Conspiração Total
Capítulo XIX: Catástrofes
Japão, Osaka, 12 de Julho de 1997
Iori sentiu a bala perfurando suas costas. O ar estava causticante, a escuridão
era sua arma e ao mesmo tempo sua inimiga. Os poucos raios luminosos provenientes
da lua às vezes eram refletidos pela sua espada, que atacava seus inimigos como
numa dança, matando um a um.
– Droga!
Iori gritou e atacou. A arma do seu oponente se quebrou em duas. Enfim alguém acendeu
a luz. E sua face se transformou totalmente numa expressão de medo. Iori atacava
com um animal voraz, como um elementalista do fogo. Sete, oito, dez... Ele não podia
contar o número de corpos no chão. E, no último instante de sua vida, viu que não
havia mais ninguém além dele e do seu chefe. Sua cabeça voou.
– É, pensei que seus homens iam me matar... E então, preparado para conhecer
Deus?... Ou melhor, o demônio, hahahahaha! – gargalhou o Iori.
– Eu... Eu não tive participaç...
– Não interessa! A... Yakuza... Vai... Acabar...!
Iori jogou sua espada no chão. O homem ia sorrir, pensando que seria poupado. Mas
então ele viu algo estranho na mão de Iori. O fogo surgia. Iori sorriu pra ele.
'Você será o primeiro a ter a honra de morrer com o meu Fúria do Dragão!', gritou
Iori, ao socá-lo. Subiu a ar num poderoso Soco do Dragão. Mas ele também trazia
a fúria de um elementalista do fogo. Um rastro de fogo se fez em forma de dragão.
Iori caiu abaixado no chão. O homem caiu de costas.
– Humf, só quero saber o que farei da vida quando tiver acabado com a Yakuza...
Mas esse dia não vai chegar! – ele sorriu. Sabia que era impossível a sua
missão. Ainda mais sozinho. – É melhor voltar agora. – apanhou a espada
no chão e se foi.
Enquanto isso, na casa de Ryu, Hwoarang visitava Kaneda, como costumava fazer todo
mês. Mas dessa vez Cammy não estava com ele. A lua cheia iluminava os dois, que
trocavam uns golpes na arena no topo do dojô, relembrando dos velhos tempos. Enfim
pararam.
– Você melhorou, Hwoarang. Está mais rápido e chutando como ninguém nesse
mundo. Acho que só a Chun Li chuta tão bem assim.
– Mas eu não vi melhora em você, Kaneda. O que está acontecendo?
– Alguns problemas... Mas não pense que não me preparei para você!
– Hum... Está escondendo o jogo, heim! – o coreano sorriu. – Mas
e a Sakura, apareceu?
– S-sim...
– O que foi, Kaneda? Parece constrangido...
– Você sempre foi meu amigo... Acho que devo contar... Amigos são para isso,
não é...?
– Kaneda...! – Hwoarang viu a lágrima escorrendo em seu rosto. –
Deve ser algo muito grave para você chorar...!
– A vida parece nunca querer me ver feliz... Ela tirou Key matando-a... E
agora fez com que Sakura não me amasse mais!
– C-como assim, cara? – os olhos de Hwoarang se arregalaram.
– Ela apareceu, não quis dizer onde passou os dois últimos anos, e disse que
não tinha que me dar satisfações... Nem correspondeu o meu abraço... Nós nos beijamos,
mas... Ou melhor, eu a beijei... Ela está fria comigo. – Kaneda abaixou a
cabeça.
– Mas cadê ela?
– Eu não sei... Disse que foi ligar para a mãe na cidade, mas não sei se devo
acreditar...
– Desconfiando de mim, Kaneda?
– Sakura... Que surpresa!
– Oi, Hwoarang.
– Oi... Com... – Hwoarang foi interrompido pelo celular, que tocava.
– Alô... Eu... Ahn... Mas e a Cammy?... Ir até aí?... Ela 'tá bem?... Responda,
seu idiota!... É bom que esteja mesmo!... Eu já estou partindo.
– O que houve? – perguntou Kaneda.
– Cammy não veio porque tinha uma missão no Tibete. Ela se feriu lá. Estou
sendo requisitado em Londres. Tenho que ir, Kaneda.
– Mas pode ser perigoso... Tenho que ocupar minha cabeça com outras coisas.
Posso ir com você?
– 'Tá perguntando se macaco quer banana? Não só pode como deve, hehe!
– Aventura? Muito interessante... Também vou com vocês!
– 'Tá legal, Sakura...
Hwoarang percebeu um tom de agressividade na voz de Sakura. Seu olhar estava mais
sério. Seus sorrisos não existiam mais. Kaneda parecia ser o mais afetado por causa
disso. Hwoarang sabia o quanto ele tinha sofrido nesses dois anos. O coreano até
ajudou-o ordenando uma busca no M-12, mas não obteve nenhum resultado. E agora ela
volta assim. Ele, mesmo com a amizade que tinha pela garota, estava muito furioso
com ela.
– Nanase, o que faz sentada aí? – perguntou Iori.
– Meu... Meu pai... Snif... Ele quer te ver...
– Por que está chorando?
– Vá vê-lo logo, Iori, talvez ele não tenha muito tempo...
– Ok.
No final de 1995 Iori conheceu Hanzo, um poderoso velho mestre que residia nas proximidades
de Osaka. Ele simpatizou com o elementalista, e tinha uma filha chamada Nanase.
Ele também contou sobre seu filho Kairi, que tinha desaparecido e sua filha Hokuto,
que tinha saído pelo mundo para procurá-lo.
Iori sabia que seu novo mestre estava velho e doente. Mas não imaginava que fosse
tão grave assim. Estaria ele perto da morte? Iori entrou no quarto para descobrir.
O velho parecia um trapo sobre a cama. Ele sorriu.
– Que bom... Que veio...
– Sensei!
– Iori... Estou morrendo...
– Não diga isso, Hanzo-sama!
– Iori... Por favor... Traga Kairi... Eu quero vê-lo... Antes de... Morrer...
– Mas não vai morrer, mestre!
– Iori... Por... Favor...
– Tudo bem...
O velho sorriu. Iori se levantou. A jovem Nanase ouvia atrás da porta. Ela correu
e escreveu um bilhete. Iori ligou para a Interpol de Osaka e ordenou que uma equipe
de médicos cuidasse de Hanzo em tempo integral. Ele se despediu do mestre e saiu,
quando encontrou o bilhete.
– Oh não... É melhor ele não saber disso... Mas Nanase é muito jovem... Garota
impetuosa!
'Humf, olha só quem fala', ela sussurrou. Ainda estava escondida no mato quando
viu a imagem de Iori se perder na escuridão. Ela sabia que ele a encontraria bem
rápido se ela fosse na frente. Aqueles que buscam algo não costumam olhar para trás.
E Nanase não queria ser encontrada. Por mais que amasse Iori, o que ela mais queria
agora era ficar longe dele. Ficar longe dele e encontrar seu irmão Kairi. O desejo
de seu pai era mais importante!
Inglaterra, Londres, 13 de Julho de 1997
– Foram para o Tibete?! – Iori se assustou.
– Sim senhor.
– Muito estranho... Bom, eu irei pra lá então.
Iori saiu do M-12 muito preocupado. O que estaria acontecendo no Tibete? Chegou
no aeroporto. Contactou a Interpol. Um vôo poderia levá-lo para a Índia rapidamente.
Em poucas horas já estava lá. Iori fez a caminhada até o vale e encontrou o jovem
Jhalsim, agora com 10 anos.
– Meeeestreee! – o garoto pulou sobre ele.
– Jhalsim!
– Eu queria recebê-lo com alegria, mestre. Mas...
– O que houve aqui?
– Monges estão sendo encontrados mutilados... A garota inglesa veio para cá
para tentar nos ajudar. Mas quase morreu.
– Cammy?!
– Sim...
– Mas quem está fazendo isso? Eu quero ver esses corpos!
– Tudo bem, mestre. Venha por aqui.
Iori caminhou pela trilha com o jovem Jhalsim. Ele já tinha feito esse caminho antes.
Se lembrou da luta com Ravana, quatro anos atrás. Iori sorriu. Quando abriu os olhos
viu cerca de quinze homens mortos. Tentou continuar caminhando, mas a mão de Jhalsim,
que segurava a sua, parecia forçá-lo a parar.
– Daqui eu não passo... – o garoto tremia de medo.
– Mas... Tudo bem, Jhalsim. Volte para o templo. Será mais seguro. Sinto um
poderoso Chi saindo dessa caverna.
– T-tudo bem... Mas, por favor, fique vivo!
– Vou ficar.
– Não por muito tempo se continuar impulsivo assim.
– Você aqui, cara?
– Kaneda! Hwoarang! – Iori sorriu.
– Achei que nunca mais fosse te ver.
– Eu também, Kaneda.
– E então, pronto para mais uma surra? – sorriu Hwoarang.
– Não hoje. Mas e você, Sakura, não cumprimenta mais?
– Humf... Oi, Iori. Pronto para a batalha?
– Vixi, 'tá em TPM! – ele riu.
– Que seja, vamos entrar! – Sakura se adiantou.
– Ei, espere, Sakura! – Kaneda segurou seu braço.
– Se você é covarde eu não sou! – ela se soltou e entrou.
– Espere, droga! – Kaneda correu atrás dela.
– Acho melhor entrarmos.
– É, Hwoarang. Isso que eu queria fazer desde o começo.
Eles entraram. Da caverna emanava uma poderosa energia. Iori sabia que não era apenas
Ravana. Conforme foram entrando, puderam perceber que eram três energias. Mas ainda
assim eram muito poderosas. Logo sentiram que estavam muito próximas. Das sombras
saíram três figuras.
Como era de se esperar, um deles era o gigante vermelho Ravana. Iori reconheceu
o outro. Era um jovem, com cabelos prateados e uma cicatriz no olho esquerdo. Apesar
disso, era Kairi! Na foto que tinha visto, ele tinha cabelos negros, e não tinha
a cicatriz. O terceiro não era conhecido por nenhum deles. Era um homem alto e forte,
emanando o mais poderoso Chi. Usava uma armadura medieval e um elmo prateado. Seus
cabelos eram longos, loiros e despenteados.
– Kairi...? É você? – perguntou Iori.
– Como me conhece?
– Seu pai me mandou te buscar.
– Meu... Pai?! – o jovem parecia surpreso e feliz.
– Lembre-se, Kairi. Somente lutando descobrirá o seu passado. – disse
o gigante samurai.
– Se ele é mesmo meu pai, deverá ter mandado um verdadeiro guerreiro.
– E mandou! – disse Iori, em tom severo, jogando a espada no chão.
– Vamos ver.
– Quem aqui atacou Cammy? – perguntou Hwoarang.
– Fala da jovem loira? Humf, pena que fugiu, hahahaha!
– Foi você?!
– Sim, meu jovem. Por quê, quer vingá-la? – perguntou Ravana.
– Vai pagar!
– Sakura, fique aqui que pegarei o grandão.
– Claro que não, Kaneda! Ele é meu! – Sakura o derrubou no chão e partiu
pra cima do gigante samurai.
Kairi partiu pra cima de Iori. Ele concentrou seu Chi e ia atacá-lo com seu Fúria
do Dragão. Mas Iori estremeceu. O jovem olhou para ele furiosamente. Se lembrou
daqueles olhos. Ryuji! Kairi o agarrou e soltou todo o seu Chi na forma do maléfico
Assassino do Inferno. 'O quê?', foi tudo que Iori pôde gritar. Caiu no chão, inconsciente
e cheio de hemorragias internas. Em poucos minutos morreria.
– Verdadeiro guerreiro... Isso é brincadeira de criança! – disse Kairi,
saindo da caverna.
Após o golpe, a caverna começou a tremer. Kaneda correu para perto de Iori. Ele
invocou seus poderes do ar. Iori foi sendo curado aos poucos. Abriu os olhos. Enquanto
isso, Hwoarang atacava Ravana impiedosamente.
– Você despertou a fúria dentro de mim! Vai morreeeer!
Ele saltou sobre Ravana, ficando de cabeça para baixo. Abriu as duas pernas e começou
a girá-las, chutando-o repetidamente. Ravana, de joelhos, tentava reagir. Mas Hwoarang
não parou. Atacou-o com mais um Dankuukyaku, jogando-o contra uma parede. A caverna
tremeu mais. Várias pedras soterraram Ravana.
– E então, pelo que me disseram, você é Garuda. – disse Sakura para
o seu oponente.
– Parece que sabe mais do que eu esperava, garotinha. Mas não lutaremos. Não
hoje. – ele viu que não tinha mais aliados. Kairi tinha saído transtornado
e Ravana estava praticamente morto. – Você terá um oponente a altura... Ataque
Kaneda!
– O quê?!
Sakura tentou reagir, mas sua mente sedenta por poder foi facilmente dominada. Ela
se virou para Kaneda, com os olhos carregados de fúria. Iori a viu se aproximando.
Tentou avisar o amigo, mas ele não teve tempo de reagir. Surpreendentemente, Sakura
o atacou com um... Assassino do Inferno!
Após a explosão, a caverna desabou de vez. Hwoarang, que corria para fora, teve
tempo apenas de puxar Iori. Sakura, ofegante, não saiu de lá. Kaneda também não.
Lá fora, Iori ainda sofria com dores enquanto Hwoarang enfrentava o samurai.
– É Garuda seu nome, não é? Eu ouvi Sakura dizendo.
– Agora somos só nos dois... Sinto que tem poderes ocultos, jovem taekwondista.
– a voz era macabra.
– O que fez com Sakura?!
– Dominar mentes fracas é fácil...
– Aaarrggh! Fez com que ela atacasse Kaneda!
– O mal já estava dentro dela, e você sabe disso. Eu apenas o libertei.
– Não interessa!
Hwoarang partiu pra cima dele com o seu duplo Chute Tesoura. O golpe atingiu o peito
de Garuda. Mas ele atacou o taekwondista com o peito, derrubando-o feio no chão.
Hwoarang tentou se levantar, mas Garuda saltou e pisou em sua face três vezes, voltando
para o seu lugar inicial novamente.
Hwoarang já estava muito ferido. Garuda o agarrou pelo pescoço. Começou a apertá-lo.
'Droga!', gritou o Iori. 'Terei que me ferrar pra ajudar esse cara!', disse Iori,
apoiando-se numa árvore. Mas não foi preciso.
Algo vermelho agarrou Garuda pelas costas. Era rápido como um raio. Socou-o inúmeras
vezes. Iori prestou muita atenção. Parecia que o enorme corpo de Garuda não o defendia
dos ataques. Ele caiu, agonizando. Enfim Iori pôde ver que era Guy, o ninja de Metrocity.
– Não vai mais interferir em nada, Garuda!
– Nos veremos novamente, ninja.
Guy saltou com um chute, que atingiu o chão. Garuda tinha sumido. 'Ele sabe se teletransportar,
como Dhalsim', pensou Iori. Hwoarang se levantava. Jhalsim se aproximou de Iori,
curando-o mais ainda. Ele sorriu ao ver que o amado mestre estava vivo.
– Droga, temos que salvar Kaneda!
– Eu ajudo vocês. – disse Guy.
– ... – Iori o olhou com desconfiança.
– Não se preocupe. Cody e eu já o perdoamos. E estamos juntos nessa! –
o bushin sorriu.
Eles cavaram. Havia muitos destroços da caverna. De repente, algumas pedras saltaram.
E revelaram a jovem Sakura, toda suja e ofegante. Seus olhos não paravam de lacrimejar.
Hwoarang se aproximou.
– Sakura...
– Eu... Eu... Eu matei... Eu matei Kanedaaaaaaaaaaaaa!
– Sakura... Calma... Ainda não temos cert...
– Seu idiota! Não posso sentir o seu Chi... Não posso... – caiu de joelhos
chorando. – É tudo minha culpa. Pensei que o alegraria se vencesse o Akuma...
Mas esse golpe me dominou...
– Sakura... Como conseguiu aprender o Shun Goku Satsu?
– Os manuscritos... Mas isso não importa... Eu matei Kaneda...
– Calma, Sakura, ainda não é...
– Me largue!
Ela saiu correndo. Hwoarang pensou em ir atrás. Mas percebeu que era melhor deixá-la
partir. Se virou e viu Iori, parado e desanimado. 'Iori...', Hwoarang sussurrou.
Olhou para Guy, que ainda cavava, mesmo desanimado.
– Não entende, Hwoarang? Ela tem razão. Ele morreu!
– Não! Isso não é verdade!
Iori saiu correndo. Hwoarang começou a cavar feito louco. Queria encontrar algo.
Tinha que encontrar algo. Apenas Iori encontrou. E foi a moto de Kaneda, no templo.
Ela lhe ajudaria a chegar até o vilarejo mais próximo. Uma Kawazaki Ninja melhorada
pela Interpol. Poderia atingir 100 km/h em 1,8 segundos, e a velocidade máxima era
de 380 km/h!
Iori voltou rapidamente. Já escurecia. Tinha chamado uma equipe de resgate. Queria
dar um enterro digno para Kaneda. E também queria achar sua espada, a última lembrança
deixada pelo amigo.
– Eu vou para a cidade. Cammy está no hospital. – disse Hwoarang.
– Eu vou com você. – disse Guy.
– Ficarei aqui.
– Até mais, então, Iori.
– Até, Hwoarang.
Algum tempo depois, Iori já tinha jantado com Sally e Jhalsim. Os homens ainda trabalhavam,
mesmo com a noite tenebrosa. Sally já dormia, muito cansada com tudo que havia acontecido.
'Vou terminar a vingança para você, Kaneda'; Iori olhava para o céu, buscando respostas,
quando foi surpreendido por Jhalsim.
– Mestre?
– O que quer, garoto.
– Olha, eu sei que é difícil para o senhor ouvir conselhos de um garoto de
10 anos, mas eu acho melhor que vá com Hwoarang e Guy.
– Por que diz isso?
– Isso com certeza não acabou aqui. E não quero que fique sozinho. Não quero
que morra... Assim como meu pai.
– Jhalsim...
– Eu queria te ajudar, mestre, mas não posso deixar o templo. Por favor, vá
com eles.
– Vejo que é mais maduro do que eu, criança. – Iori sorriu. –
Mas é a falta de juízo que me faz continuar vivendo. Mas sim, dessa vez seguirei
seu conselho. Irei com eles.
– Não vá morrer! – disse Jhalsim, abraçando-o.
– E então, acharam alguma coisa? – perguntou Iori para os homens do
resgate.
– Achamos esse corpo, senhor. – apontaram para Ravana.
– Está...?
– Não senhor; está morto!
– Sei... E não acharam mais nada?
– O que procura, senhor?
– Além de Kaneda? Uma espada. Se acharem, liguem pra mim na hora.
– Sim senhor.
Iori saltou novamente na moto de Kaneda. 'Espero que não fique bravo', disse, olhando
para o céu. Ele foi com muita pressa pela estrada de terra. Com certeza, a moto
era demais! Iori chegou rapidamente ao hospital, o único da cidade. Guy conversava
na porta com Chun Li.
– Chun Li! – gritou Iori.
– Oi Iori! – ela o abraçou.
– Você já...?
– Sei sim... – ela começou a chorar.
– Eu não acredito...!
– Pelo menos... Ele... Realizou... Aquilo quê... Queria... – Chun Li
mal conseguia falar.
– Mas isso não vai ficar assim!
– Calma, Iori. – disse Hwoarang, se aproximando. – Primeiro precisamos
saber com o que realmente estamos lidando.
– Eu sei. – disse Guy. Todos se viraram para ele. – Mas primeiro
vamos para Metrocity. Lá explicarei para vocês.
– Por que nos quer em Metrocity? – perguntou Hwoarang.
– Estamos enfrentando o mesmo inimigo. É melhor que fiquemos juntos. E lá
estaremos bem protegidos.
– Beleza, eu topo! – disse Iori.
– Eu também, mas quero levar Cammy. Não confio na segurança desse país.
– Entendo...
– Eu posso cuidar disso pra você, Hwoarang. Mas vá na frente. – disse
Chun Li.
– Muito obrigado. – ele sorriu e a abraçou.
– Eu gosto muito de vocês! – ela abraçou Iori também. – É uma
pena que Kaneda não esteja aqui também.
Algum tempo depois, Hwoarang e Guy colocavam a moto de Kaneda no avião. Iori tinha
ido com Chun Li para falarem com os agentes da Interpol – afinal, os dois
também eram da Interpol! Já estavam voltando.
– Ei, Chun Li.
– O que foi, Iori?
– Fala sério, você tinha uma quedinha pelo Kaneda, não é?
– O quê?! Ei, acho que isso não é da sua conta! – ela ficou vermelha.
– Chun Li, pensei que fossemos amigos.
– Tudo bem, Iori... Sim, eu tinha sim. Sempre gostei do jeito dele e de como
ele era com as garotas. Sinto falta disso no Ryu. Mas eu amo mesmo o Ryu.
– Eu sei disso. Mas já tinha percebido esse lance com o Kaneda. Comigo e com
o Hwoarang sempre foi diferente.
– Mas era só uma quedinha, heim! Nunca ia acontecer nada! – ela sorriu.
– Vai demorar pra ser preenchido o buraco que ficou no meu coração... Ele
era o meu melhor amigo. – ela se entristeceu novamente. Iori a abraçou.
Já amanhecia. Iori e Hwoarang observaram o sol nascendo. O mar parecia muito calmo
lá de cima. O avião sobrevoava o Atlântico. Guy dormia. Parecia muito cansado. Iori
resolveu fazer o mesmo. Hwoarang também, mesmo preocupado com Cammy. Afinal, deveriam
estar preparados para conhecerem o seu novo lar. |