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O Grande Mestre

Muitos anos atrás, na China, havia um grande mestre das artes marciais cujas técnicas eram praticamente invencíveis. Ele ensinava um estilo de luta bastante difícil e que exigia muito do praticamente, tendo uma rotina de treinamentos incrivelmente rigorosa. Ele e seus discípulos acordavam antes do amanhecer todos os dias e treinavam o dia inteiro sem pausa até mesmo para uma refeição ao meio-dia.

Como vocês poderiam esperar, muitos de seus discípulos não conseguiam suportar isso. Alguns partiam furiosos, enquanto outros escapavam sorrateiramente durante a noite e passavam o resto de suas vidas envergonhados. Após vinte anos, apenas seis discípulos – discípulos extraordinários – restavam.

Uma manhã, ao invés do treinamento de sempre, o mestre disse – "Todos vocês, venham comigo". Curiosos, porém obedientes ao seu mestre, os discípulos seguiram por uma longa e penosa trilha montanha adentro, cada um deles caminhando silenciosamente. Finalmente, eles chegaram a uma pequena clareira onde estava um tigre magnífico e feroz, que estivera matando camponeses de vilarejos das redondezas. O tigre, vendo os homens em seu território, enfureceu-se e avançou na direção deles.

Os discípulos estavam todos paralisados de medo, mas o mestre não. O tigre saltou sobre eles e o mestre fez um pequeno gesto com a mão, enquanto expirava o ar suavemente. O tigre, a mais de seis pés de distância, caiu morto! Os discípulos ficaram todos chocados e olharam para seu mestre com grande respeito e admiração.

Virando-se para o primeiro, o mestre perguntou: – "Você gostaria de aprender essa técnica?"

 – "Sim mestre. Se você bondosamente me ensinasse."

 – "Você gostaria de aprender essa técnica?", o mestre perguntou ao segundo discípulo.

 – "Mestre, se você me honrasse ensinando a técnica, eu a aprenderia de bom grado!" o segundo discípulo respondeu. O mestre então fez ao terceiro, quarto e quinto discípulos a mesma pergunta, recebendo respostas similares.

Virando-se para o sexto discípulo, o mestre perguntou: – "Você gostaria de aprender essa técnica?"

 – "Não, mestre!" respondeu o sexto discípulo. Os outros ficaram chocados!

 – "Com sua licença mestre", o sexto discípulo disse, "eu quero aprender a defesa contra essa técnica".

O mestre sorriu e dispensou os cinco primeiros discípulos. O sexto permaneceu com ele durante vários anos.

Conto de autoria desconhecida.

Chi? Que diabos é isso?

Eric olhava muito atento para a arena. Esse era o seu primeiro torneio de street fighting, e deveria conhecer todos os segredos desse circuito. Havia feito alguns amigos logo que chegou em Nova Iorque; o milionário Robert Majestic e o misterioso russo Alexia Dimitri. Alexia agora lutava, e estava levando uma surra de um Street Fighter de Posto 4.

Eric observava os movimentos, e percebia que seu amigo tinha suas chances reduzidas a cada golpe. Dimitri também é novato, e provavelmente acabaria perdendo. Mas ainda assim Eric olhava atento para a arena. Dimitri ainda mantinha seu olhar arrogante, o que sugeria que ele tinha alguma arma secreta. O que seria?

A pergunta logo teve resposta. Dimitri saltou para trás, se esquivando do chute de seu oponente. Ele então olhou raivoso para o russo, partindo para cima dele. Mas não teve tempo de chegar perto o bastante para chutar novamente: Dimitri se concentrou, e várias partículas luminosas começaram a se converter em gelo. Toda essa energia se concentrou nas mãos do russo, que parecia estar fazendo um esforço enorme. Dimitri então atacou, congelando e ferindo muito seu oponente. Dimitri caiu de joelhos, ofegante.

– Mas o que é isso??!!

Eric não pôde segurar a frase! Ele já havia ouvido falar sobre a energia espiritual, e sobre as artes marciais orientais, mas nunca achou que fosse ver alguém congelar um oponente! Após algum tempo o gelo se quebrou, e o coitado caiu no chão todo ensangüentado e desmaiado. Dimitri saiu da arena e Eric cumprimentou-o pela vitória.

Naquela noite, Eric foi dormir intrigado. De fato, ele havia dominado os segredos do Savate e era muito forte. Mas o que adiantaria com um golpe como aquele? Ele havia ouvido histórias de ataques de Chi, como na luta em que Ryu venceu Sagat, mas achou que fossem apenas histórias. E o pior é que Eric enfrentaria o colega amanhã na semifinal!

Amanheceu, e Eric foi para a arena. Eric se lembrou de quando sua colega Mary tinha mãos molhadas demais, e das vezes em que ela jogou jatos de água nele. Mas Eric achou que fosse apenas um poder natural. É claro que ele acreditava em poderes elementais e nas bolas de fogo de Ryu e Ken, mas nunca tinha visto algo como esse que viu ontem. E agora enfrentaria Dimitri…

Eric e Dimitri se encararam um pouco. Logo os dois amigos sorriram um para o outro, demonstrando que isso era apenas um desafio, um duelo de cavalheiros. Eric estava um pouco amedrontado. Mas sempre havia encarado tudo com muita coragem, e não seria agora que tremeria! Eric avançou com tudo, saltando para perto de Dimitri, que não teve reação alguma. Dimitri então socou-o, mas Eric o acertou duas vezes com o seu chute duplo.

Dimitri tentou socá-lo, mas Eric foi mais rápido com seu chute médio. O soco de Dimitri não acertou-o muito bem, pela postura afastada que os lutadores de Savate mantêm após chutarem. Dimitri ainda tentou acertar um soco nele, mas o Ax Kick de Eric bastou para nocauteá-lo. Eric comemorou a vitória, mas não entendia porque o amigo não usou o seu trunfo contra ele. Mais tarde, Eric procurou-o para conversar:

– Dimitri, podemos conversar?

– E aí cara, parabéns pela vitória!

– Hehe, obrigado… Mas eu queria perguntar sobre aquilo que fez ontem…

– O que? Ah sim, meu ataque concentrado…

– Como fez aquilo?

– Bom, eu concentrei mais Chi do que podia controlar num ataque totalmente desesperado. Ainda bem que funcionou!

– É… Mas o que é…?

– Chi?

– É…

– Essa é a energia que rege o Universo e nos faz vivos. Você pode não saber disso, mas tem Chi dentro de você!

– Sério?

– É… Artistas marciais mais poderosos podem controlar seus Chi para melhorar suas técnicas, além de, é claro, tentar coisas desse tipo.

– Mas o Chi funciona com todo mundo? Quero dizer, qualquer um pode usá-lo?

– É claro que sim! Não aprendeu isso na sua arte marcial?

– Não… Eu aprendi a chutar e me esquivar, hehe!

– O controle do Chi é muito importante para qualquer lutador… Nós do Karatê Shotokan aprendemos isso desde cedo. O Grande Mestre Ryu é um bom exemplo de exímio controlador do Chi…

– Sei, sei…

– Mas você nunca tinha visto essas manifestações do Chi?

– Na verdade sim. Minha nam… Quer dizer, uma amiga minha tem poderes da água. Isso é Chi?

– Hum… Ela deve ser uma elemental da água!

– Uma o que?

– Elementalista… Tem uma afinidade com um dos quatro elementos da natureza…

– Mas eu sempre achei que isso fosse um poder natural dela, e não algo que qualquer um pudesse aprender.

– Vejo que ainda tem muito para aprender sobre Chi, Eric…

– É… Acho que concordo!

Eric partiu. Agora precisava se preparar para a final do torneio. Mas logo voltaria a Marseilles. E quando chegasse pediria a Mary que lhe guiasse no controle de sua energia. Talvez esse fosse o início de um grande poder a ser despertado futuramente…

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Este conto foi escrito por Eric, da Shotokan RPG e originalmente apresentado no fanzine Orgulho da Arte nº 7, disponível na Lista de Discussão do Yahoo!

As Quatro Velas

Quatro velas estavam queimando calmamente dentro de um templo sagrado. O ambiente estava tão silencioso que podia-se ouvir o diálogo que travavam.

A primeira disse:- Eu sou a paz! E apesar de minha luz as pessoas não conseguem manter-me, acho que vou apagar. E diminuindo devagarinho, apagou totalmente.

A segunda disse :- Eu me chamo Fé! Infelizmente sou muito supérflua. As pessoas não querem saber de Deus. Não faz sentido continuar queimando. Ao terminar sua fala, um vento levemente bateu sobre ela, e esta se apagou.

Baixinho e tristonha, a terceira vela se manifestou – Eu sou o amor! Não tenho mais força para queimar. As pessoas me deixam de lado, só conseguem se enxergar, esquecem-se até daqueles à sua volta que lhes amam. E sem mais apagou-se.

De repente … um monge entra no templo e vê as três velas apagadas. – Que é isso? Vocês deviam queimar e ficar acesas até o fim. Dizendo isso começou a chorar.

Então a quarta vela falou :- Não tenhas medo, enquanto eu queimar podemos acender as outras velas, eu sou a Esperança!

E ele pegou a vela que restava e acendeu todas as outras.

Após isto sentiu uma mão pesar em seu ombro e viu seu mestre que lhe disse:

– Espero que a vela da esperança nunca se apague dentro de você meu discípulo.

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Fonte: este conto é de autoria desconhecida, mas foi transcrito por Carlos "Wind Yang" Dalben, no fanzine Orgulho da Arte nº 15, disponível na Lista de Discussão do Yahoo.

Se sentindo em casa

Sonryu estava entediado. Não conseguia se acostumar com seu novo time de lutas. Tinha abandonado os Discípulos do Poder e entrado para o Darkness Team em busca de poder. M. Bison, o patrocinador do time lhe fez propostas irrecusáveis para entrar neste time, inclusive lhe ensinar algumas técnicas de Ler Drit e a controlar o maligno Psycho Power. Sonryu não era mal, mas se todo homem tem seu preço, o de Sonryu era poder.

Ele estava agora em uma arena militar em Mriganka, a ilha e nação de M. Bison. Também sede da Shadaloo, a maior organização criminosa que este mundo já viu. Seus companheiros de time não estavam lá, apenas uns poucos militares praticando Muay Boran, a brutal arte marcial de onde se originou o Muay Thai (mais civilizado e voltado para competições). Sonryu queria brigar, mas não contra aqueles “perebas”, se fosse para brigar contra um lutador de “Muay-alguma-coisa” ele queria Sagat de uma vez. Sonryu sempre foi assim; sempre quis superar seus limites lutando contra os mais fortes.

Que se dane!-pensou. Se enfrentar os 5 ao mesmo tempo talvez me proporcionem alguma diversão.

O 1º lutador é surpreendido com uma anilha de 20kgs que lhe foi arremessada nas costas. O 2º salta em direção ao teto. Sonryu desfere uma voadora no peito do 3º, agarra o 4º e o atira por cima do 5º. Nisso, o que estava no alto desce em um Wall Spring e lhe acerta com um Roundhouse Kick bem no meio do rosto; o que faz Sonryu recuar três passos e ter de limpar o sangue do nariz e boca.

Então é pra valer! Ele corre em direção aos militares e dá um Fierce de direita no queixo de um deles. Sonryu leva um Tiger Knee no estômago, seguido de uma “correntada” nas pernas. Filhos-da-p…! Sonryu cai de joelhos perante a dor para receber um chute certeiro em sua orelha direita fazendo-o cair para o lado. Estava encrencado.

Olhou ao redor enquanto tirava a parte de cima de seu gi negro. Um oponente estava sobre um banco quebrado com uma anilha sobre as costas, desacordado. Outro, se levantava do chão enquanto tirava suas luvas esportivas. O 3º e 4º oponentes se aproximavam lentamente girando correntes que sabe-se lá de onde tiraram. O 5º observava de longe, enquanto estralava o pescoço. Gritos de guerra ecoaram pela arena!

Sonryu iniciou seu Hurricane Kick fazendo com que os dois primeiros militares fossem levados pelo turbilhão de chutes arena adentro, sendo por fim atirados longe; um por cima de um armário que se entortou com o impacto e outro por cima de uma pilha de anilhas que foi derrubada causando um estrondo. Sonryu terminou seu golpe à frente do penúltimo oponente em pé, que tentou lhe acertar um Elbow Smash. Só tentou pois Sonryu mal havia terminado seu Hurricane Kick e já havia se agachado, em um incrível combo, para desferir seu Dragon Punch abaixo do queixo do oponente, que acabava de perder alguns dentes.

Agora Sonryu estava cara-a-cara com o último e maior lutador, que aproveitou a distração com os outros lutadores para colocar a tradicional “tiara” tailandesa e um soco inglês em cada mão. Malditos duelistas! Nisso, entra seu colega de equipe, o boxeador Samson Jr; que vendo a cena sorri: – Não terminou de se aquecer ainda? – Sonryu sequer desvia o olhar de seu oponente e responde: – Não até terminar com você! O boxeador irado corre em sua direção. Sonryu estava começando a gostar daquele lugar…

Pensar ou Agir?

Re-ka-ken! Re-ka-ken! Re-ka-ken!

O peito de Jackie ardia enquanto o vento entrava pelo templo onde treinava. O lugar, era um antigo templo de Kung Fu Shaolin nas montanhas do Tibet. Estava em fase de restauração, em breve iria se tornar mais um patrimônio histórico da região; estava velho, lhe faltavam telhas e as paredes possuíam buracos. As antigas tapeçarias já haviam sido levadas por saqueadores, bem como os fogareiros de prata.

Re-ka-ken! Re-ka-ken!

Mas Jackie não se importava, o motivo de estar ali não era pela beleza do lugar, ou pela bela paisagem da cordilheira Tibetana; muito menos pelo ar puro das montanhas. Jackie queria mais força. Foi ali, naquele templo, que seu antigo sifu Fei Long recebeu sua graduação como mestre em Kung Fu, depois de anos trilhando o duro caminho das Artes Marciais até o topo. Jackie estava ali em busca de iluminação, precisava de uma estratégia nova de combate, e possivelmente precisa melhorar suas técnicas também!

Re-ka-ken!

Cada vez mais exausto, Jackie sente os músculos dos braços e tórax fervendo de tanto esforço. Esta manobra, Rekka Ken, uma combinação rápida de socos, era uma das manobras mais velozes que Jackie possuía. Mas não era o bastante, ele descobriu que precisava de mais velocidade. Ele precisava superar o Tumbling Attack de Dani Claw, a assassina de seu melhor amigo, Thor; que morreu por não deixar o segredo da técnica ancestral do Zen no Mind cair em mãos erradas. Jackie quer colocar Dani atrás das grades, ele deve isso a Thor!

Re-ka-…

Não deu… os braços de Jackie não agüentam mais tanto esforço, e seu oponente, um saco de areia suspenso por uma corrente parece que também não, uma vez que está todo rasgado pelos impactos dos golpes constantes e vaza areia por alguns cortes na lona. Já é noite lá fora e faz mais de 8h que Jackie treina à fio. Mas aquela garras…esse era o grande problema!! Dani Claw era da divisão de Duelistas: lutadores que competem usando normalmente armas brancas; no seu caso, garras afiadas presas aos punhos. Foram elas que tiraram a vida de Thor, bem na frente de Jackie, que não pode fazer nada pois estava imobilizado por Mr. Big, um dos chefes regionais da Shadaloo…outro que deveria levar uma boa surra!

Re-…Dragon Kick!!!

Chega, seus braços não agüentam mais e Jackie também não. Treinar nunca foi seu forte, pensar muito menos. Vai voltar à cidade, comer e beber algo e dormir. Quando estiver frente-à-frente com Dani Claw novamente, ele decide o que fazer, sempre agiu assim, por impulso.

Enquanto isso, na beira da montanha, um camponês observa abismado o céu chover areia…

Honra ou Vitória?

“Glacius sentia suas costas se partindo em meio aos braços de seu oponente que teimava em não soltar-lhe antes de arrancar um último suspiro seu. Seus braços estavam livres porém retesados de dor, o que lhe permitia apenas realizar alguma manobra que não exigisse movimentos vigorosos.”

“Atrás de Glacius estava uma jovem belíssima, desacordada, que encontra-se cativa de seu inimigo truculento. Era uma desconhecida, mas Glacius não estava ali por glória ou por dinheiro, mas por honra. ”

“Se havia uma coisa que Glacius sempre seguiu com afinco foi o caminho da virtude, do bem, da Pura Fé como ele gostava de dizer. Desde pequeno, treinado por seu Mestre Ken, um grande guerreiro Shotokan, foi educado para ser um exemplo, algo como um escoteiro das artes marciais.”

“Glacius já não tinha mais energia para concentrar-se em algum golpe devastador, seu chi parecia se esvair juntamente com sua vida, havia algo de anormal naquele oponente, desde o início do combate já havia notado isso, ele emanava uma estranha aura negra, seus olhos pareciam vazados e parecia sugar sua energia ao mesmo tempo que apertava-lhe em um poderoso apresamento, aquilo era diferente de tudo que já havia sentido, não parecia ser Wrestling, Sanbo ou outra Arte Marcial de imobilização, era algo místico.”

“Glacius só tinha uma chance, extinguir completamente o que lhe restava de Força de Vontade e usar uma técnica extremamente desonrada, o Ear Pop, um golpe nas orelhas do oponente com as mãos em concha, o que com certeza atordoaria seu oponente o tempo suficiente para dar o troco. Mas e sua honra ?”

“Com o canto do olho, Glacius vê a jovem que estava tentando salvar, ela não parece ter sequer um arranhão, está apenas desacordada, dormindo ou coisa parecida, ao que parece seu oponente só usou a garota para chegar até ele, de alguma forma seu inimigo sabia de seus valores como lutador, sabia que não desperdiçaria uma chance de fazer o bem e resgatar a
jovem…mas como ?”

“Não havia mais tempo, seu inimigo apertou-lhe mais forte que fez com que as veias de sua testa saltassem e a coluna de Glacius rangesse, num último esforço Glacius usou o Ear Pop, fazendo com que seu oponente cambaleasse para trás, desorientado, tanto com o golpe quanto com o fato de Glacius possuir aquela técnica desonrada que pode ensurdecer e até
causar danos cerebrais no oponente. Mas não havia tempo a perder, quando recobrou-se do ataque inicial, Glacius já estava em cima dele desferindo diversos chutes por segundo com seu Air Hurricane Kick que o jogou do outro lado daquele beco imundo, chocando-se contra a parede tão violentamente que fez com que diversos tijolos caíssem.”

“Glacius estava com o peito arfando, mal tinha forças pra respirar, a poeira daquele beco machucava-lhe os pulmões, que pareciam perfurados por alguma de suas costelas quebradas devido à pressão do golpe sofrido. Ele estava parado em pé, com os joelhos retesados, e os braços estirados. Como que sem querer, Glacius nota um desenho nas costas do oponente, uma tatuagem, uma cobra enrodilhada em um punhal…Matsuo Sakyo !!! Aquela era a mesma insígnia do anel do diretor da Sakyo Corporation, que estava em sua casa neste momento, com sua esposa e filho, lhe aguardando para um jantar de negócios!!!”

“Glacius respirou fundo e disparou a correr. No caminho ele ligava do celular para uma ambulância para resgatarem a garota e para Jackie e Sonryu, seus amigos de confiança. Parecia que a noite estava apenas começando…”

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"Honra ou Vitória?" foi escrito por Fernando Jr especialmente para seu sistema de RPG (em desenvolvimento há anos) com base em sua campanha de mais de dois anos de Street Fighter RPG, onde figuraram grandes personagens como o honrado Glacius Makae, apresentado neste conto.

As Brisas do Paraíso na Face do Demônio

Dojô de Goutetsu

Outono de 1930, província de Shuri, Okinawa, Japão. Final da Era Meiji, a Era da Restauração Democrática.

O turbilhão de guerras fora como fagulhas em brasa, cintilavam ainda, pairando certa dúvida pelo ar: “Afinal, era chegada uma Era de paz?”

Num local afastado de todos, na ponta extrema do chamado Tora-o, ou Cauda do Tigre, como era conhecida a região montanhosa e estreita, densamente arborizada, residia um homem comum, conhecido como Mestre Goutetsu. Que como tal lutou pela restauração de seu País, a Sagrada Terra, o Japão. Burburinhos eram facilmente ouvidos pela região contando Histórias sobre o sangue que Mestre Goutetsu carregava em suas mãos, mas havia também quem afirmasse que um homem tão pacífico e concentrado em seus afazeres não poderia ser um assassino cruel. Havia dez anos que Mestre Goutetsu se mudara para aquela região e consigo trouxe duas crianças, Gouki e Gouken, alvo também de mexericos menores. Eram filhos de sangue ou adotados de Mestre Goutetsu?

Esquecendo a veracidade dos mitos populares, o certo era que Mestre Goutetsu era assim conhecido, como Mestre, por ensinar o antes tão reprimido TE, que hoje se tornara conhecido como a Arte das Mãos Vazias, o Karate.

Um tradicional solar japonês era seu Lar, com portas revestidas de papel de arroz, artesanalmente construído, cercado por frondosas cerejeiras, que obviamente foram plantadas por Mestre Goutetsu, já que a vegetação comum na região são os pinheiros conhecidos como Ryukyu, um pinheiro de tronco roliço e espesso. No alto outono, as pétalas rosadas das flores de cerejeira voavam pelo ar até encontrar o solo, como plumas desprendidas após a revoada.

Todos os dias, aqueles que residiam mais próximo do solar, cerca de uns quatro quilômetros, podiam ouvir gritos e Kiais, comuns durante o treinamento marcial. Mas hoje os ruídos cessaram e o que se ouvia era algo incomum. O som da traição, embora surdo, ressoava em todas as direções.

De um lado com os olhos fumegantes, em posição de combate, Gouki, do outro seu até então Mestre e Tutor Goutetsu. Fazia algum tempo que ambos se fitavam, desde que Goutetsu recebeu um desafio de vida ou morte pela honra da força de Gouki e evitou ser atingido por um golpe. Aquilo poderia ser uma afronta, mas Goutetsu admirava a naturalidade que Gouki tinha para as artes da guerra. Agora a enorme força que emanava de Gouki se condensava em ondas negras de fúria, reluzindo morte a sua volta.

– Você está morrendo Gouki! – Sibilou Goutetsu com grande pesar nos olhos – Eu o vi crescer… – pausou por um instante e, após arfar um sopro de tristeza, continuou – …Executar cada técnica e movimento como se fosse você que os tivesse criado… Agora você está diante da maior prova de sua vida, maior que qualquer tarefa que eu tenha ordenado a você. – aumentou seu tom de voz gradativamente até que esta pareceu um trovão ecoando pelas montanhas – Salvar-se de si mesmo!

Alguns corvos que estavam sobre os pinheiros voaram em disparada crocitando, como se anunciasse algum acontecimento sombrio. Os Corvos são símbolos de mal presságio, dentro do Shinto, a Religião primitiva Japonesa.

O primeiro golpe de Gouki ao desafiá-lo, foi pouco eficaz e estranhamente primário, vista a experiência de Mestre Goutetsu. O golpe não passou de um chute circular triplo, algo que Goutetsu o ensinara no inicio de seu treinamento, o Tatsumaki Sempu Kyaku, ou o Chute Circular do Espírito do Vento. Na verdade Goutetsu teve a nítida impressão que este movimento tão esmeradamente treinado todos os dias, tinha sido lançado apenas para lhe mostrar que seu Jovem Pupilo estava falando sério.

Enquanto permaneciam ali, Goutetsu e Gouki tinham certeza que aquela seria uma batalha cruel, a cada segundo passado essa idéia era reforçada. No momento em que o peito de Gouki se enchia Goutetsu o estudava. Não havia mais dúvida, assim como aconteceu com Goutetsu nas guerras da Restauração, Gouki estava sendo afligido pelos espíritos perturbadores, que alguns chamavam de Satsui No Hadou.

– Gouki – falou calmamente – você trouxe desonra à nossa casa! Você não pode sair pelo mundo desafiando todos por uma causa tão egoísta!

– DESONRADO EU?!?! – Esbravejou o jovem pupilo – Porque? Acaso Honra não é algo paradigmático?! É algo pelo qual lutamos? Pelo qual vivemos? Quem é você para me dizer o que é Honra? Você, um homem que carrega mil almas que o atormentam todos os dias, o fazendo lembrar do sangue derramado pela – satirizou – SUA HONRA!? Ainda assim, Sensei, você é o Homem mais forte que conheço…

Goutetsu ainda de guarda levantada, olhava dentro dos olhos de seu jovem aluno. Ele era o detentor de uma antiga arte mortal e perigosa, que no passado foi de extrema importância para a Restauração, mas hoje, em tempos mais pacíficos, não passava de uma armadilha cruel e sórdida.

Goutetsu jamais ensinara essa técnica a ninguém, em seu coração desejava que ela morresse com ele, mas como novos tempos tenebrosos poderiam surgir, cifrou seus movimentos e técnicas dissimuladamente em códigos estratégicos que somente grandes mestres decifrariam no futuro, após anos de persistente treinamento. Esta técnica um dia foi conhecida como Ansatsuken, ou Técnica dos Punhos Assassinos, cuja origem é obscura, até mesmo, para o Grande Mestre Goutetsu, que hoje ensina o karate da família de seu bom amigo Funakoshi, conhecido como Sensei Shoto, criador do Shotokan.

– Você está perdendo sua alma, um guerreiro sem honra não passa de um demônio. – a falta de expressão diante de suas palavras dera certeza a Goutetsu, que ali não residia mais a alma do menino que acolhera à 10 anos, melancólico continuou – Pouco importa isso agora! Gouki, como descobriu o Ansatsuken? – Perguntou Goutetsu intrigado, mas de modo habitual, com semblante sisudo e transparecendo calma, enquanto continuava a fitar diretamente a alma de Gouki através de seus olhos escuros.

– HUNF! – Gutural, desdenhou a dúvida de seu Sensei – Acha que sou ingênuo? Foi muito simples, venho treinando a mais de dois anos escondido, remontei movimento a movimento, soco a soco, chute a chute. Tudo ficou ainda mais fácil quando descobri o verdadeiro moinho da força de um guerreiro, o ódio, a fúria, o desapego pela vida, a força sobrepujando a fraqueza, na verdade isso sempre esteve diante de meus olhos, bastou que pensasse na sua vida, Sensei! Sua vida me mostrou o exemplo e o significado de toda a Vida! Foi tão ridículo quanto jogar Hasami Shogi¹ com meu Irmão, Gouken.- dando à sua face um ar mais sombrio que antes, sorri como uma fera selvagem.

Subitamente Goutetsu se dá conta que desde que acordou pela manhã não vira ainda seu outro aluno, Gouken, irmão de Gouki. – O que fez com seu irmão, seu bastardo!? – Perguntou movendo-se lateralmente, pé ante pé. Gouki, percebendo o mover de seu mestre, também se movimenta lateralmente acompanhando os passos de seu mais que iminente inimigo. Sem hesitar respondeu, com o mesmo sorriso em seu rosto: – Meu irmão é fraco, contei a ele o que faria hoje e ele tentou me impedir. – A Face de Goutetsu transformou-se com a notícia, Gouki pôde perceber nitidamente o fluxo sanguíneo aumentar nas veias de Goutetsu, enquanto continuava a falar. – Mas não se preocupe, eu apenas o desacordei… – pausadamente, relançando um olhar de ódio para Goutetsu, falou entre os dentes – Ele é… um FRACO!

Este era o momento que Goutetsu esperava, as últimas palavras de Gouki o impulsionara a seu derradeiro ataque. Quando se jogou em violenta corrida em direção a Gouki, viu que este instantaneamente, sem hesitar, fez o mesmo. Percebendo que seus movimentos estavam em paridade com Gouki, antes mesmo de dar o primeiro passo rumo à inércia, Goutetsu foi remetido absolutamente, durante poucos segundos, ao passado, quando encontrou os dois irmãos vivos por milagre, após a morte de sua família por cólera. Suas próprias palavras na ocasião, tamanha foi sua surpresa, ecoaram por sua mente neste instante: – Os pequeninos são fortes?! Até o próximo passo antes de se aproximar o suficiente de Gouki. Esses dois irmãos trouxeram a sua vida algum sentido além de matar, agora, ironicamente, ele estava ali para interpor entre sua vida ou a de Gouki.

PUFH! – Fez o impacto seco do pé de Goutetsu contra as folhas e relvas. Enquanto as pétalas pareciam parar estaticamente no ar, recordou de todo acontecido de hoje, mais rápido e súbito que um raio, suas lembranças o levaram para um dia de outono como este, onde após demonstrar certo movimento, Gouki disse admirado – Sensei, um dia serei melhor que você!

PUFH! – Estalou o eco do último passo antes de Goutetsu se lançar contra Gouki. Ao perceber que o semblante de Gouki já não era mais humano, Goutetsu finalmente se lançara contra ele, assumindo uma posição secreta, posicionando as mãos e fazendo também fluir de si as ondas negras da morte. Neste momento pensara consigo mesmo – Desta forma estarei matando a última pessoa e esta técnica estará esquecida para sempre! – mas antes que pudesse acabar seu raciocínio, algo inesperado ocorreu. Gouki assumiu a mesma forma que seu Mestre e estava a milésimos de segundo dele.

Goutetsu mal pôde ver o que aconteceu. Em certo instante estava de pé, quase golpeando seu ex-aluno mortalmente, aplicando com exatidão uma das técnicas mais mortais do mundo, o Shun Goku Satsu. No outro, apenas o que podia ver era Gouki de costas, em sinal de desdenho. Neste momento, pôde ver surgir uma mancha nas costas do Gi de seu matador, formando um ideograma, um caractere Japonês, o TEN. Símbolo da divindade, porém, escrito a sangue.

Durante toda sua vida Goutetsu se perguntou o que seus inimigos sentiam ou viam antes de perecer. Os mitos por trás da técnica pregavam que a vitima era enviada ao inferno cem vezes antes de morrer e que sua alma era destruída em mil pedaços.

Goutetsu sentiu o coração parar e bombear em reverso e seu fluxo sanguíneo se reverter repentinamente, ao mesmo tempo toda sua musculatura entrou em espasmos dolorosos, mas Goutetsu que viveu como um Guerreiro quis morrer como tal, nem mesmo um gemido de dor emitiu. Neste momento enquanto ele tentava de alguma forma se livrar da entropia, seu algoz e ex-aluno exclamou:

– Eu venci! Eu sou o Mestre dos Punhos! – Fluindo ainda mais poderosamente as ondas negras odiosas.

Com suas ultimas forças, Goutetsu sentindo sua vida se esvair como a água de um rio sem mananciais, voltou-se para Gouki na tentativa lhe dar uma última lição, dizendo com dificuldade:

– Não importa que eu morra…. Você havia perdido antes…. Antes mesmo de começarmos nosso duelo! – Olhou para Gouki com pena e lágrimas nos olhos, golfando sangue entre as palavras:

– Você está morto Gouki, meu filho! Gasph! Você não passará de um títere fantoche nas mãos do Satsui No Hadou!!!… Bargh!… Ainda que alcance os céus, você não passará de um viajante em terras estrangeiras… Gasph! Você não passará de um AKUMA! – cai ao chão, já sem qualquer vestígio de vida.


[1] Hasami Shogi é um jogo antigo muito popular entre as crianças japonesas. Similar à dama, o objetivo é cercar as peças do adversário, por dois lados ao menos.


Conto escrito por Victor Rocha, webmaster da Shinbushi e da Street Fighter Seeking, além de autor das capas dos suplementos Guia do Jogador, do Segredos da Shadaloo e do Competidores (veja todos na seção de Livros Oficiais).

Prelúdio do 2º Torneio Online

Noite do dia 02/05

Um bar em Kingston, Jamaica

Hoje é dia de festa em Kingston. Não as festas costumeiras, que acontecem todas as noites. Hoje está acontecendo uma festa promovida por Dee Jay, o Guerreiro Mundial Jamaicano e ídolo do reggae. Seu famoso bar, o DJ's Pub, está lotado de fregueses que vieram ver os dois shows: o da banda de Dee Jay e o do Kingston Annual Tournament.

O Kingston Annual Tournament é um torneio Street Fighter que acontece uma vez por ano no DJ's Pub, criado e mantido por Dee Jay, o torneio tem por objetivo encontrar novos talentos do Street Fighting. Foi no Kingston AT  que Dee Jay lutou e tocou pela primeira vez, e ele financia atualmente o torneio para que outros jovens também tenham essa oportunidade.

Dee Jay usa como arena um pátio existente nos fundos do pub, onde existem algumas mesas para os espectadores continuarem bebendo e onde fica o palco onde ele costuma se apresentar. A aparelhagem de som pesado mostra queprovavelmente Dee Jay colocará seus sucessos a tocarem enquanto as lutas acontecem, ou apenas indicam que ele esqueceu de retirar elas dali…

O torneio é aberto somente a lutadores iniciantes, de preferência que nunca tenham lutado profissionalmente no circuito Street Fighter. Dee Jay seleciona pessoalmente os candidatos, que são 8 ao todo, com base em indicações de amigos e informções vindas de seus contatos pelo mundo. Em suas viagens Dee Jay encontrou grandes lutadores, e tentou escolher os melhores novatos para trazer ao Kingston AT deste ano. São eles:

Francesco Rossini: dono de uma academia em Chicago, este americano descendente de italianos viu grandes oportunidades no circuito Street Fighter e não medirá esforços para ser um campeão. Esta determinação acompanhada de seus talentos como Kickboxer profissional o tornaram perfeito para participar do Kingston AT.

Fabiano Cambalhota: paulista de nascença mas baiano de coração; Fabiano “Cambalhota” (como é chamado nas rodas de Capoeira) é um grande lutador que foi encontrado durante uma viagem de Dee Jay ao Brasil. O próprio Dee Jay fez questão de convidá‐lo para o torneio após ver suas habilidades em combate.

Kashin Byai: este Thai Kickboxer é um enigma para a organização do torneio. Quem o indicou? Da onde ele surgiu? Será que é algum discípulo de Sagat? Sua força parece comprovar esta última teoria…

Jiao Khan: discípulo do grande mestre do Muay Thai, Tin Baak, Jiao luta para ser aceito em mundo que lhe tirou os pais e a esperança. Tendo crescido sozinho nas ruas de Bangkok, Jiao é amargo e de poucas palavras.

Ricardo Andrade: jovem playboy gaúcho, Ricardo adora tunning, garotas e é claro Karatê Shotokan! Ricardo é fprte e tem determinação, mas deve escolher um objetivo para sua vida, dividida entre a faculdade de Direito e sua arte marcial.

Expert Parkour: aparentemente este lutador misterioso não deveria estar aqui. Tudo indica que ele estava inscrito para o Masters American Champioship, porém misteriosamente ele apareceu neste torneio sem uma palavra…isso apenas aumenta mais os rumores de que seria discípulo de Dhalsim.

Jô Hélio: este místico advogado e exímio capoeirista encontra em seus orixás a força para derrotar seus oponentes nas arenas do submundo e lutar contra o preconceito.

Django: este gigante mascarado é um wrestler profissional (Sanbo) que viu em seus imensos músculos, uma forma de ganhar fama e dinheiro. Dee Jay viu nele um lutador digno de participar do Kingston AT.

Este 8 lutadores escolhidos a dedo pelo Guerreiro Mundial se enfrentarão pelo título de cmpeão do Kingston Annual Tournament!

Prelúdio do primeiro torneio online

Manhã do dia 25 de março de 1991,

Porto de Seattle – EUA

O porto de Seattle está abarrotado nesta manhã de sábado. Não é algo incomum nesta época do ano, mas hoje não são apenas os trabalhadores em seus barcos e playboys em suas lanchas que circulam pelas docas. Há algo de estranho no ar, e não é o cheiro de peixe…

Ancorado no porto está o luxuoso iate do Guerreiro Mundial Ken Masters. Detentora de uma das maiores fortunas do mundo, a família Masters possui forte tradição militar e presença marcante na economia americana. Com a ascensão do herdeiro Ken ao título de Guerreiro Mundial, o nome Masters também ficou conhecido no submundo de lutas como uma grande patrocinadora de lutadores do circuito ilegal Street Fighter.

Uma vez por ano, Ken organiza um dos maiores torneios do leste dos EUA, para descobrir novos talentos e para se divertir é claro. E esse dia chegou. O comumente alto movimento nas docas está insuportável hoje. Pessoas do mundo inteiro vieram para ver os combates de um dos mais tradicionais torneios dos EUA; o Masters American Champioship. Mas obviamente não é só de espectadores que é feito o torneio, lutadores de várias partes do mundo vieram testar suas técnicas uns contra os outros. Somente um
ganhará o premio em dinheiro, o patrocínio da Masters Empresarial e a glória de ser o campeão deste grande evento!

Durante todo o ano que se passou, os caça‐talentos da Masters Empresarial viajaram pelo mundo em busca de lutadores novatos com grande potencial. Apenas oito foram escolhidos devido às suas características acima da média. Somente oito jovens lutadores chamaram a atenção dos rígidos “olheiros”:

T. Parson: militar do Exército Brasileiro, Parson é um soldado durão e de poucas palavras. Melhor aluno da academia das Forças Especiais de Brasília, Parson foi indicado por W. Guile, um velho amigo de batalhas.

Maxxi: ex‐morador de rua, Maxxi teve de aprender a se defender desde cedo para sobreviver no Morro do Baiano, no Rio de Janeiro. Seu estilo rústico e simples de Kickboxe é rápido e eficiente, tendo chamado a atenção dos caça‐talentos que o viram em ação em um torneio local no Rio.

Iwoata: este nativo civilizado é na verdade um renomado doutor, graduado em Medicina. Descendente da tribo Yupik, do Alaska; Iwoata encontra nos ringues uma forma de se aproximar mais de seus ancestrais nativo‐americanos e demonstrar toda sua força e espiritualidade, o que acabou chamando a atenção de diversos empresários que viram nele um novo “T. Hawk”.

Rutger “O Holandês Voador”: um enorme holandês. Ex‐membro da marinha de seu país, Rutger foi treinado por ninguém mais ninguém menos do que Zangief, o Ciclone Vermelho e tão logo entrou no circuito já chamou a atenção alheia.

Takezo Higurashi: o jovem Takezo é o que os caça‐talentos chamam de garoto prodígio. O mais jovem entre os participantes, Takezo não deixa nada a dever aos mais velhos quando o assunto é força e domínio das técnicas da sua arte, o Karatê Shotokan. Com certeza uma das grandes promessas do circuito.

Expert Parkour: um misterioso lutador. Quase nada se sabe sobre seu passado ou com quem aprendeu seus poderes místicos. Alguns dizem que ele é discípulo de Dhalsim e por isso estaria participando do torneio, mas nada pôde ser confirmado.

Yan: um jovem Thai Kickboxer inscrito de última hora no torneio. Não se sabe muito a seu respeito, exceto que era um ex-plyaboy, tendo largado uma vida de luxo e regalias pelas arenas do submundo Street Fighter.

Esmeralda Trueno: esta bela nativo-americana é descendente da tribo Thunderfoot e uma das maiores fãs de T. Hawk. Ela viaja pelo mundo tentando entender mais dessa chamada "civilização"…e para rachar umas cabeças também!

Estes lutadores enfrentarão uns aos outros em um dos maiores torneios para iniciantes do mundo; o Masters American Champioship!

A Volta de Bison

Era fim de tarde, Gill contemplava a bela aurora que o sol fazia no céu antes de dar espaço para a noite. Na varanda de sua imensa casa, Gill gasta mais sua mente pensando nos guerreiros que se oporão a ele mais uma vez quando o fim se aproximar. Seus problemas diminuiram com o anuncio que Ken Masters fez de sua aposentadoria dos ringues, mas estao longe acabar, pois Balrog acaba de sair da cadeia estranhamente e Sagat voltou ao Torneio mais forte que nunca. Mas estes problemas nao são nada para um deus.

De repente, Gill sente um tremor nas ondas energéticas na floresta ao lado de sua mansao. Pela potencia da energia, deve ser Ryu, Akuma ou Oro mas se encontra longe para se poder distinguir a nuancia da distorçao além de ser estranho, já que uma distorçao de energia so ocorre quando é usado um ataque de puro Chi. Gill resolve ir até o local da distorçao, para ver o progresso que este lutador fez.

Andando pela floresta, ele observa que as energias emanadas são de origem psiquica, o que faz ele lembrar de Rose, uma antiga Guerreira Mundial. Mais perto da origem, o ambiente muda completamente, com plantas secas, arvores mortas e capim eletricamente energizado. A onda energética psiquica nao é comum, dando par sentir uma fortíssima presença malígna nela.

Chegando em uma clareira, Gill olha para o sol, vendo que este ainda falta varios minutos para que dê espaço à noite. a energia continua fortissima, mas agora nao é possivel determinar o local exato da fonte, já que é poderoza suficiente para tomar toda a clareira.

– Entao vc é Gill, o humano que tomou o meu lugar no torneio Street Fighter. – uma voz tenebrosa atinge os ouvidos de Gill, que olha para traz, vendo um homem estremamente forte, de estatura media, vestido com um manto negro e longos cabelos negros e lisos. seus olhos incandecentes sao iluminados por uma luz azul, enquanto seu sorrizo nao deixa seu rosto por nenhum momento.)

– Humano? Como ousa rebaixar uma entidade superior a um humano? Ajoelha-te e eu terei clemencia de ti. – Gill se sente ofendido pelas palavras deste homem, e nem liga pelo que ele quiz dizer com tomou o meu lugar.

– HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA. Um Deus? Apesar de seu título render recursos, seus poderes sao tão pateticos quanto seus súditos.

– O QUÊ? COMO OUSA. VAI ARREPENDER-TE DE TER DITO TAIS PALAVRAS A MIM. PREPARA-TE SER DESPREZÍVEL. – Gill arremeça seu manto, ficando com apenas uma sunga.

– Entao….. prepare-se para ver o meu poder. HAHAHAHAHAHAHAHA. – Ele faz uma posiçao de conbate que Gill nunca viu antes, mas já tinha ouvido falar. É o Ler Drit de M. Bison. Sim, esta posiçao é inconfundivel. agora tudo está claro para Gill. este que está na sua frente é o proprio Bison.

Bison concentra energias estranhas eu seus braços, arremeçando uma força invisivel na direçao de Gill, que apenas bloqueia a energia com com os braços, se encolhendo para receber o estranho ataque. Infelizmente para Gill, o ataque penetra os braços do bloqueador, sugando a Força de Vontade deste. Gill se sente estranhamente cansado com este ataque.

Furioso com o estranho ataque, Gill desliza na direçao de Bison em uma velocidade incrivel, mas as forças psiquicas arremessadas por Bison seguram Gill, o deixando mais lento. Bison, por sua vez, salta, acertando a cabeça de Gill antes que este o atingisse com o potente soco giratório.

Bison vs Gill

Desistindo do soco por Bison ter se distanciado com o impulso do chute, Gill flexiona as pernas e adianta seus braços para o seu Pyrokinesis. o progétil de fogo passa por Bison que, antes
de tocar o chao, vai ao céu novamente, indo para as costas de Gill, atingindo este com um soco forte nas suas costas. O soco e o chute foram tao rapidos que Gill demora para se recobrar, agora se sentindo morto de cansaço.

– O que tú estás fazendo com o meu corpo. Sinto minha vontade se esvair de meu corpo divino.

– Você nao deve saber nenhuma das tecnicas que usei contra vc nao é verdade? é preciso estudar as habilidades de guerreiros que vc nao enfrentou Gill. Este ataque que vc está se referindo é o Psychic Vise, e os dois aéreos sao o Flying Heel Stomp e o Flying Punch. Como vc vê, nao há a menor possibilidade de vc me vencer. HAHAHAHAHAHAHAHAHA.

Gill pensa por alguns instantes: Nao há chances de vitoria. quem está na minha frente é um lutador muito melhor. Eu nao consegui nem mesmo encostar nele. se Eu sou um Deus, Bison é algo ainda maior. Mas ainda há uma salvaçao. há o ASCENTION. Estou cansado, mas o meu corpo nao está ferido seriamente. é isso o que farei. farei o Ascention.

Com um movimento rápido, Gill chega na frente de Bison, que, infelizmente, estava preparado para o ataque, girando o corpo e atingindo os braços do deus com uma potencia nunca antes vista. Vendo estar em uma posiçao favoravel, Gill arrisca outro Ascention. Bison, cometendo um erro de calculo, usa seu Psichic Vise, que percorre o corpo de Gill inteiramente, retirando as últimas forças que este possuia.

Gill se recobra do ataque de Bison, agora quase completamente queimado. Seu corpo, alem de sem vontade, está quase muito fraco.

– Mas…. nao entendo….. como pode…. meu Ascention ia atingir-te em cheio. Teu ataque psiquico nao tem a potencia para me levar ao aturdimento.

– HAAAAAAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAAAAAAHAHAHAHAHA. Viu gill? Quem é o deus agora? – Bison fala com uma voz sarcástica – Como se sente inutil por nao poder fazer nada diante de um poder superior? o meu Psichic Vise nao tinha poder suficiente para te atordoar, mas atordoou. EU SOU SUPERIOOOOOOR. hahhahahahahahahaha.

Gill se sente fraco. Ele nunca se sentiu tao humilhado na sua vida. com o corpo fraco e com vontade apenas para se levantar, Gill se sente com MEDO.

– A luta ainda nao acabou Bison. Ainda falta muito para vencer um deus. PREPARA-TE.

Em um ultimo ataque desesperante, Gill utiliza seu Ascention mais uma vez, mas desta vez, ele consegue segurar Bison.

– A LUTA ACABA AQUI Bison. EU TE DISSE QUE TU NAO PODERIAS VENCER UM DEUS. HAAAAHAHAHAHAHA.

Se levantando aos céus, gill cria asas. Uma esplosao ocorre logo depois. Quando tudo se se é possivel ver algo novamente, é possivel ver apenas Gill, pousando com suas asas angelicais.

o ambiente mudou completamente. antes havia flores secas, agora florescem novamente. antes havia arvores mortas, agora ressuscitam. Gill se snte feliz, feliz por ter derrotado um poder maior que o seu.

– Onde quer que vc esteja Bison, saiba que lutou bem, mas caçoou da força de um Deus.

– Eu sei que lutei bem Gill. Principalmente que venci a batalha.

Gill mal pode acreditar. Bison está do seu lado, ha uns 5 metros, completamente intacto. agora nao há mais brilho nos olhos. É possivel ver seus olhos negros agora. as energias psiquicas se dissiparam.

– Tenho que apenas agradecer a vc Gill. Nao estava conseguindo controlar mais as minhas energias. Elas estavam saindo do meu corpo sem que eu mandasse. Estranhamente, o chi divino de seu Ascention entrou em meu corpo e fez com que eu controlasse as minhas energias.

– Mas como???? As energias do Ascention sao completamente destrutivas. Como tu, que recebeste elas diretamente, pode fazer isso?

– Quem disse que eu as recebi diretamente? Eu usei meu Psycho Teleport para sair de perto de você antes da explosão. Você é muito previsivel Gill.

Gill mal pode acreditar. Bison o derrotou sem ao menos ser tocado. isso nao é possivel. o geito de vencer esta luta é um só. e este será o ultimo movimento.

Erguendo as asas para o alto, Gill levanta seu corpo em direçao aos ceus, pretendendo fugir o mais rapido possivel. O desespero toma conta de Gill, que apenas pensa em nunca mais encontrar o demônio chamado Bison. Ele nunca enfrentou ninguem parecido. A soluçao é apenas correr.

– Mas…. o que vc pensa que está fazendo? Correndo? vc nao é um Deus? Deuses nao fojem. Dizendo isso, Bison apenas ergue as maos na direçao de Gill, desta vez lançando energias psiquicas. ainda mais estranhas que antes. As energias psíquicas param Gill, que apenas cai de cabeça no chao. Bison pára o seu ataque e caminha em direçao de Gill.

– Levante-se Gill. Tenho pressa de poder. O que vc tem a dizer?

– Sim Mestre. – Os olhos de Gill nao sao mais os mesmos, agora tomados por uma chama azul.

Neste momento, Ken nos EUA e Ryu no Japao ouvem a risada de Bison em seus coraçoes. Ryu vê que ainda falta muito para conquistar a harmonia interior tanto desejada e Ken…. bem….Ken sente que ainda nao é a hora de parar.

Bison vence Gill

Por motivos de facilidade de compreensão, os nomes originais japoneses, utilizados pelos autores, foram substituídos pelos nomes americanos, que são os nomes divulgados no Brasil para os vilões de Street Fighter.Este conto pode ser encontrado no formato original em Burning Spirits. Foi escrito por First_Ronin, colaborador do referido site, disponibilizado aqui com sua devida permissão por e-mail. Este conto e passa um ano após o fim de Street Fighter 3: Third Strike e oferece a Narradores, a possibilidade de expandir suas campanhas com a volta de Bison e possivelmente da Shadaloo.