Conspiração Total

Capítulo XVI: Assuntos Pendentes

 

Índia, Tibete, 2 de Junho

 

O sol brilhava cedo no cume das montanhas, mas não tardava a brilhar também no vale. Quando Iori acordou, Ryuji não estava mais dormindo, e Dhalsim meditava. Um recado de Jhalsim (filho de Dhalsim) o fez ir até seu mestre.

– Sr. Dhalsim...?

– Iori. Eu quero conversar com você.

– Pode falar. – disse Iori, com alguma frieza.

– Eu quero que vá até o Japão. Seu amigo Kaneda precisará de sua ajuda.

– C-como assim, mestre?

– Lá você saberá.

– Mas e o Ryuji...?

– Ele ficará aqui. Ainda está sendo testado.

– Tudo bem, mestre. O senhor é quem manda!

Iori saiu dali transtornado. E se Ryuji sucumbisse ao Shun Goku Satsu e matasse Dhalsim? Mas o que ele não sabia é que seu mestre sabia desse risco, e queria testar Ryuji. Se ele passasse no teste, conseguiria com certeza se livrar da energia negativa. Se não passasse... Bem...

– Mestre, estou pronto!

– Certo... – Dhalsim se virou e viu Iori com uma pequena trouxa.

– ...

– Mas antes, quero que você faça uma coisa.

– O quê?

– Aqui perto, ao norte, tem uma caverna. Deve ter sentido uma grande energia ao passar por lá.

– Ah sim, a caverna sombria!

– Essa mesmo. Vá até lá e encontrará Ravana. É um ser muito antigo e poderoso. Se derrotá-lo, poderá seguir viagem. Será digno de cuidar desse templo caso algo aconteça. – disse Dhalsim, virando-se.

– Caso algo aconteça...? – Iori finalmente entendeu. – Tudo bem, mestre, eu já estou indo.

 

Iori caminhou muito pensativo. A estadia com Dhalsim o fez ficar assim, menos selvagem. Finalmente encontrou a caverna. Podia sentir uma poderosa energia. Iori entrou. Andou um pouco na escuridão. A energia já estava muito próxima. Iori viu uma luminária e colocou fogo nela. Pôde ver como era a caverna. Muitos esqueletos repousavam eternamente nela.

– Mais alimento?

– O quê?! – Iori se assustou e se virou, vendo Ravana.

Era um ser muito alto e forte, de aparência humanóide. Sua cabeça revelava duas antenas, apesar de ter barba e bigode. Ele agora obstruia a saída. Mesmo se quisesse fugir, Iori teria que lutar. Mas fugir foi a última coisa em que pensou.

– Então os monges já enviaram mais um aspirante a mestre. Mas você é bem diferente... De onde é?

– M-meu n-nome é Iori... Iori Hakushu!

– Hakushu...? Deve ser japonês... Japoneses têm a carne saborosa? Hahahahaha!

– Eu vim te vencer!

Iori partiu pra cima de Ravana, chutando-o várias vezes com o seu Chute Furacão. O gigante apenas se defendeu. Ravana o agarrou e o jogou longe, contra uma das paredes. Iori gemia, se levantando, e Rhavana tirou uma faca da roupa. Vendo isso, Iori sacou sua espada.

– Com armas, agora? – perguntou Iori, já mais calmo.

– Vamos ver até onde vai sua habilidade.

– Podia até se arrepender, mas não vai ter tempo pra isso!

Ravana atacou com sua faca, rasgando a perna de Iori. Mas Hakushu também o atacou, com um forte golpe de espada. Iori preparou um poderoso ataque, e Ravana tentou se defender. Mas Iori, já esperando isso, enfiou a espada, que atravessou seu braço e o atingiu no peito.

– Aarrrgghh! – gritou o demônio.

– Adeus. Shoryuken!

Iori acertou o Soco do Dragão no seu queixo, com a mão esquerda. Rhavana caiu longe. Não se levantou mais. Iori limpou o sangue da espada e a guardou na bainha. Se retirou, muito feliz com sua força, que estava no auge. Mas alguns minutos depois, no fundo da caverna...

– Muito interessante... Parece que chegou a hora, hahahahaha! – a gargalhada de Ravana ecoou pelas proximidades, afugentando pequenos animais.

 

Japão, Kabuki Town, Fim da Tarde de 2 de Junho

 

– Então aconteceu tudo isso desde que a Shadaloo me pegou...

– Isso mesmo, Hwoarang. – disse Cammy.

– Três anos da minha vida foram apagados... – os olhos dele se encheram de lágrimas

Cammy se sensibilizou com isso, e desde que ela achou o rapaz na Tailândia e ficou sabendo da sua história, passou a nutrir uma grande simpatia por ele. Talvez fosse mais do que isso... Ela o abraçou, tentando aplacar sua dor. Hwoarang gostou do abraço. Há muito tempo não sabia o que era isso. De repente, ela se soltou.

– Deve estar faminto!

– Ah é... É verdade. Mas nem vem querer trazer comida de hospital, heim! – disse ele sorrindo.

– Tudo bem, o que quer?

– De comer pode ser qualquer salgado... Mas de beber tem que ser Coca-cola!

– Tudo bem... – ela sorriu e partiu.

– Ah, e Cammy! – a garota parou e ficou olhando pra ele. – Obrigado por tudo. – eles trocaram um sorriso.

 

Enquanto isso, Iori finalmente encontrava a casa de Ryu. Ele pôde ver Kaneda ensinando alguns golpes para Sakura, na grama. Chun Li apenas observava, e Ryu podia ser visto no fundo, meditando numa pequena fonte. Kaneda finalmente viu Iori, e saiu correndo para cumprimentar o amigo.

– Iori!

– E aí, Kaneda, tudo bem?

– Claro! O que mais eu podia querer? – disse Kaneda, apontando para a casa. Chun Li e Sakura sorriam no fundo.

– Então toda a turma veio pra cá... E como estão vivendo?

– Está tudo bem. Só é ruim na hora de comer... O Ryu é quem costuma fazer, mas ele se esquece, e ficamos com fome um tempão. Chun Li até se arrisca às vezes na cozinha, mas não dá muito certo, hehe.

– Ei, eu ouvi! – gritou a chinesinha, enquanto Sakura deu uma risadinha.

– Legal... Eu soube que você venceu o Ryu...

– É, mas não foi uma luta justa... Ele estava com alguns problemas. – Kaneda fechou a cara.

– Sei... E também soube de Takashi. Yamazaki me contou...

– ...

– ...

– Mas e você e Ryuji, aonde estão?

– No templo de Dhalsim. Aliás, foi pra isso que vim. Dhalsim me enviou pra cá.

– Sério? O que houve?

– Eu não sei...

Kaneda entendeu, por mais estranho que pudesse parecer. Então convidou Iori para entrar, e Sakura, Chun Li e Ryu também fizeram o mesmo. Se divertiram um pouco conversando, se lembrando dos problemas passados. Riram muito.

 

– Hwoarang, sabe onde está? – perguntou Cammy.

– Num hospital!

– Ah, seu bobo... Estou falando sério.

– Ih, nem imagino, gata... New York ?

– Nada disso. Está em Kabuki Town, no Japão.

– Legal... E o que isso quer dizer? – ele nem deu muita atenção.

– Ryu mora aqui perto, na zona rural.

– E...?

– Kaneda, Sakura e Chun Li estão morando com ele! – ela sorriu.

– Sério? Que legal!

– É... Eu logo vou lá contar pra eles que está vivo. Vou falar com Sakura, pois já tenho uma certa amizade com ela.

– Sério? – Hwoarang estranhou.

– É... É que estou com você desde que te achei, na Tailândia... E, bem... – Cammy ficou um pouco envergonhada.

– Obrigado, novamente. – ele sorriu, segurando sua mão. – Mas, continue.

– Ah, sim! Um dia encontrei ela na rua, e ela me reconheceu. Então conversamos muito, e nos encontramos mais depois. Até treinamos algumas vezes.

– Que legal. Eu tenho uma amizade com Sakura. Na verdade, acho que sempre fico amigo das namoradas do Kaneda, hehe.

– ... – ela também sorriu. – Mas você já deve imaginar porque o M-12 quis te manter em segredo, não é?

– Deixa eu adivinhar... Querem me contratar?

– É!

– Sei lá, talvez eu aceite. Mas e meu pai, cadê ele?

– Depois que eu trouxer Sakura e Kaneda, eles irão avisá-lo. Mas deixa eu ir, pois acho que está louco para revê-los!

– É, estou mesmo...

 

Já era noite. Kaneda, Sakura, Chun Li e Iori ainda conversavam, mas não tão animados quanto antes. Já estavam com sono. Então perceberam Ryu saindo. Chun Li também saiu. Depois de alguns minutos, ela voltou, com um ar de preocupada.

– O que houve, Chun Li? – perguntou Kaneda.

– Ryu... Disse que tem que resolver um problema... Estou preocupada!

– Eu vou atrás dele. Vamos, Iori?

– Certo. – Iori tirou a desembanhou a espada.

– Eu quero ir!

– Não, Sakura. Fique aqui e ajude Chun Li a tomar conta da casa.

– Tudo bem... Mas, cuidado, 'tá?

– Tudo bem. – Kaneda a beijou.

Kaneda e Iori já não podiam mas ver Ryu, mas ainda sentiam sua energia. Correram muito. Então ouviram algo. 'Sinto que tem alguém aqui!', disse Kaneda. Eles pararam, um de costas para o outro. E puderam ver 10 ninjas saltando das árvores próximas.

– Quem são vocês? – perguntou Iori.

– Acharam mesmo que acabariam com o nosso cartel em Tóquio e iam ficar ilesos? – um deles falou.

– Droga, não podemos perder tempo. Alguém muito poderoso está com Ryu! – Kaneda disse.

– Mas teremos que lutar...

– Então vamos fazer isso rápido!

– OK! – disse Iori.

Iori saltou sobre seus oponenes. Golpes vinham de todos os lados, mas ele lutava com muita bravura. Kaneda apenas ficou longe dos seus, atacando com rajadas de bolas de fogo. Ele não teve muitas dificuldades, apesar de ter alguns shurikens no corpo após vencer.

Iori girou a sua espada para todos os lados. Teve muitos ferimentos. Mas Kaneda logo o ajudou. Venceram com certa facilidade.

– Bah, que lástima. – disse Iori.

Eles continuaram correndo. Enquanto isso, no hospital, Hwoarang ouve a porta se abrindo. Ele sorri, esperando que sejam os amigos. Mas não são. Quatro homens aparecem, com ternos pretos e óculos escuros.

– FBI? – Hwoarang disse, sorrindo.

– Você tem que vir conosco. Mestre Aka Zahn quer vê-lo!

– Ah, aquele babaca de novo não!

Hwoarang nem esperou que atacassem. Voou sobre um deles, se lembrando de Aka Zahn, com muito ódio. Acertou um chute duplo na sua face, e seu oponente se desequilibrou. Subiu e acabou com ele com um poderoso Chute Tesoura, acertando-o duas vezes. Caído no chão, o inimigo se desfez numa fumaça, sobrando apenas o esqueleto.

– Meu Deus... Será que acordei mesmo? – disse Hwoarang.

– É melhor ir conosco!

Hwoarang se virou e viu os outros três com pistolas sacadas contra ele. Estavam distantes um do outro. 'Droga, Kaneda podia estar aqui agora!', pensou Hwoarang. Como iria atacá-los? De repente, a porta se quebrou. Cammy saltou sobre o mais próximo e o atingiu com um poderoso Chute Voador, jogando-o longe.

Hwoarang acabou com ele enquanto ela saltava sobre o outro, jogando-o contra a parede. Ela deu mais um chute, destruindo-o. Mas o terceiro, que estava na frente da janela, atirou contra ela. Hwoarang saltou sobre ele com um Chute Voador, mas não foi rápido o suficiente. O disparo de laser atravessou Cammy, que ficou paralizada.

Hwoarang ainda teve que correr, e depois acertou o chute em seu oponente. Ele caiu do 15º andar com um grito, que foi se afastando. Explodiu ao tocar o chão, fazendo um pequeno buraco. Hwoarang se virou, e viu Cammy agonizando. Ele a pegou no colo.

– Cammy!

– Hwoarang... Kaneda... Sakura... Sakura te espera... Lá fora... Kaneda não... Estava em casa... Problema... Ryu...

– Cammy, não diga mais nada!

O coreano a pegou. Dois agentes do M-12 entraram rapidamente pelo quarto, antes que ele pudesse sair. Pegaram Cammy e a levaram. Hwoarang se lembrou do que ela disse e saiu, vendo Sakura sentada na calçada. Ao vê-lo, ela saiu correndo e pulou sobre ele, abraçando-o.

 

– Hwoarang! É você mesmo?! Ai, que idiota que sou, claro que é! Está vivo! – ela não sabia o que dizer, e já chorava.

– Sakura, como é bom te rever! – ele a abraçou.

Após alguns minutos, finalmente Sakura se acalmou. Ela falava sem parar. Hwoarang buscou um copo d'água para ela, e enfim a garota parou de falar. Ele então perguntou porque Kaneda não estava ali com ela:

– Ele não soube. Saiu com Iori atrás de Ryu. Chun Li está lá em casa. Aquela Cammy é sacana, heim! Escondeu isso da gente! Por falar nisso, cadê ela?

– Eu fui atacado. A Shadaloo ainda vive. Ela está hospitalizada agora.

– Não acredito... Isso não acaba, não? Mas vamos lá pra casa.

– A casa de Ryu?

– É. Lá a gente espera por Kaneda e Iori.

– OK...

 

Já andavam há algum tempo. Chegaram numa pequena pracinha. Depois dela, uma estrada os levaria para fora da cidade e poderiam achar a trilha que levaria até a casa de Ryu. Conversavam animadamente. Hwoarang estava um pouco preocupado com Cammy, mas o agentes disseram que ela ficaria bem.

Então se viram cercados por seis homens de ternos e óculos escuros, assim com os do hospital. Eles pediram para Hwoarang os acompanhar. De repente, ele teve um lapso de memória.

– Ah, me lembro de vocês! São Revenants, não é?

– Hwoarang...

– Sakura, está treinada? – ele perguntou.

– Sim, por quê?

– Me ajude então!

 

Kaneda e Iori ainda corriam. Finalmente encontraram Ryu. Ele estava de joelhos, ofegante, com alguns ferimentos e o sangue escorrendo pela boca. Kaneda parou na sua frente e levantou o seu rosto.

– Ryu, o que houve?

– Uma luta. Cadê o Iori, Kaneda? – ele perguntou.

– Estou aqui!

– Precisamos ir para a Índia. Precisamos impedir Dhalsim de lutar. Ele corre perigo. Akuma vai desafiá-lo! – Ryu se levantou.

– Droga! E quando poderemos ir? – perguntou Iori.

– Um avião parte às duas da manhã. Vamos.

– Ok... – disse Kaneda.

 

Índia, Tibete, Manhã de 3 de Junho

 

Kaneda, Iori e Ryu caminhavam pelas selvas. Estranharam o contínuo ataque dos animais, mas um Chi negativo pairava no lugar. Talvez isso estivesse agitando os animais. Continuaram caminhando. Enfim puderam ver o templo. Iori sentiu o Chi de Dhalsim muito fraco.

– Droga! – e saiu correndo.

 

Enquanto isso, na casa de Ryu, Hwoarag tinha um encontro emocionado com Chun Li. Ela o abraçou com força. Depois da luta com os Revenants, tinham ficado muito feridos e acabaram dormindo na floresta. Depois do caloroso reencontro, Chun Li, ainda com lágrimas nos olhos, pegou o telefone.

– Pra quem vai ligar? – perguntou Hwoarang.

– Pro seu pai! Ele vai ficar muito feliz! Mas quero fazer uma surpresa, então fale com ele ao vivo, certo?

– Ok.

– Vamos treinar um pouco, Hwoarang? – perguntou Sakura.

– Treinar...?

– É, quero ver como está o seu nível! – ela sorriu.

– Tudo bem.

Os dois subiram até a arena e começaram a trocar alguns golpes. Sakura avançou com um Soco do Dragão, defendido por Hwoarang. Ela quis chutá-lo, mas ele a acertou com seu poderoso Dankuukyaku. A jovem caiu no chão, muito ferida.

– Droga! – disse Hwoarang. – Acho que exagerei.

– Era só um... Treino...

– Vem, vou te levar pro seu quarto.

– O Kaneda via te arrebentar, heim! – ela sorriu, mesmo muito ferida.

– Você não sabe o quanto espero por isso, Sakura. – ele olhou para o horizonte.

 

Na Índia, Iori entrava correndo pelo templo. Kaneda e Ryu o acompanharam. Quando Iori entrou no quarto, pôde ver Dhalsim na cama, e Sally e Jhalsim chorando perto dele. Dhalsim sorriu ao ver Iori.

– Que bom que veio, pupilo.

– O que houve, mestre?!

– Iori, cuide... Cuide de Sally e Jhalsim por mim... – os dois começaram a chorar. – E cuide do templo...

– Sim, mestre. Mas quem fez isso?!

– ... E acabe com o mal que eu não pude vencer...

– Mas quem fez isso, mestre?! Mestre? Meeessstreeeeeeee?!

Dhalsim não teve tempo de responder. A morte veio buscá-lo. O dia passou lentamente. No fim da tarde, Ryu arrumou suas coisas. Ele disse que ia até o dojô de Gouken, para meditar. Depois voltaria para casa. Iori perguntou aos monges sobre Ryuji, e disseram que desde que Iori partiu, não foi mais visto.

Mas com a chegada da noite, puderam sentir novamente aquele Chi negativo, e estava muito próximo. Iori quis ver o que era, e Kaneda o acompanhou. Andaram pela selva, e viram Ryuji. O Chi parecia querer explodir seu corpo. Olhou com seus olhos vermelhos para Iori e o atacou, com um poderoso Soco do Dragão.

Kaneda estava um pouco longe. Iori ainda se levantava, e então foi pegado pelo Assassino do Inferno de Ryuji. A energia o feriu gravemente. Kaneda não teve tempo de fazer nada. Tudo ficou escuro para Iori.

 

– Olá pessoal. Por que me chamou aqui, Chun...? – Kim ia perguntar, mas viu Hwoarang vindo do corredor com Sakura. – F-f-f-f-ilho...? Filho, é você mesmo?!

Kim pulou sobre Hwoarang e o abraçou com muita força. Os dois começaram a chorar muito. Kim não esperava mais vê-lo novamente. Depois de muito tempo sem dizerem nada, enfim sentaram-se e começaram a conversar. Algumas horas se passaram, e já estavam com sono. Alguém bateu na porta.

– Os rapazes devem ter voltado! – disse Chun Li, correndo até a porta.

– Hwoarang, venha com a gente! – quatro Revenants entraram, se revelando como uma visita nada desejada.

– Ah, de novo não! – disse Hwoarang.

– Quem são eles, filho? – perguntou Kim.

– Depois eu explico... Vamos vencê-los, pai!

Venceram com facilidade. Aka Zahn não era bobo. Apenas enviou esses poucos homens para descobrir quantas pessoas estavam lá dentro, e quem eram. O último deles, que lutava com Kim, saltou pela janela e saiu correndo, sumindo na escuridão da noite.

– Certo... Então são Kim, Hwoarang, Sakura e Chun Li... Vamos entrar! – disse Aka Zahn.

 

– Então é isso, pai.

– Bom, que venham, acabaremos com eles! – disse Sakura.

– Então essa é sua chance.

Todos se viraram para a porta, que ainda estava aberta. Um homem muito alto, careca e com um robe de monge preto entrava na sala. Era Aka Zahn. Junto com ele, dez homens de terno e óculos escuro entravam, com armas. Hwoarang percebeu que não eram armas comuns. Eram lasers!

– É melhor se renderem. – disse Aka Zahn.

– Bobagem! – disse Kim, saltando sobre ele.

– Não, paaaaiii! – gritou Hwoarang.

Kim sentiu os dez disparos de laser atravessarem seu corpo, antes que pudesse fazem alguma coisa. Caiu no chão, agonizando. Hwoarang ia ajudá-lo, mas sofreu um ataque mental de Aka Zahn. Foi se sentindo cada vez mais fraco e submisso. Novamente perdeu o controle dos seus atos. Se viu novamente naquela sala escura, acorrentado. Aka Zahn, de pé, gargalhava. E podia apenas obedecer.

– Meu Deus... – Chun Li começou a chorar, vendo Kim morto no chão.

– ... – Sakura não pôde dizer nada, horrorizada.

– Muito bem, agora você me serve novamente, Hwoarang. Hahahahahaha!

 

Índia, Tibete, Manhã de 4 de Junho

 

Iori finalmente abria os olhos. Estava deitado. Olhou para os lados e viu Kaneda, se concentrando perto dele. Sentiu inacreditávelmente bem. Não sentia dores. Fora totalmente curado.

– Kaneda...

– Você está bem?

– Sim. Você me curou, Kaneda?

– Sim, Iori.

– E Ryuji? – perguntou Iori.

– Ele se foi. Disse que ia até o Japão. Estava atrás de Akuma.

– Então Akuma foi até o Japão? É pra lá que nós vamos! – Iori se levantou.

 

– Hwoarang, vá até o antigo dojô de Goutetsu. Aqui está o mapa. – Aka Zahn lhe entregou um papel com as indicações. – Traga para mim os manuscritos do Karatê Punhos Assassinos e do Shun Goku Satsu!

– Sim senhor.

 

Ele saiu rapidamente da casa. Chun Li e Sakura, agora amarradas, apenas observavam, assustadas. O corpo de Kim jazia no chão. Uma poça de sangue era sua cama. Aka Zahn fitou-as, com um olhar muito furioso. Dez armas estavam apontadas para as garotas. Chun Li e Sakura estavam muito feridas, pois Aka Zahn mandou Hwoarang torturá-las a noite toda.

Chun Li tinha sido o maior alvo, e fazia força para ficar consciente. Hwoarang corria com muita força. Ele agora era tomado por uma grande vontade de obdecer Aka Zahn. O que aconteceria quando descobrisse sobre a morte de Kim?