Conspiração Total

Capítulo XX: Organizações de novo?!

 

EUA, Metrocity, 15 de Julho de 1997

 

Já era fim de tarde. O sol tornava as sombras muito maiores do que deveriam ser, e um céu alaranjado se fazia. Guy conduziu Iori e Hwoarang até o dojô de Zeku Genryusai, local onde ele, Rose e Maki – filha de Zeku – viviam agora.

– Guy, será que eu poderia falar com a Rose? – perguntou Iori, depois de se acomodar.

– Já a conhece, Iori? – perguntou o ninja.

– Dhalsim já mencionou seu nome várias vezes.

– Sei... Mas o que quer com ela?

– Dhalsim me disse uma vez que ela pode prever o futuro pelas cartas.

– O que quer saber? – Guy insistia.

– Se eu vou conseguir fazer Kairi recuperar a memória.

– Se descobrisse que não conseguiria, desistiria da missão? – Guy sorriu.

– Não.

– Ela está naquele quarto. – apontou Guy. – Mas já sabe que receberá apenas conselhos, e não promessas.

Iori continuou caminhando. Hwoarang se acomodou no sofá e resolveu tirar um cochilo. Guy chamou Maki e os dois saíram. O quarto emanava um poderoso Chi. Mas Iori entrou e viu Rose de costas. Tinha uma fina cintura e um largo quadril, e longos e belos cabelos negros azulados. Seu corpo era escultural.

– Sabia que viria, Iori Hakushu. – ela disse, sem se virar.

– Será que você poderia me dizer se eu conseguirei fazer o Kairi recuperar a memória? – Iori estava impaciente.

– A pergunta não seria 'como eu farei o Kairi recuperar a memória'? Eu não posso prever se conseguirá; posso te mostrar o caminho, mas você deverá tentar atravessá-lo. – ela virou-se e sorriu para ele. Era uma linda mulher.

– Como eu faço o Kairi recuperar a memoria? – Iori não estava gostando desse jogo.

– Parece estar aprendendo. Mas eu não sou Deus. Não posso te responder isso. Só te digo que não será derrotando-o. Primeiro deverá descobrir como ele perdeu a memória. Então depois deverá fazer ele se lembrar disso. É uma boa dica. Mas não é certeza que funcionará.

– Obrigado, Rose. – ele enfim sorriu.

– Em tempos passados eu cobraria pela consulta. – ela riu. – Mas sei que é por uma boa causa.

Iori atravessou a sala e viu Hwoarang dormindo no sofá. Foi até a sede da Interpol de Metrocity. Procurava por atividades da Yakuza. Já que ficaria nessa cidade, deveria se divertir!

– Droga, nunca vou sair dessa Zona Comercial... Ei! – Iori viu um rosto conhecido. – Hokuto, é você?!

– S-sim... – ela estava surpresa.

– Venha comigo, seu pai precisa te ver. Mas antes temos que achar Nanase e Kairi.

– Iori Hakushu? Mas... Como conhece meu pai?!

– Ele me treinou nesses últimos três anos.

– Que honra! – ela se curvou. – Você é um grande herói.

– Obrigado, mas nós precisamos ser rápidos. Seu pai corre risco de vida; mas antes precisamos achar Nanase. – ele foi frio.

– Risco de vida?! – ela se assustou.

– Ele está sofrendo do coração.

– Droga...! Mas tenho que levar Kairi de volta antes! – ela se afastou de Iori.

– Espere! – Iori foi atrás dela. – Onde está indo?

– Eu o vi. Ele estava na minha pista... Até você me interromper!

– Me desculpe...

– Aonde você está hospedado?

– No Dojô Genryusai, e você?

– Lugar nenhum... Cheguei hoje! – ela sorriu pela primeira vez. – Será que não posso ficar lá com você?

– Por mim ficaria... Venha, falarei com o Guy!

 

– E então, Guy, não vai me contar o que está havendo? – perguntou Hwoarang para Guy, que acabara de chegar.

– Sim. Mas eu prefiro esperar Iori chegar.

– Ok, ok... Mas cadê a... A...

– Maki?

– Isso!

– Ela está na casa do prefeito, Mike Haggar. – Guy sorriu.

– E Cammy?

– O vôo chegará daqui a duas horas. Mais precisamente às 20:30.

– Bom, vou tirar mais um cochilo então.

 

A noite foi chegando, e um vento frio veio com ela. Este, por sua vez parecia trazer uma tempestade. Mesmo cochilando Hwoarang o ouviu mencionando isso. E o bushin não errou. A chuva começou a cair impiedosamente.

Iori, que andava com Hokuto, foi pego por ela e os dois ficaram num bar, esperando que a tempestade diminuísse. Muitos trovões podiam ser ouvidos. Hwoarang não conseguiu mais dormir. Rose e Maki levaram um lanche para ele e para Guy.

– Talvez Iori tenha ficado em algum lugar para se proteger da chuva. – disse Guy, começando a comer.

– Pobre Iori... Terá muitas decisões para tomar nessa nova fase de sua vida. – completou Rose. Guy e Maki olharam pra ela.

– Já se passaram três anos desde a última vez que agimos juntos... – Hwoarang balançou a cabeça. – Espero que ele tenha finalmente alcançado sua maturidade. De qualquer forma, eu estou aqui para ajudar. – o coreano também começou a comer, um tanto apressadamente. Estava faminto!

 

Enquanto isso, já cansados de esperar que a chuva parasse, Iori e Hokuto caminhavam. Ele tirou seu sobretudo e cobriu a jovem com ele. Ela se surpreendeu com essa atitude. De fato, Hokuto sempre tinha visto ele como um herói, mas, acima de tudo, um herói imaturo, impulsivo e nada delicado.

– Me surpreende que um filho do fogo seja educado. – ela disse.

– Ainda não viu nada... – Iori sorriu.

– Hum... Por acaso está... – Hokuto parou de falar ao ver que estavam num beco. – Iori, acho que estamos perdidos.

– Oh, droga!

– O que foi? – ela perguntou.

– Quem são vocês?

– Cometeu um grave erro ao tentar matar o Sr. Ishinomori, Iori Hakushu! – disse um homem, vindo das sombras com outros três.

– Ishinomori? Hum, acho que foi o que eu prendi há três meses...

– A Yakuza vai acabar com você, e será hoje!

Eles sacaram pistolas. Iori saltou pra cima do líder, que tinha falado com ele, nocauteando-o instantaneamente com um Fúria do Dragão. Hokuto, vendo que teria que lutar, jogou um de seus oponentes numa lata de lixo. Mas o outro deu uma coronhada nela, e a garota caiu no chão.

– Vai morrer... Hahahaha!

Iori, vendo isso, saltou sobre o bandido que ia matá-la, esquecendo-se do quarto oponente. Ele arrancou a mão do bandido com uma espadada, mas levou um tiro nas costas. Hokuto se levantava e atacou o inimigo que atirou em Iori.

– Você vai pagar, seu idiota!

Ela foi em sua direção. Iori já conhecia aquele Chi. Se virou. Ela estava executando um Bushin Musou Renge, o ataque mais poderoso de Guy. Depois Iori a viu do joelhos, ao lado do oponente morto. 'O... O que eu fiz...?', ela se perguntava.

– Meu Deus, será que esses ataques 'tão na moda?!

 

Enquanto isso, no Dojô Genryusai, alguém bateu na porta. Maki foi correndo atender, mas depois de um estrondo, Guy, Rose e Hwoarang puderam vê-la caída no chão muito ferida. Entraram seis pessoas. O primeiro era um homem alto e forte, com uma pele muito branca, parecendo um vampiro. Era careca e implantes cibernéticos estavam no seu corpo. Era o Guerreiro Mundial conhecido como Necro!

– Ei... Eu conheço você, carinha! O que você quer aqui?! – esbravejou Hwoarang.

– Soubemos do que está fazendo, Guy. Gill quer que pare.

– Nunca! Não é certo o que querem para o mundo! – gritou Guy.

– Então teremos que lutar. Eiffie, John, Robert, Eike, Joan, vamos acabar com eles! – gritou Necro.

Eiffie era uma pequena garota. Era loira. Não parecia ser forte. Mas Rose rapidamente partiu pra cima dela. Os outros eram quatro jovens, um rapaz magro e alto, um musculoso negro, um grego bem forte e uma loira muito alta também. Todos tinham implantes cibernéticos espalhados pelo corpo.

– 6 contra 4? Heh, dá pro gasto. Guy, Rose, Maki! Voces dão conta?! – Hwoarang grita, assumindo a postura do flamingo.

– Com certeza! – Maki partiu furiosa pra cima dos quatro que pareciam ser um time. – Me dá cobertura, Hwoarang!

– Ok!

Rose parecia ter muitas dificuldades com Eiffie. Eiffie jogou uma bola de fogo nela, que caiu. Rose se levantou e Eiffie o fez novamente, mas dessa vez Rose rebateu a bola de fogo, que atingiu a pequena Eiffie. Ela, agonizando, se levantava. Mas Rose não esperou. Finalizou tudo com uma rasteira. Eiffie não se levantou mais.

Eike se aproximou de Hwoarang com um chute visando seus tendões da perna direita. Com certeza já conhecia a fama do taekwondista. Mas Hwoarang foi mais rápido. Ele se moveu para trás e se virou para Robert. Seu chute duplo acertou o grandalhão com muita força, derrubando-o antes que ele pudesse se mover. Hwoarang se virou para Eike novamente.

Maki plantou bananeira e abriu as pernas, estraçalhando seus dois oponentes com o Chute Furacão, golpe usando por Chun Li e Hwoarang também. Ela se levantou e sorriu. Viu Rose vencedora também. As duas cercaram Necro, que nem tinha começado a lutar com Guy ainda.

Num misto de desespero e coragem exagerada, Eike ainda tentou atacar Hwoarang novamente. E foi com mais um chute baixo, visando seus tendões. Ele acreditava que teria chances caso o ferisse ali. Erro fatal. O Chute Tesoura de Hwoarang o estraçalhou, destruindo completamente uma de suas próteses cibernéticas.

– É melhor se renderem... – disse Hwoarang.

– Nunca! – gritou Robert, atacando-o novamente.

Maki, muito nervosa, voou sobre Eike, chutando-o antes que esboçasse reação. Ele gritou e não se mexeu mais. Ela piscou para Hwoarang, que se virou para Robert. Este, por sua vez o atacou com um poderoso soco. Juntou as mãos e socou para baixo, no famoso Soco do Búfalo dos nativo americanos. 'Isso acaba agora!', exclamou Hwoarang. Hwoarang, com sua velocidade sobre-humana, subiu aos ares com seu Chute Voador. Robert caiu estatelado no chão.

– Acho melhor se render, Necro! – disse Guy.

– Espere... Parece ter algo escondido em sua mente, meu jovem. – disse Rose.

– Do que estão falando! – Necro esbravejou.

– Necro, você está a nossa mercê. Eu não sei porque luta ao lado de Gill, ainda mais depois dele ter transformado você nisso que é hoje! Mas agora vamos descobrir o motivo. O que você encontrou, Rose? – disse Guy, um pouco alterado.

– Gill fez... Isso?! C-como... Assim? – Necro se assustou.

– Venha comigo. Logo saberemos o que está acontecendo. – disse Rose.

– Mas... Eu nem conheço vocês.

– Vá com ela. Parece que Gill estava usando você. Tudo o que ele te disse até hoje era mentira. Eu já sei de algumas coisas que ele fez. Eu lembro de um jovem. Alexei... Lembra-se disso, Necro? – Guy parecia saber de mais. Na verdade, Rose falava em sua mente.

– M-mas... – Necro derramou algumas lágrimas. – Droga, minha cabeça! Estou confuso... Estou confuso...

– Vá com Rose. Ela te ajudará.

 

– Então é isso... Seu pai tinha a missão de deter o Satsui no Hadou...

– Sim, Iori. Mas ele está velho... Por isso Kairi deve voltar, para aprender o Bushin Musou Renge. – disse Hokuto, já chorando.

Iori a abraçou com força. A chuva os atingia, mas nem ligavam mais para isso. 'Ninguém nunca fez algo assim por mim', ela disse. 'Fez o quê?!', se assustou Iori. 'O modo como me salvou... Levou um tiro por mim... Por uma desconhecida!', ela apertou o abraço. Iori ficou olhando em sua face. Ele a via como uma irmã. Não sentia vontade de retribuir a atração que a garota sentiu por ele. Mas ela o beijou. Assustado, Iori se levantou.

– O que houve? ... Não gostou do que eu fiz? Me desculpe... – ela olhou para o chão.

– Não é isso... É quê... – Iori não sabia o que dizer. – É perigoso ficarmos aqui!

– Entendo... – Hokuto disfarçou, mas percebeu a frieza do filho do fogo. Ele a pegou pela mão e se foram.

 

No Dojô Genryusai, Guy cuidava dos ferimentos de Maki. Hwoarang já se arrumava para ir até o hospital, mesmo com a chuva, pois Cammy já tinha chegado. Ele ia usar a moto do falecido Kaneda, uma vez que Iori não tinha ido com ela. Rose ainda "varria" a mente de Necro. Já estavam no quarto dela. De repente, os dois saíram.

– Me desculpem por tudo. Mas eu não sabia de coisas que o Gill tinha feito... Ele vai pagar! – falou Necro.

– O que houve? – perguntou Guy.

– Gill fez tudo isso com ele. Todas essas experiências. E contra sua vontade. Isso estava na mente dele, mas ele foi tratado para se "esquecer" dessas coisas. Fiz uma regressão com ele. – disse Rose.

– Por favor, Srta. Rose, ajuda Eiffie também. – ele pediu, com uma voz suave.

– Sim. Ai, ai, acho que vou à falência se continuar fazendo consultas de graça desse jeito. – ela suspirou.

– O que faço com esses caras? – perguntou Maki.

– Haggar dará um jeito neles. – disse Guy, pegando o telefone.

– Ei, ei, ei, o que houve aqui? – disse Iori, entrando com Hokuto. – Ah, galera, essa é Hokuto. Ela pode passar uns tempos aqui com a gente?

– Na verdade, não precisarei mais. – disse ela. – Iori, vou voltar para o Japão. Quero rever meu pai. Por favor, encontre Kairi.

– Sim, eu encontrarei.

Ela foi saindo. Antes, porém, Iori a puxou pelo braço e a beijou... No rosto. Eles se abraçaram com força e ela se foi. Hokuto e Iori sabiam que ela estava apenas carente e fraca, depois de tantos anos de procura pelo irmão. Ela se foi feliz pela nobre atitude dele, que não aproveitou disso. Iori se virou para os restos da batalha novamente. 'É, parece que houve uma batalha aqui... Mas e então Guy, vai explicar ou não vai o que está acontecendo?', perguntou o karateca.

– Sim. Iori, Hwoarang, prestem muita atenção. – disse ele, sentando-se. – O mundo de aproxima do ano 2000, na contagem ocidental. Isso fez com que muitas seitas acreditassem que aconteceria um Armagedom, uma Revolução. E acreditaram que depois viria a Utopia, a terra perfeita. Alguns demônios também acreditam nisso, como é o caso de Garuda e Ravana. Ravana já se foi, mas Garuda não. E Gill é tido como a reencarnação de um deus, que será o promotor da Revolução. Eu, como um bushin, devo impedir que promovam a destruição e façam isso com o mundo. E sei que lutam contra isso também. Estou certo?

– Claro. Além do mais, esses caras me atacaram, e agora vão pagar! – disse Hwoarang.

– Ei, o que isso tem a ver comigo? – perguntou Iori.

– Kairi é apenas uma marionete nas mãos de Garuda. Ele o usará para cumprir o seu objetivo. Foi ótimo Hokuto ter voltado para casa. Garuda tem uma richa com Hanzo, e poderia tentar matá-lo. – completou Guy. – Gill nos atacou porque luto contra ele. Ele fez coisas muito sujas, e eu comecei a impedir que sua vontade fosse feita. Por isso ele tentou me eliminar.

– Estou dentro. Mas agora vou ver a Cammy. – Hwoarang saiu e pegou as chaves da moto do Kaneda na estante. – Volto pela manhã.

– Ok. Iori, vejo que está ferido. É melhor descansar. Rose cuidará de você. Talvez nos ataquem novamente. – Guy se levantou e foi tomar um banho. – Gill comanda a Illuminati, que é uma seita muito poderosa. Devemos estar preparados.

– Muito obrigado.

 

Dois dias se passaram, e todos ficaram se recuperando. Assim como Necro, Eiffie teve suas memórias de volta e se desculpou. Cammy ainda estava em coma. Já anoitecia o dia 17. O céu desta vez estava limpo. Os quatro lutadores cibernéticos estavam presos, e Maki tinha partido para o Japão. Ela tinha coisas para resolver lá. Rose queria ir até uma loja na cidade, e Guy pediu que Hwoarang e Iori a acompanhassem, para garantirem sua segurança.

– Até que a cidade é bonita, né Hwoarang? – comentou Iori.

– Sim... Mas essa Rose demora, hein!

– Ai, vocês são chatos! Já encontrei o vestido. Podemos ir. – ela vinha com um grande volume.

Logo chegaram no Dojô. Mas, estranhamente, a porta estava arrombada novamente! Guy jazia no chão nocauteado, Eiffie chorava sobre o corpo de Necro. Perto dos dois, um estranho ser se levantava. Era Twelve, um lutador feito de nanometal! E lá estava também um alto e forte lutador. Tinha a pele morena e cabelos brancos. Seu nome? Urien, Guerreiro Mundial e irmão de Gill!

– Hum, temos visitas, Twelve!

– Oh, droga! Vou chamar ajuda! – Rose saiu correndo. Ela conhecia a força de Urien.

– Parece que sua amiga os abandonou...

– Quem quer que seja, vai pagar! – gritou Iori, correndo pra cima dele.

Twelve partiu pra cima dele, enquanto Urien começou a atacar Hwoarang. Iori tentou usar seu Fúria do Dragão, mas Twelve caiu sobre ele com o seu Esmagão Aéreo, derrubando-o. Iori tentou se levantar, mas levou vários golpes do Cem Tapas. Nesse momento, Eiffie, furiosa, saltou sobre Twelve. Ela ativou uma bomba que carregava e caiu com ele para o lado de fora, quebrando a janela.

A explosão pôde ser ouvida. A parede ao lado quase caiu. Iori ficou olhando, pasmo. Hwoarang se distraiu, e Urien acertou um rápido soco em sua face. O taekwondista se virou, mas não teve tempo de fazer nada, levando um soco duplo. Hwoarang caiu. Urien preparou o último golpe para matá-lo, mas...

 

– O quê?! Quem se atreve?

Hwoarang e Iori viram Urien no chão, sangrando. Tinha tomado várias bolas de fogo. Então Kaneda entrou na casa. Estava com um sobretudo preto, lembrando o de Iori. Parecia ser a personificação da tempestade. Trazia um ar furioso, e ao mesmo tempo frio. Olhou para Iori, sem nenhuma emoção.

– Acho que devia cuidar melhor das suas coisas! – e arremessou a espada para ele.

– C-como me atacou assim? E como está vivo?! – Urien estava muito assustado.

– Assim eu sobrevivi!

Kaneda desapareceu e apareceu atrás dele. 'Eu e o ar agora somos um só. Ele me abriga quando eu preciso.', disse Kaneda, acertando-o com uma poderosa rajada de vento, que arremessou muitos móveis e jogou-o para fora do dojô.

– Vá embora. Vá e conte para seu chefe que eu estou vivo. Conte que o mundo pode se virar contra mim, mas sempre estarei aqui, lutando!

– Você vai pagar por ter se metido com a Illuminati! – gritou Urien, saindo correndo.

– Kaneda... Está vivo! – Iori lacrimejou de emoção.

– Cara, você saiu dessa! Sabia que conseguiria! – gritou Hwoarang.

– Humf... Abraços para depois.

Kaneda estava muito frio. O que Sakura tinha feito foi muito duro para ele. Ele se aproximou de Guy e curou-o. O ninja recobrou a consciência e ficou feliz em vê-lo. Ele tentou curar Necro, mas estava morto. Foi lá fora e jogou várias bolas de fogo contra o chão. Destruiu o cérebro de Twelve. Era a única parte que restara de seu corpo humano. De qualquer forma morreria. Mas Kaneda tinha que descontar sua raiva em alguém.

 

EUA, Metrocity, 18 de Julho

 

Guy estava todo enfaixado. Todos almoçavam. Rose tinha tido uma longa conversa com Kaneda na noite anterior. Iori e Hwoarang se sentiam famintos. Kaneda, porém, apenas mexia no prato. Hwoarang resolveu falar com ele.

– Kaneda, não fique assim. Eu ainda me lembro do que Sakura disse.

– ...! – Kaneda se virou para ele.

– Ela queria vencer Akuma para te vingar... Mas o golpe a dominou. Ela não precisa que sinta raiva dela. Ela precisa ser salva! – o taekwondista se levantou.

– Está dizendo a verdade?

– Ela se desesperou com o que fez com você e partiu, mas antes disse isso.

– Droga... Coitada! Eu estava transtornado... Mas então... Tinha um sentido!

– O que vai fazer agora? – perguntou Iori.

– Vou me preparar... E irei salvá-la!