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A Máfia em Street Fighter RPG
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A História do Templo Shaolin
Durante o século 5 D.C, um templo Budista foi fundado na montanha Shao- Shih; ele era chamado de Shaolin Ssu, que significa “Templo da Jovem Floresta”.
Ele virou um dos mais famosos centros de aprendizagem da religião Budista. Este era o lugar onde Bodhidharma ensinava. Em adição a seus ensinamentos espirituais, eles impunham a seus monges uma série de exercícios para aumentar seu vigor através de difíceis testes mentais e físicos que lhe eram exigidos. Estes exercícios não eram originalmente designados para combate, mas logo uma forma de boxe foi criada no Templo Shaolin. Chamada de Shaolin Ch'uan Fa (Caminho do Punho Shaolin), ela eventualmente tornou-se um famoso estilo naquelas terras. E tornou-se motivo de muita glória derrotar um monge Shaolin ou ser convidado a entrar no Templo. Não que isto fosse fácil.
De acordo com as lendas, os monges tinham de passar por árduos testes, tanto físicos quanto mentais, para ter direito a aprender as técnicas secretas do templo. Aceitava-se somente estudantes que passassem nos testes de paciência e humildade; ele era mantido aguardando por vários dias, sendo insultado verbalmente para ver seu temperamento. Se ele perdesse a cabeça, era rejeitado. Então, os que realmente mereciam aprender eram separados do resto.
O ultimo teste envolvia o mestre do templo servindo chá para os possíveis estudantes. Se o estudante aceitasse o chá, ele era mandado embora por desrespeito; eles tinham que agradecer a gentileza sem aceita-la, tendo eles mesmos de servir o mestre.
O cotidiano no templo era uma árdua sucessão de exercícios físicos e mentais. Os estudantes tinham de se dedicar inteiramente ao templo e seus ensinamentos, e não era permitido sair; há muitas histórias de tentativas frustradas de escapar do templo. Foi no Templo Shaolin que se criaram os Preceitos das Artes Marciais.
Graduações na escola eram mais desafiantes ainda. A rendição da catarata veloz foi uma tentativa de graduação descrita no episódio piloto da série Kung Fu. Depois dos questionamentos sobre a doutrina budista e sua filosofia, iniciava-se um exame físico, testando se monge e estilo eram um só. O teste final era incrível, todos os tipos de objetos eram jogados no estudante enquanto ele atravessava um corredor de uma câmara. Se o estudante falhasse em aparar todos eles, ele falhou no teste (muitos monges sofrem por terem tentado dúzias de vezes sem sucesso).
Ao fim do corredor, esperava pelo estudante um teste mais severo ainda: um caldeirão de ferro cheio de carvão flamejante pesando 250Kgs para carregar durante o restante do caminho. Durante o processo, marcas feitas pelo ferro quente do caldeirão iam surgindo pelos seus antebraços em formatos de tigres e dragões, indicando o fim do teste e marcando o monge para sempre como um membro do Templo Shaolin.
Depois de milhares de anos de esplendor, entretanto, o Templo Shaolin sofreu um desastre. Durante o século XVII, uma tribo da fronteira chinesa, os Manchus, conquistaram o resto da nação e fundaram a dinastia Ch'ing. Um número de monges simpatizantes do antigo governo, ajudados por grupos rebeldes lutaram contra o novo regime. Obviamente o governo imperial enviou um exercito para acabar com os monges Shaolin. Este ataque foi fortemente escurraçado do templo pelas forças Shaolin. Então, um exercito maior ainda invadiu o templo em 1735. De acordo com a lenda, somente 5 monges conseguiram escapar com vida; eles são conhecidos como os Cinco Veneráveis. Com a ajuda de outros revolucionários construíram um segundo Templo Shaolin, mas pouco tempo depois foi completamente destruído. Muitos monges escaparam, entretanto, o Templo Shaolin ficou sob a terra.
Saiba o que realmente aconteceu com os monges que escaparam com vida da destruição do templo, lendo o post As Tríades e Tongs Chinesas. Leia também os posts Kung Fu, Especializações do Kung Fu e A Quintessencia do Kung Fu.
Usando o Templo Shaolin em suas Crônicas
O Templo Shaolin pode ser utilizado das mais variadas formas nas suas crônicas de Street Fighter: The Storytelling Game. Ele pode ser o lar de um dos personagens jogadores, inclusive rolando seu Prelúdio no próprio templo. Encontrar o lendário Templo Shaolin de Hunan pode ser o objetivo de personagens exploradores. Talvez as pinturas das paredes do templo sejam o segredo para aprender uma antiguíssima técnica do Kung Fu do Dragão Branco.
O Narrador devem ter em mente que mesmo que as lendas (ou histórias) do Templo Shaolin indiquem que ele tenha sido arruinado a séculos, nada impede que ele permaneça intacto em sua crônica. Os monges eram muito inteligentes e facilmente poderiam ter reconstruído o templo em um lugar isolado, como montes tibetanos, por exemplo. Dessa forma, longe de todos, seria mais fácil reeerguer suas tradições sem uma nova represália.
Pirâmide do Poder
A Shadaloo permanece como a sólida e imóvel pirâmide da miséria e exploração. A hierarquia da Shadaloo utiliza o poder lendário da antiga forma geométrica da pirâmide, com suas três pontas.
Na base desta pirâmide negra vivem as gangues, pequenos operários visando dar lucro ao seu mestre M. Bison. A base da pirâmide é larga; atividades ilegais existem em todas as formas e em todas as nações. Dinheiro e poder fluem por esta pirâmide até o ápice, a Ilha de Mriganka e o trono de M. Bison.
No topo está o Mestre Negro, o único meio de subir esta pirâmide ou destruí-la. Muitos tentaram. Nenhum conseguiu.
O Império do Crime
Os crimes da Shadaloo são muitos: tráfico de drogas, escravidão, corrupção governamental, vício, extorsão, assassinato por encomenda, armas e tecnologia negociada através do mercado negro, crimes ambientais e assaltos diretos. O crime alimenta a fraqueza da humanidade. No mundo sombrio dos Street Fighters, o crime tornou-se um grande negócio e a Shadaloo tornou-se uma organização com fundos ilimitados. A cada nível da pirâmide, muitos crimes são cometidos e muito dinheiro é gerado. Como um funil, grandes somas deste dinheiro vão parar em Mriganka e consequentemente nas mãos de M. Bison.
Como um excelente estrategista, Bison entende este crescimento, fazendo com o dinheiro flua de maneira natural dentro das organizações; recebendo boa parte do lucro e se encarregando de esmagar as gargantas de quem se opor a ele. Enquanto este império está estável, Bison mantém-se no topo da pirâmide enchendo-se de tolos e corruptos ao seu redor.
Níveis da Pirâmide
A estrutura de poder da pirâmide da Shadaloo é rigidamente dividida entre as diferentes classes de criminosos. Os níveis mais altos, ou níveis de comando, controlam os níveis mais baixos, decidindo qual rua ou cidade é de qual gangue ou facção.
A Base da Pirâmide
Gangues e criminosos de rua compõem a base da pirâmide. Estes desesperados homens e mulheres roubam, trapaceiam e matam todos em seu caminho. Embora muitos acreditarem que dominam seus destinos, são meros peões nas mãos dos grandes chefes. Líderes de gangues são obrigados a passarem parte dos seus lucros para os grandes chefes, que influenciam todas as forças policiais e organizações políticas da região permitindo às gangues que continuem com seu trabalho sujo.
A influência da Shadaloo planta seus frutos em todas as sociedades: prostituição, consumo de drogas, extorsão e assalto. Equipados com todo tipo de armamento e munidos de guerreiros inescrupulosos, estas gangues fazem todo o trabalho sujo da organização em todas as partes do mundo.
Muitas gangues de rua decidem não seguir mais os comandos dos Grandes Chefes. Estes renegados tem um prêmio oferecido por suas cabeças. Também há aqueles que conseguem executar suas atividades sem atrair a atenção dos Grandes Chefes, porém isto os limita a serem para sempre uma pequena gangue sem influência dentro de uma pequena cidade ou bairro. Mais cedo ou mais tarde estas pequenas gangues precisam de ajuda. É quando a Shadaloo empresta seus favores e consegue a lealdade de mais seguidores.
Os Chefes
O próximo nível do monumento do crime de Bison são os Chefes; poderosos gangsters que controlam o crime dentro de seus territórios. Alguns desses chefes são simples homens e mulheres que foram inteligentes o bastante para esculpirem seu domínio sobre uma cidade inteira. Outros são poderosos guerreiros, Street Fighters que se sujeitaram à Shadaloo visando aumentar a sua segurança ou por medo. De qualquer maneira, chefes são difíceis de derrotar, e se um deles cai, outro toma rapidamente o seu lugar.
Muitos chefes controlam uma cidade ou bairro. Grandes cidades podem ter diversos chefes, que comumente gastam a maior parte de seu tempo enfrentando-se. Cada chefe comanda uma pequena força de combate – ninjas, gangsters, agentes secretos e mercenários. Estes chefes respondem a um “conselho regional”, que dita as regras, colhe os lucros e resolve as freqüentes disputas entre chefes.
A maioria dos chefes lideram pequenas organizações, como a Yakuza ou a Máfia, alguns chefes estão ligados a organizações menores ainda, mas que fazem parte de organizações maiores controladas por seus Lordes (o próximo nível na hierarquia).
Outros chefes estão vinculados a grupos de assasinos, quadrilhas de ladrões e até clãs ninjas.
Como maior exemplo, é comum mencionar Sagat, Vega e Balrog que tecnicamente são considerados chefes dentro da hierarquia da Shadaloo, formando o time chamado Generais de Bison. Na realidade os três são Guerreiros Mundiais altamente respeitados e temidos por todos dentro da Organização, com exceção de Bison é claro. Eles coordenam suas próprias atividades, mas não obedecem ordem alguma a não ser as de Bison (os Lordes ou a Tríade do Dragão não exercem nenhuma influência).
Sagat controla uma pequena área em Bangkok, mas basicamente passa o seu tempo todo praticando. Vega comanda a sua organização de assassinos na Espanha e Balrog serve Bison em Las Vegas (Balrog na verdade deixa outras pessoas tomarem conta de seus negócios e apenas quebra algumas cabeças quando é preciso). E por fim, o novato FANG tem seu próprio clã de assassinos chineses.
Os Lordes
Envoltos em segredo, os Lordes trabalham diretamente com os governantes dos estados e países. Cada Lorde comanda dúzias de chefes, coordenando suas atividades e conduzindo-as a objetivos maiores de acordo com as ordens de M. Bison e da Tríade do Dragão. Lordes controlam imensos territórios como o Lorde da Califórnia ou até mesmo países, como o Lorde do Brasil.
Todos os Lordes encontram-se em conselhos para se conhecerem, uma vez que existem milhares de Lordes espalhados pelo mundo, cada conselho comumente agrupa 100 deles. Cada Lorde é escolhido ou deposto pessoalmente por M. Bison ou um de seus generais (Vega, Balrog, FANG e Sagat). Muitos Lordes são Street Fighters poderosos que conquistaram esta posição graças ao seu trabalho duro. O resto são criminosos puramente inteligentes e manipuladores que não durariam 3 segundos em uma luta, mas que dariam um jeito de mandar alguém lhe matar em pouco tempo.
Cada Lorde reporta suas ações no mínimo uma vez por ano diretamente com M. Bison. Os Lordes evitam confrontos diretos para se manterem no anonimato, tendo exércitos de capangas ao seu comando e até mesmo excelentes Street Fighters. Os Lordes têm acesso aos mortais Revenants de Bison e dependendo da ocasião até mesmo a ajuda de um Guerreiro Mundial que esteja associado à Organização.
Poucas pessoas sequer ouviram falar dos Lordes. Rumores contam que alguns deles possuem habilidades psíquicas como Bison e outros possuem acesso a alta tecnologia, tornando-os ciborgues. Mas as informações acerca dos Lordes são todas vagas, passando-se por boatos até mesmo dentro da Shadaloo.
O Narrador tem total liberdade para criar as identidades e poderes de um Lorde.
Tríade do Dragão
Para saber tudo sobre a Tríade do Dragão, leia este post.
Ordem da Unidade Celestial
Para saber tudo sobre a Ordem da Unidade Celestial, leia este post.
Poder Político
Criminosos não são confiáveis. Cada facção dentro da Shadaloo vê os outros e a si próprios como inimigos em potencial, sempre esperando uma facada pelas costas. A delicada balança do poder é mantida pela intimidação, pelo medo, pelos poderes psíquicos de Bison e pelos seus generais – Sagat, Vega e Balrog.
A constante escalada em busca de poder dentro da pirâmide da Shadaloo torna‐a rotativa, estando sempre em mutação, trocando Chefes e Lordes o tempo inteiro; o que se torna um problema e uma solução. A rotatividade dos membros da Shadaloo mantém todos sempre “espertos” pois a rotatividade comumente ocorre por assassinato, o que diminui a chance de traição dentro dos mais altos escalões de poder. Esta é a solução sob a ótica de Bison. O problema é que isto garante à Interpol a oportunidade de infiltrar agentes dentro da organização, porém somente na base ou entre os Chefes. Bison deixa poucas brechas entre os Lordes, mas nem pensar em colocar um agente infiltrado dentro da Tríade do Dragão ou entre seus generais (Sagat e Cia.). Ainda assim, é o melhor que a Interpol tem conseguido todos estes anos. Como Musashi disse certa vez, enquanto o guerreiro tiver vontade de lutar, ele não estará derrotado.
Iate de Ken Masters
A arena de Masters fica em um iate muito luxuoso chamado Masters of Ocean, pertencente à família de Ken. Ken já lutou nessa arena, antes de se tornar amigo dos homens que lhe emprestam a doca na qual ele luta hoje em dia. No entanto, Ken manteve o iate como palco para lutas, dessa vez, para Street Fighters iniciantes.
Normalmente ancorado na costa de Nova Iorque, às vezes os empresários de Ken organizam torneios-cruzeiro, que percorrem a costa dos EUA ou até mesmo indo para América Central e do Sul, o que faz com que diversos lutadores possam competir, conforme o iate passa por perto de sua região. Os torneios comuns geralmente acontecem no último final de semana de cada mêz, mas dificilmente um lutador é chamado mais de uma vez para lutar lá. Quem chama os lutadores são os empresários de Ken, e eles geralmente chamam iniciantes que se destacaram em algum outro torneio ou que são discípulos de renomados senseis. Já o torneio-cruzeiro acontece uma vez por ano e dura vários dias, sendo um evento importante do calendário dos street fighters nova iorquinos.
O Iate possui todas o conforto e tecnologia que alguém pode querer. Com diversos quartos, salão de festas, auditório, heliporto, lancha, antena de satélite, equipamentos de mergulho, cinema e tudo mais que o Narrador imaginar. As lutas ocorrem em uma arena montada ao lado de uma enorme piscina olímpica, e é um ringue tradicional, igual aos de Boxe, com as cordas, os corners e tudo mais. Geralmente há muitos convidados que não são lutadores, como figurões, empresários, políticos e muitas mulheres da high society. Seus motivos são os mais vaariados: apostas, contratos, networking e porque não: bajular o herdeiro de um dos homens mais ricos dos EUA?
O prêmio varia de acordo com os postos dos participantes. Geralmente ele é de 10.000 dólares para o vencedor, mas se ele estiver num Posto mais alto, pode chegar até a 200.000! Os empresários de Ken também costumam aumentar os prêmios de acordo com as apostas, por isso, o prêmio inicial costuma ser baixo mesmo.
Obviamente devido à sua vida de treinos, negócios e viagens, Ken não costuma participar de todos os eventos que ocorrem no iate, mas uma ou duas vezes por ano ele marca presença e atua inclusive como juiz na final do torneio. Este é sempre um evento especial, regado a muito champagne e iguarias caras, como scargot e caviar.
Ainda que basicamente seja uma arena de muita Glória, Ken não permite atos desonrados, que normalmente são punidos com a expulsão do lutador de dentro do iate, por bem, ou por mal (jogando-o no mar). Ainda mais raras que as aparições de Ken no iate, são os eventos em que ele convida algum de seus amigos Guerreiros Mundiais, como Ryu e Chun Li, para enfrentarem-no em um combate de encher os olhos que ocorre após a final e, muitas vezes, é mais aguardada que a própria final. Até mesmo pelos finalistas.
* Esta arena foi originalmente criada por Eric Musashi para o fanzine Orgulho da Arte #1, tendo sido expandido por Fernando Jr especialmente para este post.
Centro de Estudo Budista do Norte da Califórnia
Na Chinatown de San Francisco está um prédio pequeno,
despretensioso. Conhecido pelo público geral como Centro de
Estudo Budista do Norte da Califórnia, é famoso entre Street
Fighters por ter se tornado um lugar de reflexão e recuperação.
Quando a pressão do Street Fighting torna-se demais,
quando um lutador perde seu caminho ou precisa retirar-se
do mundo, este é o lugar para vir. Mestre Takashi, o monge
Zen que administra o Centro Budista, é conhecido como um
homem honrado e um místico sábio.
O Centro foi fundado no início da década de 1970, no auge
da “Era de Aquário” – quando paz, amor e filosofia oriental
eram populares. Os jovens americanos vinham ao Centro para
aprender sobre o Budismo Zen, para “sair do mundo e entrar
em sintonia” e ficar mais íntimos de si mesmos. A qualquer
hora havia uma dezena de estudantes recitando koans budistas
em busca de iluminação. A sabedoria transcendental viria a
quebrar o pensamento lógico e entrar em contato com o subconsciente,
buscando respostas em seu interior. Em 1976, contudo,
o Centro encarou tempos difíceis. As pessoas pararam de
vir, e o prédio ficou quase vazio. A América mudou para uma
nova moda.
Durante este tempo, com poucos alunos para ensinar, Mestre
Takashi sustentou-se com ajuda dos moradores locais. Dedicou-
se ao serviço comunitário, realizando trabalhos ocasionais
em troca de comida ou outros serviços. Ele interviria em
nome de um residente, auxiliando os doentes, adivinhando o
futuro ou orando a Buda por assistência. Eventualmente, isso
lhe trouxe problemas com uma Tong (uma espécie de gangue chinesa) local.
Na década de 1980, os sindicatos do crime chineses de Hong
Kong se mudaram para muitas grandes cidades americanas. Os
Crimson Tigers eram o tal sindicato que havia se mudado para
o bairro de Mestre Takashi. Eles exigiram dinheiro de proteção,
venderam drogas e introduziram a prostituição na área. Chinatown
se tornou um lugar mais perigoso para viver e o índice de
criminalidade aumentou.
Os comerciantes e moradores locais imploraram pela ajuda
de Mestre Takashi. Ele interveio quando a Tong tentou assaltar
um comerciante e ele expulsou os traficantes de drogas das esquinas
próximas. Os Crimson Tigers estavam felizes em deixar
o monge sozinho para queimar incenso e meditar, mas quando
Mestre Takashi começou a se intrometer em seus negócios, a
Tong reagiu. Eles vieram para intimidar Mestre Takashi e ele os mandou
para uma longa estadia no hospital. Ao redor do bairro, histórias se espalharam sobre as proezas
de artes marciais do monge, de como ele derrotou sozinho dez
bandidos e desviou seus golpes como uma árvore se curva perante
o vento. Eventualmente, embora Mestre Takashi tenha
sido incapaz de se livrar completamente da Tong, os Crimson
Tigers desistiram das quadras ao redor do Centro Budista e se
concentraram em outras áreas. O impasse continua até hoje.
Em 1988, um famoso Street Fighter com posto quase de
Guerreiro Mundial veio até Mestre Takashi procurando por
ajuda. Antes de vir até Takashi, Ian Dixon tinha estrelado recentemente
um filme de artes marciais de sucesso que lhe rendeu
muito dinheiro e fama. Pessoas cercaram-lhe com ofertas
de outros papéis, e propostas de negócios choveram de uma
linha de mercado de vitaminas, suplementos de artes marciais
e uma rede de escolas. Ele praticou pouco e gastou mais
tempo vivendo uma boa vida; tornando-se cheio de si, o seu Kung Fu enfraqueceu-se. Tolamente, como parte de um golpe
publicitário, ele concordou com uma luta muito anunciada em
Las Vegas contra um adversário mais fraco. Dixon perdeu feio.
Posteriormente, as ofertas sumiram, seu empresário o deixou
e ele se viu sozinho. Buscando por si mesmo, tentando recuperar
o seu centro, seu foco, Dixon veio até o Centro Budista.
A princípio, Mestre Takashi se recusou a ensinar Dixon. Takashi
sentiu que Dixon não estava falando sério sobre “ajudar
a si mesmo” e estava mais interessado em piedade. Mas Dixon
persistiu, e Takashi viu algo enterrado dentro do “antigo” Dixon
– o coração, a dedicação e a honra que ele possuía antes de
perder seu rumo. Ele aceitou Dixon e, através de meditação
e dedicação ao serviço, Dixon se tornou uma nova pessoa. A
notícia do retorno triunfante de Dixon ao Street Fighting e o
papel de Mestre Takashi no assunto espalharam-se rapidamente.
Outros guerreiros começaram a vir ao Centro de Estudo
Budista. Aparentemente, de um dia para o outro, o Centro foi
transformado de um prédio vazio a um destino popular para
guerreiros e estudantes.
Do lado de fora, o edifício parece com um simples prédio
de tijolos de três andares, com apenas um pouco de esplendor
arquitetônico tal qual um telhado arrebitado e telas de malha
vermelha nas janelas para distingui-lo. Não há sequer uma
sinalização anunciando sua localização– pretensos visitantes
devem perguntar ao redor pelo endereço. No interior, o edifício
é aberto e arejado. Muitas das paredes internas são telas
de deslizamento japonesas, e um tatame cobre o chão de madeira.
Em vez de camas, os visitantes dormem em futons (futon
é um tipo de colchão usado na cama tradicional japonesa).
No pátio central do edifício existe um jardim Zen, onde os visitantes
podem meditar; pedras ásperas e cobertas de musgo
estão em meio a um mar de pedras brancas. O edifício pode
acomodar até três dúzias de pessoas. Os visitantes estão autorizados
a ficar no Centro de Estudo Budista por quanto eles
quiserem. O único pagamento exigido é a realização de tarefas
simples ao redor do prédio, quando necessário – e sempre existe
algo para fazer.
Este é o lugar onde os Street Fighters podem se isolar das
pressões de suas carreiras, para curar tanto a mente quanto o
corpo. Massagem shiatsu e banhos comunitários removem a
tensão. Cura oriental antiga está disponível para a reabilitação
do corpo, enquanto a meditação ajuda a dominar os demônios
interiores ou escapar das preocupações do mundo. Com um
fluxo de entrada de doações de Street Fighters gratos, o edifício
foi reformado e uma equipe de nutricionistas, massagistas
e fisioterapeutas foi contratada. A sabedoria de Takashi é
procurada avidamente, e ele recentemente está admitindo
estudantes para ensinar-lhes Aikido. Ele também permite que
outros Street Fighters – aqueles com motivos puros e conduta
apropriada – usem suas instalações para treinar seus próprios
alunos. Assim, os lutadores que não têm recursos para abrir
sua própria escola de artes marciais podem passar os seus
conhecimentos para a nova geração.
Idéias de Histórias
O Centro Budista pode facilmente ter um papel central
numa crônica, como um refúgio para personagens cansados
ou feridos ou um lugar para buscar sabedoria e instrução de
um sábio. Outras idéias incluem:
- As Tongs, temendo que Takashi lidere os Street Fighters
e expulse-as de Chinatown em conjunto, formaram uma
aliança e começaram a recrutar seus próprios Street Fighters.
Estes lutadores começaram a atormentar os residentes
ou visitantes do Centro. - Quando o Centro Budista estiver pouco visitado, os Crimson
Tigers planejam atacar seu velho inimigo e colocar o
Centro de Estudos Budista fora dos negócios. Os personagens
pegam o gancho deste plot, ou Takashi poderia pedir-
lhes ajuda, ou eles estariam no local quando o ataque
ocorresse. - Os Street Fighters chegam ao Centro apenas para encontrá-
lo abandonado, e perceber que Mestre Takashi está
desaparecido. O rastro leva a Mriganka…
Centro de Estudo
Mestres Zen usam pequenas histórias para confundir seus
alunos. Estas são chamadas de koans. Elas são especificamente
vazias em sua apresentação, mas quando os estudantes
vierem a entender o “nada”, eles também chegarão
a compreender os koans.
– Miyamoto Musashi, O Livro dos Cinco Anéis
A escola Budista Zen desconfia do uso de bolsas estudos
– o estudo das escrituras (sutras) budistas – e da lógica para
alcançar a introspecção. Tais métodos podem apenas distorcer
a natureza de Buda e prolongar a ligação ao mundo
das formas. Na Escola Rinzai de Budismo Zen, à qual Mestre
Takashi pertence, a iluminação vem depois de esvaziar
completamente a mente, para que a realidade possa ser
experimentada diretamente. Para alcançar esta transformação,
os estudantes lutam contra charadas enigmáticas,
ou koans, para as quais não há resposta correta. As tentativas
de resolver o insolúvel decompõem as paredes do ego,
destruindo a estrutura conceitual que liga o mundo espiritual,
conforme o estudante se esforça para encontrar a resposta.
Aos alunos são feitas perguntas como:
- Podem os cães ter a índole de Buda?
- O que é realidade?
- O Universo existe ou não?
- Como?
- Qual é o som do aplauso de um homem que possui apenas
um braço?
Bar Primeiro Assalto
Esse bar na cidade de Nova Iorque é um dos locais de passatempo
favoritos dos Street Fighters. Localizado no centro de
Manhattan, fica no porão de um prédio de apartamentos, logo
abaixo de uma loja de eletrônicos. Um sinal estampado com o
nome do bar está pendurado em cima das escadas que levam
para baixo do nível da rua até a entrada. Alguns dos melhores
artistas marciais do mundo podem ser encontrados aqui, a
qualquer momento, incluindo muitos dos Guerreiros Mundiais.
O Primeiro Assalto (The First Round) é um lugar onde
Street Fighters podem se reunir em uma “irmandade” e trocar
histórias. Rancores são deixados à porta.
Embora pareça um “buraco-na-parede” visto da rua, o
Primeiro Assalto é na verdade muito grande. Em adição ao
longo e espelhado bar junto a uma das paredes, mesas estão
espalhadas pela sala. Claro, Street Fighters gostam de se exibir
e preencher o lugar, mas brigas de qualquer tipo são proibidas.
Para proporcionar uma saída para os Street Fighters mais
vaidosos, o bar patrocina vários testes de força e habilidade:
na parte de trás do estabelecimento, separados por um muro
baixo, estão um saco pesado e um saco de velocidade, ambos
equipados com contadores que medem o desempenho de
um atleta, bem como levantamento de peso. Apostas sobre
quem pode socar mais duramente ou levantar mais peso são
comuns.
A principal política do Primeiro Assalto é uma estrita proibição
contra a luta – uma proibição em vigor desde a abertura
do bar. Um grande cartaz sobre o bar informa os recém-chegados
desta regra, e poucos se atrevem a quebrá-la; espera-se
até mesmo dos inimigos tradicionais a aderência a esta diretriz.
Fregueses prestativos de longa data põe uma “palavra
de sabedoria” na orelha do ocasional cliente brigão, enquanto
seguranças, geralmente Street Fighters sem sucesso, impõem
a regra da “não-luta” da qual, é claro, eles estão isentos como
requerido.
Se um cliente for forte demais para os seguranças deterem,
há notícia de que os fregueses assíduos dão uma “mãozinha”. Se um cliente insiste em provocar uma luta, ele é rapidamente
conduzido à porta de saída. Tais incidentes, no entanto, nunca
se tornaram uma “briga de bar que esvazia o salão”, e o visitante
ofensor não pode contar com a ajuda de nenhum dos outros
clientes. O Primeiro Assalto é um paraíso onde rixas são postas
de lado e lutadores podem apenas relaxar. Ninguém quer ver
essa frágil paz perturbada.
O Primeiro Assalto é de propriedade de Antoine Stewart, um
estilista de Kung Fu e Street Fighter aposentado que lutara sob
o nome de Punho do Tigre (Tiger Fist) até que uma lesão – uma
perna quebrada que foi mal curada – o forçou a se aposentar.
Stewart levou o dinheiro que tinha guardado em suas vitórias
e comprou o bar. Ele o divulgou em torno do circuito, e logo
atraiu outros Street Fighters para seu novo estabelecimento.
Stewart continua gerenciando, e pode ser encontrado aqui em
quase todas as noites.
Apesar de estar fora do circuito há anos, Stewart ainda
parece magro e forte. Muitas vezes trabalhando no bar, recém chegados
o confundem com um funcionário – mas não por
muito tempo. Ele habitualmente saúda os recém-chegados
ao bar por seu primeiro nome, se eles já tiverem sido vistos
no circuito de lutas de rua. Simpático e sempre pronto a dar
conselhos sobre luta, ele se mantém a par dos acontecimentos
atuais, e pode direcionar uma pessoa para um novo tutor ou
sensei.
O Primeiro Assalto é um bom lugar para os recém-chegados
conhecerem lutadores mais experientes (e outros que trabalham
no circuito, como empresários) ou para procurar um
conselho ou informação sobre uma arena particular. Contatos
podem ser feitos, ou emprego encontrado. Uma visita de
Guerreiro Mundial não é incomum. Em qualquer noite, um
visitante pode encontrar Ken sentado no bar a beber um chá
verde ou Guile bebendo cerveja americana. Os empresários
também vêm aqui em busca de novos talentos, e os promotores
se certificam de que as informações sobre os seus próximos
torneios sejam anunciadas aqui.
Qualquer um interessado na classificação de um Street
Fighter pode consultar Larry Williams, um ex-apostador profissional
empregado agora por Stewart para manter um registro
das vitórias e derrotas. Com seus muitos contatos de jogo
em Las Vegas, Nova York, Monte Carlo, Londres e as Bahamas,
Larry é capaz de manter o controle de praticamente todos os
Street Fighters do mundo. Larry precisa seguir cada lutador
para determinar as probabilidades, e é também um mestre em
avaliar os adversários, o que ele não souber, ele pode descobrir
com alguns poucos telefonemas rápidos.
O Primeiro Assalto também é famoso por sua culinária, e tem
um menu incomum e extenso. Os artistas marciais têm alguns
gostos bastante estranhos, e este lugar atende a todos eles.
Stewart emprega três cozinheiros que abrangem uma gama
de cozinhas – de vietnamita e tailandesa a indiana e russa. Fei
Long pode obter um prato de caracóis com molho de feijão
preto, enquanto Edmond Honda pode apreciar alguns sushis
saborosos. O bar serve todos os tipos de bebidas – desde as sodas
típicas, cerveja, às mais exóticas misturas como o leite de
tigre e chá de capim limão. A especialidade da casa é o “Soco
Poderoso”, uma bebida especial de receita do próprio Stewart.
Cheio de vitaminas, proteínas e sucos de frutas naturais, dizem
que esta bebida serve para restaurar a energia e a força.
O Primeiro Assalto também tem sua parcela de problemas,
no entanto, era inevitável que a fama de Stewart atraísse a
atenção errada. Quando ele abriu o bar, Stewart teve alguns
problemas com capangas da família da máfia que “apareceram
para uma visita”. Em resumo, eles queriam que ele comprasse as bebidas alcoólicas deles, para lhes permitir usar o bar para
ocasiões especiais, e pagar-lhes por proteção também. Naturalmente,
Stewart se recusou, e os bandidos foram embora,
prometendo trazer-lhe problemas.
Stewart precisava de ajuda para impedir seu novo bar de
ser destruído, então ele pediu ajuda a seus ex-colegas. Quando
os capangas da família voltaram para destruir o lugar, eles
encontraram uma surpresa desagradável esperando por eles:
uma meia-dúzia de Street Fighters loucos por briga. Todos os
cinco bandidos foram enviados ao hospital para uma visita um
pouco demorada.
Este imbróglio iniciou uma guerra de seis meses entre O
Primeiro Assalto e a Máfia. Cada vez que a Máfia enviou capangas
para intimidar Stewart, ou para vandalizar o bar, Street
Fighters vieram em seu socorro e enviaram os bandidos empacotados.
Eventualmente, devido a muitos dos membros da
família terem sido colocados “fora de ação”, a máfia declarou
trégua, e Stewart foi deixado em paz. Até hoje, porém, o sindicato
mantém um rancor, ganhando tempo até que ele possa
se vingar. A principal razão para que eles não tenham simplesmente
bombardeado o lugar é que a família está esperando
Stewart falir e dar-lhe uma chance de obter uma propriedade
muito desejável.
Ultimamente, O Primeiro Assalto também tem atraído a
atenção da Shadaloo. Lutadores das conhecidas Equipes da
Shadaloo começaram a visitar o Primeiro Assalto, como se
fossem quaisquer outros Street Fighters, mas Stewart e os
freqüentadores regulares não gostaram. No entanto, como o
bar é destinado a ser um lugar para Street Fighters colocarem
de lado suas diferenças e descontrair, nada pode ser feito para
impedir a Shadaloo.
Poucos sabem que os combatentes da Shadaloo fazem
muito mais do que apenas socializar; eles vêm aqui para fazer
negócios como agentes da Shadaloo: coleta de informação,
captação de novas instruções e fechamento de negócios. A
regra que proíbe a luta involuntariamente fornece à Shadaloo
uma proteção. Enquanto os agentes não começarem nenhuma
confusão, não precisam se preocupar. Até agora, nem Stewart,
nem qualquer um dos clientes habituais do bar conseguiu
descobrir as verdadeiras atividades da Shadaloo no Primeiro
Assalto. O que vai acontecer quando eles finalmente descobrirem
ninguém sabe.
Idéias de Histórias
Além da camaradagem e de coleta de informações que
acontece no Primeiro Assalto, Street Fighters também podem
encontrar aventura e conflito aqui. Narradores podem considerar
as seguintes possibilidades.
-
Os lutadores aprendem sobre as atividades da Shadaloo
no Primeiro Assalto ao ouvir um crime sendo planejado,
ou ficam sabendo depois do fato de que um crime havia
sido planejado no bar. Os personagens tentam impedir a
visitação dos Shadaloo ao bar ou mesmo parar o crime. - A família da Máfia retorna com Street Fighters próprios
(talvez treinados pela Shadaloo) para forçar Stewart a
pagar o dinheiro de proteção ou apenas para se vingar.
Stewart aborda os personagens para ajudar a defender o
bar ou para se livrar do Sindicato completamente.
Background
Background. Essa palavra aparece com certa regularidade quando a conversa é entre RPGistas experientes, e também em matérias de revistas e posts de blogs. Alguns preferem dizer "ambientação", outros falam apenas em "história" ou "histórico" – mas background é muito mais abrangente.
Procurando background no dicionário inglês-português (a pronúncia é "bék-gráund"), você deve encontrar vários significados. Entre eles temos ambiente, cenário, antecedentes, formação, experiência. Todos valem em RPG, porque background é justamente isso – aquilo que enriquece e "recheia" o personagem. Sua história. Seu passado, personalidade e tudo o que o torna uma pessoa única. Indo direto ao ponto, background é aquela "historinha" que o Narrador pede para você escrever atrás da ficha de personagem – mas você disfarça, finge que não ouviu e deixa para depois.
Se o personagem de RPG fosse um computador, a planilha com números seria o hardware – a parte física, aquela que podemos ver e tocar. Então o background seria o programa, o software. Algo mais subjetivo, algo que não podemos ver imediatamente quando examinamos a planilha – mas SABEMOS que está ali.
Background não é indispensável para jogar RPG. Você pode preencher uma planilha, lançar os dados e esquecer qualquer outra preocupação. A diferença é que, jogando assim, muito em breve você pode acabar perdendo o interesse pelo personagem – e também pelo próprio jogo. Empregue algum tempo elaborando o background para seu personagem, e com certeza ele será mais valioso para você.
Sim, verdade. Você deve ter notado que, quanto mais tempo joga com um mesmo personagem, mais você fica apegado a ele. Isso não acontece apenas porque vocês debulharam capangas juntos (ok, isso TAMBÉM é divertido). Acontece porque agora seu personagem tem um passado. Você não o inventou durante a criação, antes de jogar – mas o background surgiu naturalmente, aos poucos, durante a crônica.
Sendo assim, não seria mais interessante construir personagens com passado e conteúdo, em vez de apenas uma planilha com espaços e bolinhas preenchidas?
Street Fighters não são só números!
Dentre os cenários da linha Storyteller (Vampiro, Mago, Lobisomem e os etcs), Street Fighter é aquele onde podemos esquecer mais facilmente o valor de um background. Talvez por isso este jogo seja tão detestado pela "elite" RPGista.
Digamos que você resolve construir um personagem de Street Fighter. O Narrador anuncia uma aventura onde terá um torneio de artes marciais (mais clichê impossível…), ok. Você logo pensa naquele combo para defende com Bloqueio básico e contra-atacar com Shock Treatment, e resolve por todas suas bolinhas de Técnicas em Foco e Bloqueio, seus Atributos Físicos vão para Vigor e Destreza e seus Atributos Mentais para Inteligência e Raciocínio. Além do Shock Treatment também pega uma Fireball, caso o oponente não queira se aproximar e faz um Kabaddi para que as manobras de foco saiam baratinhas. Para os gastos de Chi, preenchemos todas bolinhas de Chi na ficha usando Pontos Bônus e distribuímos as Habilidades, Atributos Sociais e Antecedentes à gosto. Pronto, já temos nosso personagem.
Temos mesmo? Vejamos…o sujeito não tem passado, não tem personalidade, não tem nem mesmo um nome! Pensando bem, o que temos é apenas um amontoado de números e cálculos espertos – um personagem feito com mentalidade puramente estrategista. Até que está bom se você está jogando suas primeiras aventuras e ainda não pegou o espírito da coisa, mas…pode estar certo, você logo vai se cansar.
Como trasformar esta planilha cheia de números em um personagem? A resposta é: dê a ele um background.
Para começar, temos que chamar esse cara de alguma coisa. Um nome indiano, rápido! Usando o instinto, o jogador escolhe…Karumi. Até que não ficou tão ruim.
O que esse Karumi faz da vida? Ele possui dons de manipular seu Chi em descargas elétricas e cospe bolas de fogo. Será um monge indiano? Talvez um discípulo de Dhalsim (o jogador pôs Sensei 5 como único antecedente).
Ei, um momento! Karumi tem Força 2, não tem técnicas de Soco, Chute ou Apresamento! Ele é um lutador que não sabe desferir sequer um chute ou soco. Nosso amigo é um tipinho bem estranho também, visto que não sobraram muitos pontos para por em Aparência. Isso dá a ele uma aparência de indiano passando fome, semelhante ao físico de Dhalsim em Street Fighter 2 para SNES.
Já temos muita coisa para trabalhar. Karumi é um discípulo de Dhalsim que vendo a pobreza de sua vila e a quantidade de enfermos decidiu ir para o Japão participar de um torneio Street Fighter para arranjar dinheiro para construir um hospital público. Isso corresponde à Honra maior do que Glória que o jogador de Karumi colocou na ficha. Agora ele viaja pelo mundo com alguns amigos que fez neste torneio, tentando juntar dinheiro suficiente para voltar para casa e melhorar a qualidade de vida dos habitantes de sua terra natal.
ISTO é background. Criar uma história, um passado e personalidade, compatíveis com as estatísticas de jogo. O ideal mesmo é pensar no background antes de construir o persoagem – e não o contrário, como acabei de fazer. Karumi teria uma vida mais fácil se, digamos, tivesse alguns pontos em Recursos ao invés de todos em Sensei.
Então ficamos combinados: quando preencher sua próxima planilha, dê ao personagem algo mais que números e bônus.
Artigo escrito por Fernando Jr inspirado em uma matéria homônima da extinta Dragão Brasil #43, escrito por Marcelo Cassaro.
O Mundo da Batalha de Sonny Bennett
Esta arena foi fundada na metade da década de 1980 por Sonny Bennett. Ela não possui um local permanente, viajando em vez disso de cidade em cidade como um circo; um comboio de caminhões e ônibus é necessário para transportar o equipamento e pessoal. O Mundo da Batalha é mantido em qualquer que seja o estádio proeminente da cidade anfitriã, como o Madison Square Garden em Nova Iorque. Por duas ou três noites, Street Fighters lutam uns contra os outros para o deleite das multidões. Toda a operação, então, é desmontada e move-se para a próxima cidade da turnê.
A arena em si parece ser a mesma, não importa onde esteja instalada: é um ringue quadrado simples, com cordas em volta do perímetro. Competidores se encaram em partidas, gritando, em um palco lateral, enquanto suas atuações são transmitidas em telões acima. Os bastidores são um turbilhão de atividades, com técnicos correndo de um lugar para outro, administradores fechando negócios e fãs pressionando por autógrafos.
Sonny Bennett começou como um pequeno promotor de um torneio de artes marciais local na Filadélfia. Realizado anualmente, o torneio era uma vitrine para as escolas de artes marciais locais. Os competidores eram pouco mais que crianças e entusiastas de meio expediente. Guerreiros profissionais evitavam a arena de Bennett, nenhum empresário retornava suas ligações e a presença de espectadores era baixa. Bennett estava num degrau abaixo da escada do sucesso, mas da noite para o dia ele se tornou um importante promotor, com uma grande banca. O segredo por trás da súbita prosperidade de Bennett foi a Shadaloo, que comprou a lealdade de Bennett e o instruiu a construir uma arena que pudesse fornecer cobertura para suas operações. Com o dinheiro da Shadaloo, ele desenvolveu a idéia de um crescimento rápido de artes marciais em viagem, similar a diversas operações de Luta-Livre profissional já em turnê pelo país. Agora, empresários estão disputando uns com os outros para agendar seus lutadores na arena de Bennett.
Bennett tem sua própria Equipe de lutadores: alguns são ativos, outros já tiveram o seu momento. Ressentimentos e rixas são tramados para fornecer uma razão para que os Street Fighters se confrontem, e para entreter os espectadores. No meio da luta, vinhetas são encenadas onde os lutadores se postam, discutem e trocam insultos. A maioria das brigas de uma noite é entre estes lutadores, mas é um aquecimento para o evento principal. Alguns dias, estas lutas são fixas, com o vencedor determinado previamente. Claro, Sonny e seus lutadores negam esta acusação com veemência.
O evento principal é normalmente reservado para Street Fighters independentes ou equipes. Os times são convidados para competir em lutas de duplas ou amplas lutas “livres para todos” contra times ou lutas individuais da própria Equipe de Street Fighters de Sonny. Lutadores independentes são agendados com semanas de antecedência e recebem o maior faturamento do pavilhão.
Mais e mais Street Fighters procuram Sonny e seu Mundo da Batalha, conforme a arena torna-se cada vez mais popular. Isto está fadado a crescer quando Sonny negociar um acordo para transmitir suas lutas na TV. Sonny também procura recém-chegados ao Street Fighting para dar-lhes um grande momento de invasão: diversos lutadores tiveram sua primeira chance nesta arena. Sonny está sempre à procura por novos talentos para adicionar à sua Equipe, no caso de um novo candidato quente ou um apagado (mas ainda popular) lutador. A eles é oferecido um exclusivo contrato de muitos anos com a Sonny Bennett Produções e é dado um camarim. Street Fighters sempre podem ser encontrados rodopiando sobre a arena, sejam eles visitantes para uma simples luta ou contratados por vários anos.
Sonny é cortês e amigável para convidados especiais, bajulando- os com presentes e cobrindo suas despesas de hotel e alimentação. Mas para aqueles que ele chefia, ele é duro e exigente. O que permanece um segredo muito bem guardado, pouco conhecido fora do Mundo da Batalha, é que Sonny explora seus combatentes regulares. Ele concede empréstimos para seus lutadores em taxas de agiota, então exige o pagamento em serviços: “Se você apenas levar este pacote para o bar das docas, eu esquecerei aquele último empréstimo…” Mesmo se um lutador não estiver em dívida com ele, Sonny tem meios de conseguir o que quer. Ele apela para o sentimento de gratidão e culpa (“Pense em tudo o que eu fiz por você”), intimidando-os e oprimindo-os e, em alguns casos, ameaçando seus entes queridos. Um lutador insubordinado pode vir a estar continuamente em competições contra oponentes muito fáceis e perdedores e outras lutas que não contribuem para sua reputação. Um competidor rebelde pode vir a ser morto.
Assim, os lutadores empregados por Sonny tornam-se inconscientemente peões nos esquemas da Shadaloo. Viajando por todo o país, atraindo milhares de espectadores e dezenas de Street Fighters, o Mundo da Batalha serve como disfarce perfeito para as atividades criminosas da Shadaloo, já que pacotes e encomendas são entregues por todo o país. Os lutadores providenciam músculos e proteção quando é necessário. Apesar dos perigos, algumas informações sobre a operação de Bennett escaparam, e alguns Guerreiros Mundiais começaram a suspeitar do que realmente é o Mundo da Batalha.
Idéias de Histórias
Em adição a um aparecimento único, o Mundo da Batalha poderia facilmente tornar-se um acessório em progressão na crônica do Narrador. Histórias possíveis incluem:
- Os personagens são Street Fighters iniciantes e, inconscientemente, se inscrevem no Mundo da Batalha. O que começa como uma oportunidade de carreira espetacular se deteriora lentamente em uma imersão no mundo do crime e uma situação de vida ou morte.
- Os Street Fighters são chamados por Cammy ou Guile para infiltrarem-se nas operações de Bennett e participar de sua Equipe, procurando a oportunidade certa para revelar seus planos ou neutralizá-los.
- Uma amiga dos personagens, agora empregado de Sonny, vem pedir-lhes ajuda. Sonny vem aborrecendo-a e ameaçando- a, e agora ela teme por sua vida e pede aos personagens para protegê-la dos capangas de Sonny, os quais estão convenientemente em seu caminho.
O Abismo
Poucas pessoas sabem que abaixo das ruas de Manhattan, onde milhares de pessoas passam por cima todos os dias, está uma das arenas mais perigosas dos Estados Unidos. Esta arena, conhecida apenas como The Pit (O Abismo), é a notória arena secreta de Shade, um assassino de reputação crescente. Shade usa sua arena para aprimorar suas habilidades, desafiar adversários e se livrar de seus incômodos. Desconhecido para muitos, Shade é Bruce Garibaldi, uma figura importante no mundo do crime na Costa Leste. Enquanto muitos sabem da existência do Abismo, a sua localização específica e sua verdadeira natureza não são totalmente compreendidas pela maioria dos Street Fighters ou os seus associados.
Quando a habilidade de um Street Fighter em particular chega a ser percebida por Shade, ele o seqüestra. Seus capangas – recrutados do sindicato do crime de Garibaldi para seu uso como Shade – localizam a vítima, drogam-na e atiramna na parte de trás de um carro esperando por ela. A vítima desperta descobrindo-se prisioneira na masmorra privada de Shade.
O Abismo é uma grande e plana câmara de concreto três andares abaixo do solo, escondida embaixo de um prédio de apartamentos não muito distante da cobertura privada do próprio Garibaldi. Portas de aço se abrem para a arena em ambas as extremidades. Atrás de uma porta há um elevador que leva ao andar térreo do prédio. Uma chave especial é necessária para operar o elevador.
Atrás da outra porta há um bloco de celas, onde os “convidados” de Shade são mantidos. Os quartos, preenchidos com mobília confortável e decoração elegante, parecem mais suítes de hotel do que celas de prisão. A despeito do ambiente de luxo, contudo, as portas estão trancadas, estabelecendo firmemente o verdadeiro propósito do quarto. As celas são monitoradas por uma câmera de circuito fechado de televisão; Shade ou seus subordinados se comunicam com o prisioneiro por um sistema de intercomunicação bidirecional. Todas as necessidades e desejos de um prisioneiro são sanados com suprimentos de comida gourmet, personal trainers, médicos e massagistas de Garibaldi. Ele quer seus oponentes estejam em sua melhor forma – sem ferimentos, fora de forma ou fraco de fome. Quando chega o momento, o cativo é levado sob pesada guarda à câmara principal.
Junto ao teto da arena, estão paredes de vidro, por trás das quais as celebridades assistem às competições; o comparecimento é por convite, e somente aqueles com experiência e mau-gosto horrendo são convidados. Se uma palavra sair sobre quem estava na platéia, a carreira de um número de importantes empresários, artistas e políticos poderia ser arruinada; esta ameaça serve para manter os espectadores quietos sobre a localização da arena e os eventos que ocorrem lá: eles não podem revelar o segredo para que não destruam suas próprias vidas. Normalmente, nenhum dos convidados sabe a verdadeira identidade de Shade. Os convidados recebem um convite apenas um ou dois dias antes da luta, normalmente por telefone. Enquanto saboreiam champanhe e mordiscam caviar, os poucos privilegiados assistem o esporte sangrento.
Shade prefere seqüestrar e lutar contra outros Duelistas, a fim de comparar suas proezas contra as deles. Ele tem sido conhecido por raptar lutadores de outras Divisões também – tipicamente lutadores que tenham entrado em conflito com o sindicato do crime de Garibaldi. Se um lutador põe fim a uma transação de drogas ou rompe uma das operações de seu agente de apostas, ele pode esperar a visita dos capangas de Shade e uma viagem ao Abismo. Alguns Duelistas ambicionam o “convite” de Shade – tendo ouvido sobre sua reputação, eles aguardam ansiosamente a chance de testar suas habilidades contra o misterioso mascarado. Rumores dizem que aqueles que lutam muito bem são convidados a integrar a Shadaloo.
Não há base real para esta especulação, embora Shade tenha começado a usar sua arena como um meio de testar recrutas em potencial para o seu sindicato do crime – ou de Garibaldi. Fair Play não é uma das preocupações de Shade. Se um oponente combate desarmado, ele ainda usa sua lança – um ato claramente desonrado. Às vezes, quando Shade está inseguro do resultado da luta, ele espalha na comida de seu oponente o Crisântemo Negro. Se fica óbvio que o prisioneiro não comeu, então a droga é injetada nele à força. É menos provável que Shade drogue oponentes os quais ele raptou unicamente como um teste pessoal de habilidade.
O objetivo da arena de Shade não é acumular vitórias ou derrotas, e melhorar o Posto deveria ser a última coisa na mente de um cativo. O Abismo é sobre a vida e a morte, e alguns lutadores nunca retornaram de lá. Shade às vezes deixa um oponente caído à mercê da morte devido aos seus ferimentos não-tratados. Ocasionalmente, ele é até mesmo conhecido por golpear oponentes inconscientes com sua lança, assassinando uma pessoa indefesa. Se, num capricho, Shade decide deixar um oponente vivo, ele liberta o Street Fighter capturado após a luta. O prisioneiro é despejado em um local remoto, distante da arena. Se um lutador é raptado para “ensinar-lhe uma lição” e, em seguida, vence o primeiro duelo, ele é levado de volta à cela. Às vezes, ele é libertado, mas geralmente é mantido para uma revanche; para a próxima luta, o oponente é drogado com o Crisântemo Negro para garantir sua derrota.
Para aqueles que são seqüestrados como potenciais recrutas para a organização de Garibaldi e lutam bem, é oferecida uma posição após a competição: Street Fighters que recusem participar da organização de Garibaldi são simplesmente executados em um lugar isolado. Se a luta era só uma partida simples entre os lutadores, o cativo é, algumas vezes, libertado ileso, mesmo se Shade perder. Ele é drogado mais uma vez e levado para um beco ou terreno vazio longe do Abismo. Outras vezes, dependendo do capricho de Shade, o cativo simplesmente nunca mais é visto ou se ouve falar dele.
Idéias de Histórias
Narradores podem usar o Abismo numa variedade de maneiras. Antes de realmente usar a arena, contudo, Narradores devem usar rumores sobre o Abismo para intimidar o time – deixe os personagens ouvirem histórias sussurradas amedrontadoramente a respeito de combates horrendos que lá ocorrem.
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Um personagem – particularmente um Duelista – é raptado por Shade para uma simples competição, para comparar estilos e habilidades.
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Uma organização do governo ou um dos Guerreiros Mundiais descobre sobre o Abismo e pede que os personagens o desativem.
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Um Street Fighter (ou um personagem jogador ou um NPC) está chegando muito próximo das operações de Garibaldi. Ele é seqüestrado e levado à arena para “aprender uma lição”. O personagem deve tentar uma fuga ou testar sua chance na arena com Shade, enquanto o resto do time tenta localizar o Abismo e resgatar seu colega. Se o cativo é um NPC, então, obviamente, a ênfase será na missão de resgate. Caso contrário, a atenção deve ser dividida entre o cativo e os salvadores.
O Crisântemo Negro
Shade trouxe do Japão o segredo para sintetizar este potente narcótico, onde é usado por alguns clãs Ninjas. Os assassinos da Índia também eram conhecidos por usá-lo, assim como a Máfia Vietnamita.
Shade usa uma versão enfraquecida desta droga no Abismo: vítimas que são injetadas com esta exótica substância rolam seu Vigor (dificuldade 8). Falha indica que a Destreza do lutador é reduzida em um ponto durante uma hora; uma falha crítica dobra a duração. A versão mais potente desta droga, impraticável para uso no Abismo, deixa a vítima praticamente em coma por um dia.