica, o que poderia sair muito caro. Key e Kimberly assistiam na arquibancada do grande ringue de boxe que sedia este torneio de street fighting. É uma noite quente, e espectadores, apostadores e participantes chegam a todo momento.

Enquanto Hwoarang e Iori trocam insultos, como de costume, Kaneda observa atentamente dois lutadores que não param de olhar para o time. Após algum tempo, enfim eles se aproximam. Kaneda estranha, e pede que os amigos parem de brigar e prestem atenção. Os dois enfim chegam.

– Kaneda Jones? – disse o mais alto.

– O quê? Como me conhece?

– Haha, sabemos muito mais do que imagina, jovem karateca.

– Ei, quem são vocês? – perguntou Iori, se intrometendo.

– Meu nome é Ryuji, e o dele é Tetsuo. É só isso que precisam saber sobre nós.

– Eu nem sei quem vocês são, mas o que querem com Kaneda? – perguntou Hwoarang, também se intrometendo.

– Kaneda e Iori Hakushu, precisamos conversar com vocês a sós. – disse o outro, que enfim proferiu alguma palavra.

– Ah tá, já entendi! – disse Hwoarang.

 

O coreano saiu bravo; odiava não saber o que estava acontecendo. Caminhou um pouco e foi comprar algo para beber. Viu muitas bebidas, mas nenhuma o agradou. Enfim viu uma lata vermelha bem escondida. Com certeza era a última.

– Ei, barman, me dá aquela Coca-Cola ali!

– Está com sorte, rapaz! – disse o barman abrindo a lata, que era mesmo a última.

Hwoarang pagou e saiu. Ainda viu os dois ouvindo os desconhecidos atentamente. Ele resolveu ir falar com Key e Kimberly.

– O que houve, Hwoarang? – perguntou Key.

– Ih, nem sei, gata... Aqueles caras me tiraram de lá rapidinho... – disse, coçando a cabeça.

– O que está havendo...?

– Ué, tem algo estranho... – disse Kimberly. – Iori parece estar... bravo!

Quando ela proferiu a última palavra, Hwoarang se virou e viu Hakushu saltando sobre um deles, o mais alto, derrubando-o no chão. Todos que passavam por lá pararam para olhar. Kaneda não fez nada, e então Hwoarang percebeu que seu amigo estava consentindo com isso.

O coreano saiu, mas antes ainda deu a lata quase cheia para Key ('Pode ficar com isso!'). Quando Hwoarang chegou, Iori já tinha se levantado, e Ryuji também fazia o mesmo.

 

– O que houve? – perguntou Hwoarang, não contendo mais a curiosidade.

– Esses caras... Eles que mataram o Matt, e também o Chong-Li!

– É isso aí... Mas ainda acho que merecem muito mais! – disse Iori, ainda muito bravo.

– Mas eles estão dizendo que não são mais da Yakuza... Esse aqui – disse Kaneda, apontando para Ryuji – ainda disse que seu pai foi morto apenas porque falhou numa missão, e que só agora ficou sabendo disso. Mas acho que isso é só para atingir Iori e a mim!

Era raro ver Kaneda nervoso e gesticulando. Hwoarang sabia disso. Os dois tinham tocado na maior ferida do coreção de Kaneda. Por um instante Hwoarang o entendeu. Mas mudou de idéia quando olhou para Ryuji e viu uma lágrima escorregando pela sua face branca.

Com certeza, se era um Yakuza, poderia fazer isso apenas para persuadir os outros. Mas Hwoarang sentiu que falava a verdade. Ele não sabia o que fazer, e acabou se virando para Kaneda. Hwoarang viu que ele também tinha percebido a lágrima. Iori ainda bufava, e nada havia percebido. O elementalista do fogo ainda quis socar mais uma vez Ryuji, mas Kaneda o deteve.

– O que houve, Kaneda? – questionou Iori, com um ar indignado.

Kaneda nada falou. Iori apenas olhou para Ryuji e também percebeu que este falava a verdade. Tetsuo parecia não entender nada, e ao ver a lágrima, ficou mais confuso ainda.

Algumas horas depois, os quatro se posicionavam para a primeira luta. Na cabeça de Ryuji não paravam de soar a últimas palavras de Kaneda. 'Mostrem seu valor e entrarão para o time assim como querem!'. Kaneda aguardava no banco, enquanto Ryuji, Tetsuo, Iori e Hwoarang lutavam.

Já nos primeiros golpes pôde perceber a grande perícia de Ryuji e Tetsuo em artes marciais. Tetsuo ainda era um pouco fraco, mas Ryuji acabou com seu adversário muito rapidamente! Hwoarang e Iori terminaram logo depois. Mas Kaneda percebeu que seus amigos poupavam forças. Enfim Tetsuo terminou, muito ferido.

 

– E então Kaneda, podemos entrar? – perguntou Ryuji, com um sorriso confiante.

– É, apesar do seu amigo ainda ter muito a aprender, aceitaremos vocês sim! Além disso, serão de grande ajuda na luta contra a Yakuza. Não é pessoal?

– Sim! – as vozes de Iori e Hwoarang soram em uníssono, em contraste com suas constantes brigas.

Mais lutas ocorreram, e a noite terminou com mais uma vitória do time "Tigres e Dragões". Na madrugada, quase ninguém podia dormir no andar em que se hospedaram no hotel. No quarto de Kaneda, ele, Key e Hwoarang se divertiam um pouco com música, pizza e Coca-Cola! Já no quarto de Iori, a festa era particular, entre e Kimberly. E no quarto de Ryuji, ele e Tetsuo terminavam uma longa conversa.

– Então está certo. Ganhamos a confiança deles e começamos a missão. Mal sabem que a Yakuza nunca será destruída, não é Ryuji!

– É... Eles deviam ter se esquecido de tudo, nunca deviam ter entrado no street fighting! – disse Ryuji, um pouco sonolento.

– Logo faremos a grande emboscada!

– Tudo bem, agora vá dormir, Tetsuo. Você fala muito alto.

 

Japão, Okinawa, 2 de Julho

 

Hwoarang e Kaneda treinavam quando a noite já havia chegado. Kim e Takashi ministravam o treinamento, mostrando as falhas de seus pupilos. Já Iori trocava alguns golpes com Ryuji, sem nenhum compromisso. Kimberly assistia, muito empolgada. Na cozinha, Key preparava o jantar, e também tentava se livrar do assédio de Tetsuo.

– Está muito bonita hoje, Key.

– Obrigada... Os outros estão treinando lá fora, por que não aproveita o momento? – disse ela, com uma rispidez nunca vista antes em suas palavras.

– Não, por hoje chega. Agora quero fazer um pouco de compania para você.

– Olha, não quero ser antipática, mas odeio conversar enquanto cozinho!

– Tudo bem, eu fico quietinho!

– ...

Poderia parecer estranho, mas as cantadas de Tetsuo estavam se tornando cada vez mais constantes. Key achava que não devia dizer para Kaneda, pois o time sempre vinha em primeiro lugar. Ela ainda estava muito tensa com a presença de Tetsuo, temendo que ele tentasse algo. E Key estava certa:

– Key, o que o Kaneda tem que eu não tenho?

– Hein? Isso é pergunta que se faça?

– Sabe, você ainda nem conhece minhas qualidades...

Tetsuo falou e foi se aproximando. Key ainda tentou se afastar, mas atrás dela estava a parede. Ele a pressionou contra ela e tentou beijá-la. Key virou o rosto, e ainda pôde emitir um som, um começo da palavra "pára". Mas não foi preciso terminar de falar. Cinco bolas de fogo apareceram do nada, e três delas atingiram as costas de Tetsuo, que caiu no chão. As outras duas acertaram duas panelas, que foram destruídas instantaneamente.

 

– Você é louco, Tetsuo?! – disse Kaneda, que entrava pela porta quando viu a cena.

– Kaneda! – Key se aproximou e o abraçou.

– Que isso sirva de aviso. Da próxima vez não vou conter o golpe!

Todos olhavam assustados do lado de fora. Tetsuo se levantou muito envergonhado, e se dirigiu para o seu quarto. Kaneda se virou para os amigos, e calmamente os chamou para o jantar, que já estava pronto. Todos comeram. Algum tempo depois, Kim se lembrou que ia passar a final do Torneio dos Guerreiros Mundiais. Ele foi correndo sintonizar a televisão no canal pirata, e todos foram atrás.

Kimberly consolava Key, e ambas decidiram ficar juntas o tempo todo por causa desse tarado! Logo depois a final estava começando. Apenas três câmeras estavam filmando-a, pelo local de difícil acesso escolhido pelo Grande Mestre Sagat.

Enfim a luta começou, e Takashi, Kim, Kaneda, Hwoarang, Iori e Ryuji grudaram os olhos na telinha. Após alguns golpes trocados, pôde-se ver que Ryu, o desafiante, não deixava a desejar!

– Uau, esse karateca é bom! – disse Iori.

– Sagat já perdeu.

Todos olharam assustados para Takashi, por sua última frase proferida. Mas após um gesto dele próprio, voltaram-se para a TV novamente. A grande tempestade que acontecia no local (um lugar perdido na zona rural australiana) fazia com que a transmissão se perdesse por alguns milésimos por várias vezes seguidas.

Ambos os lutadores já estavam muito cansados. Ryu parecia esperar por um ataque. Sagat saltou sobre, para acertar uma forte voadora em sua face, talvez tentando iniciar uma combinação de golpes. Mas Ryu o acertou primeiro, jogando-o longe com seu Soco do Dragão.

O golpe foi muito rápido, e deu para ver o salto de susto de Iori de na sala na hora em que foi desferido. Sagat não se levantou mais. Todos olhavam assustados para a telinha. O juiz foi se aproximando, caminhando contra os fortes ventos e finalmente declarou a vitória de Ryu. Todos na sala ainda estavam assustados.

– Como... Como você sabia, Takashi? – perguntou Kim.

– É simples. Esse é Ryu, aluno do grande Gouken, que foi um rival meu nos tempos passados. Sempre tivemos duras lutas, mas o vencedor final foi Gouken. Logo pude analisar a capacidade de Ryu, e já imaginei os ataques que iria usar. Com certeza venceria. E Ryu é melhor que Gouken!

– Impressionante... – disse Kaneda, quase sussurrando.

 

Após a luta, todos foram se dispersando, voltando a fazer o que estavam fazendo. Para eles, pouco havia mudado. Mas não somente para Sagat e Ryu, e sim para milhares de jovens e para dois estilos de luta havia mudado a história. Um novo caminho agora era tomado.

 

Japão, Okinawa, 7 de Julho

 

Key havia acabado de acordar. Procurou Kaneda ao seu lado, mas não encontrou ninguém. Ela olhou pela janela e viu o dia lindo que estava começando. Logo a porta se abriu, e Kaneda trazia o café na cama para Key. Se beijaram, e ela logo comeu tudo. Depois, pareceu entristecer-se.

– Kaneda, eu preciso te contar uma coisa...

– O que houve, amor? – perguntou ele, ainda muito doce.

– É quê... Ai, droga...

– Key, você não confia em mim? Conta logo.

– Você promete que não vai ficar bravo?

– Depende. O que houve? – Kaneda começou a ficar sério.

– Bom, vou contar logo, né? – ela suspirou. – Estou grávida!

– O quê? Ah, acho que você andou falando demais com a Sra. Kaori, certo?

– O quê? Do que estava falando?

– Já sei: minha mãe mandou você inventar isso pra eu desistir da missão, não é!

– Você não acredita em mim mais, Kaneda?! Aqui está o exame, droga! Estou grávida de um mês!

Key jogou o papel em cima de Kaneda e saiu correndo chorando. Kaneda viu e ficou muito arrependido pelo que disse. Com certeza, a vingança de seu pai estava deixando-o cego para outros assuntos. Estava fazendo-o cometer erros como esse. Além disso, um filho mudava tudo. Kaneda não poderia mais se arriscar como antes. Ele se levantou, pegou sua moto e foi dar umas voltas, para esfriar a cabeça.

Quando Kaneda voltou, encontrou Key conversando com Hwoarang na sala. Sua entrada interrompeu bruscamente a conversa, e os dois ficaram esperando ele dizer algo. Key não se conteve e saiu correndo, saltando para os braços do seu amor.

– Me perdoe, Kaneda! – ela começou a chorar. – Eu devia ter te preparado para a notícia antes!

– Não Key, a culpa foi minha. – Kaneda passou a mão em sua barriga, que agora carregava um filho seu. – Eu vou desistir da vingança!

– O quê?! – as palavras saíram da boca de Hwoarang quase que instintivamente.

– É isso mesmo...

 

Kaneda então saiu. Hwoarang e Key ficaram olhando, muito assustados. Ela, ainda chorando, procurou o abraço do novo amigo Hwoarang. Hwoarang a abraçou. Com certeza Key estava muito carente. E Kaneda desistindo de seu maior objetivo.

– Mais essa agora!